Por VALDECY ALVES
O QUE PENSO SOBRE AS OPINIÕES QUE ANDAM DEFENDENDO A VOLTA DA DITADURA PARA O BRASIL... ILUSÃO PROVOCADA PELA IGNORÂNCIA - MIOPIA INTELECTUAL E DESCONHECIMENTO DA HISTÓRIA...
Dois ditadores - dois loucos - dois assassinos - como todo ditador o que pode haver de mais cruel - monstruoso e desumano Fonte: Google |
DAS OPINIÕES PELA VOLTA DA DITADURA:
Tenho visto nas redes sociais opiniões pedindo a volta ditadura.
INACREDITÁVEL. SÓ SE ACREDITA EM TAIS OPINIÕES PORQUE ESTÃO SENDO
VISTAS. Toda ditadura tem toda corrupção possível numa democracia com
alguns adicionais: ASSASSINATOS - TORTURA - CRUELDADE - VIOLAÇÃO AOS
DIREITOS HUMANOS MÍNIMOS - TOTAL FALTA DE LIBERDADE INDIVIDUAL E
COLETIVA - ATAQUE A TODAS AS LIBERDADES. Nada de direito de
expressar-se! UMA CHINA. UM IRÃ. Já dizem os mais velhos que o direito à
liberdade é mais importante que o direito à vida, pois não vale a pena
uma vida sem liberdade. MUITOS PREFEREM MORRER A VIVER SEM LIBERDADE.
Acima, foto de Hitler, o que pode haver de pior num ditador. Na outra
foto Stalin, ditador da Rússia, que em nome do socialismo, matou o
quanto pode. Milhões e milhões de russos. A ditadura no Brasil foi uma
vergonha e jamais poderá voltar. Não era menos corrupta que os corruptos
de hoje eleitos pelo povo. Os boatos dão conta que além de matar os
opositores, os ditadores brasileiros mataram a si mesmos. Castelo Branco
foi morto num estranho acidente aéreo e dizem que Costa e Silva foi
envenenado. Um golpe dentro de um golpe. As ditaduras em Roma antiga... a
ditadura da Igreja na Idade Média... SÓ ABUSO... VERGONHA... SANGUE...
TRAIÇÃO... APROPRIAÇÃO DOS BENS PÚBLICOS... QUE NUNCA... NUNCA...
TAMANHO MAL... QUE NUNCA SE DEVE DESEJAR A NENHUM POVO.
ILUSÃO DA IGNORÂNCIA:
Assim como quem tem sede, vê água no mormaço da terra e se não conhecer
as leis da Física, tentará beber o mormaço... SÓ PODE DEFENDER DITADURA
quem ignora os males de uma ditadura e não reconhece que a democracia é
superior a qualquer ditadura, mesmo com todos os seus males. A DITADURA
É UM CÂNCER COM CORRUPÇÃO. A DEMOCRACIA É UMA PNEUMONIA QUE PODE SER
CORRUPTA E UMA VEZ CORROMPIDA PODE SER CONSERTADA. Mas entre os dois
podemos optar por uma democracia sem corrupção... POIS MUITOS QUE
DEFENDEM A DITADURA POR CONTA DA CORRUPÇÃO vota em corruptos e defendem
uma violência estatal tão grave quanto á violência do assaltante na rua.
Ainda se tem a opção de optar por um novo tipo de governo superior à
democracia e sem corrupção.
MIOPIA INTELECTUAL:
Enxergam a realidade de forma distorcida. Por erro de percepção e de
análise. Chegando a uma conclusão realmente DESASTROSA. É aquele que não
sabe, pensa que sabe e não sabe que não sabe e ainda vai influenciar os
que são ignorantes.
DESCONHECIMENTO HISTÓRICO:
idealiza o que nunca conheceu. Tem saudade do que jamais viveu. Basta
ler a história de todas as ditaduras. ESCRITAS COM SANGUE DOS INOCENTES
DO POVO. Para se ter ojeriza a qualquer sistema ditatorial. O grande
filósofo holandês Baruch Spinoza perseguido por todo tipo de ditadura
dizia: PREFIRO A DEMOCRACIA QUE CONTROLA CONDUTA QUE DITADURAS QUE TENTA CONTROLAR ATÉ O QUE VOCÊ PENSA.
Assim, qualquer um, antes de defender volta da ditadura deve-se
perguntar se conhece a diferença entre ditadura e democracia.
