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Parabéns Educadores e Demais Cidadãos Gaúchos!!! Yeda (Nota Zero, Déficit Zero e Aumento Salarial Zero) Já Foi Demitida, MAS, deixou seus representantes no Governo e na Assembleia Legislativa!

Coragem para sucatear

Por Siden*
O governo Yeda, impossibilitado de apresentar grandes conquistas e até mesmo pequenas, volta com o velho tema, que para muitos e, como alguém já afirmou, tem conotação de discurso requentado: o discurso do déficit zero.

Os detratores do déficit zero, na verdade não são contrários ao equilíbrio financeiro do Estado, então,  por que questionam essa propagandeada pseudo-conquista? Os que contestam o déficit zero o fazem pelos seguintes fatores:

1)     Não acreditam no famigerado déficit simplesmente por que ele não passa de uma ginástica de  números, ginástica essa que tem por único objetivo simular uma conquista não real do Executivo do estado;

2)    Outros afirmam categoricamente que se o déficit zero é real, também é real que ele foi conquistado através da penúria dos serviços de saúde, educação e segurança.

Façamos algumas considerações e análises. Iniciamos pelo arrocho salarial a que estão submetidos os trabalhadores em Educação, ou seja, o reajuste zero. Não podemos esquecer que a Lei Britto não é aumento concedido por esse governo,  e sim,  uma dívida que o Estado tinha com os educadores,  e isso, é questão pacífica na Justiça. O governo tenta usar nossa vitória no campo jurídico como forma de mascarar o reajuste zero. Grande parte dos professores, através do Judiciário, já tiveram a implantação total da Lei Britto no contracheque.

Já o salário da governadora, que teve um reajuste de 143%, descontada a inflação do período, obteve um monumental ganho real, superior a 100%. Logo, a propalada “coragem para fazer” alardeada pelo governo Yeda não passa de um conjunto de atitudes voltadas a destruir as esperanças de categorias, aviltando ainda mais o poder aquisitivo de trabalhadores.

Mas a crueldade do malfadado déficit zero não se limita a isso. Para sua obtenção, se sua configuração não for apenas virtual, nesse caso significaria que para sua obtenção foi arquitetado um malabarismo esquizofrênico de números. Esquizofrênico e cruel.

Fica cada vez mais transparente que para a obtenção do déficit zero foi investido deficitariamente em educação, saúde e segurança. E sobre a saúde é bom sublinhar que existe denúncia grave de que o governo do estado teria investido verba concedida pelo Ministério da Saúde em instituições financeiras.  Denúncia que por sua gravidade merece investigação dos órgãos competentes.

Fica evidente que para zerar as contas públicas o governo do estado destinou menos recursos para setores importantes ao bem-estar da população.

Logo, a obtenção do déficit zero não se constitui em façanha. Para obtê-lo foi necessário sim coragem, coragem de se levar ao massacre salarial categorias inteiras. É fácil equilibrar as contas do Estado com o salário de outros. E torna-se ainda mais fácil quando se tem coragem de colocar em risco a saúde e reduzir investimentos na segurança de uma população inteira. Assim, a “coragem para fazer”, segue a coragem para menosprezar setores vitais à qualidade de vida da população, principalmente, dos mais pobres.

Como se pode concluir a frase criada pelo marketing do governo do estado poderia, perfeitamente, ser substituída por Coragem para sucatear.

Na verdade a pseudo “coragem para fazer” do governo do Estado não passa de atitudes que contrariam as necessidades de uma população indefesa. Todos que enfrentaram esse governo não se enganam com seu marketing que procura, agora, “pintá-lo” com as cores da coragem. Mas como se pode esperar coragem de um governo que explode bombas no meio de manifestantes indefesos, impondo apenas seu monólogo neoliberal? Ou será que sua coragem estaria configurada na postura de algemar sindicalistas? Como pode se intitular corajoso um governo responsável pela morte de um sem terra, alvejado covardemente pelas costas?

*Siden Francesch do Amaral é diretor no 14º Núcleo do CPERS/Sindicato e membro do Conselho Geral do Sindicato.