Pergunte-se se realmente analisou com profundidade o que é uma ditadura e
por fim já leu sobre história. Sobre o que fez grandes ditadores como
Júlio César, César de Bórgia, Mussolini, Hitler, Stalin, ditadores do
Brasil... Não propague o que não conhece. Toda ditadura é ilegal porque
não é uma escolha do povo. Não passa da apropriação do Estado e do
governo que de impõe pela violência, sob pena de matá-lo!
Por Siden Francesch do Amaral, Professor e Diretor Geral do 14º Núcleo/CPERS-Sindicato.
Regime Militar deu golpe na educação do Brasil
Nos 50 anos da tomada de poder pela Ditadura, professores avaliam os prejuízos para o ensino
Na noite do dia 31 de março de 1964, o regime político vigente no Brasil sofreu um golpe. Mas o País seria golpeado muitas vezes até 1985. Para permanecer no poder, os militares prendiam, torturavam e manipulavam. A censura aos meios de comunicação limitou o acesso à informação dos brasileiros e também foi aplicada nas escolas, causando prejuízos com reflexos até hoje.
Enquanto nos porões da ditadura, os que se opunham ao governo eram até mesmo mortos, na superfície, a tentativa era mostrar que o Brasil estaria vivendo um milagre econômico. A campanha ufanista da época encorajada a população a acreditar que vivia em um país do futuro, sem saber detalhes da repressão, ou de dados que desfavorecessem o regime.
Certos livros considerados subversivos por qualquer motivo eram retirados do conteúdo bibliográfico dos colégios e das universidades. Os professores precisavam ficar atentos ao que falavam por medo de alunos e colegas infiltrados. O recado para se calarem era enviado através do sumiço de outros docentes. Além disso, houve reformas e inclusão de disciplinas com teor nacionalista. A mudança nos currículos na década de 1960 criou duas novas matérias: Educação Moral e Cívica e Organização Social e Política do Brasil (OSPB). O objetivo era transmitir a ideologia da Segurança Nacional.
“Aparentemente, estávamos vivendo uma normalidade, mas nós sabíamos que não era bem assim”, descreve a professora de História, Ione Osório, 76 anos. Mãe de três filhos pequenos na época do golpe, dava aula na Escola Estadual Cristóvão Mendonza Caxias do Sul e, mais tarde, no Colégio Estadual Júlio de Castilhos, o Julinho, em Porto Alegre. Ela lembra que a inclusão das duas novas matérias foi motivo de discussão, porque delegados de fora do colégio foram incumbidos de ministrar as aulas. “O currículo era para dar a aparência de que o Brasil era um modelo sob a gestão daquele governo, mas a estatística não era verdadeira. Os números eram maquiados, inclusive o de reprovados”, comenta. “Eu era coordenadora da História do Julinho e lutamos para que os próprios professores da escola dessem essas aulas. Dessa forma, adaptamos o currículo”, lembra esboçando um sorriso ao recordar de da forma que encontrou para driblar o governo e transformar a emenda das duas cadeiras nacionalistas em conteúdos de História do Brasil e Geografia, transmitidos de forma mais crítica.
Censura em sala de aula
Na Serra, logo no início do regime, a professora lembra uma ocasião em que ensinava regimes políticos. “Passava alguns exemplos do que acontecia no mundo e no Brasil”, conta. Ela ressalta que mencionava o que ocorria no país, mas não colocava o conteúdo da aula no papel por temer ser chamada pelos militares para dar explicação. “Sabíamos que muitos professores e alunos eram ligados ao regime e havia infiltrados”, diz. Essa era outra maneira de contornar a censura. Porém, um estagiário distribuiu à classe um programa não oficial. “Eu havia orientado que não colocasse no papel, mas acho que ele quis se expressar. A cópia em mimeógrafo foi parar no Comando do Exército e, depois disso, ele sumiu. Não concluiu o curso de História na universidade”, descreve sem conseguir controlar as lágrimas e lembrando também da detenção de cinco alunos.
Atualmente Ione é presidente da Fundação de Apoio ao Colégio Estadual Julio de Castilhos e voltou a uma das classes onde ministrava História para contar sobre o período da repressão. “Aqui no Julinho, a resistência era mais aberta, mas também havia na escola delegados do Departamento de Ordem Política e Social (Dops). O Grêmio Estudantil foi extinto”, diz.
Memória da Ditadura ainda é recuperada
Segundo a professora, em razão da tentativa de controlar a informação, a memória sobre aqueles anos, só foi recuperada depois. “Nem nós que tínhamos interesse, sabíamos de tudo que ocorria”, declara, afirmando que a maioria da população só passou a tomar pé da situação, na década de 1980, após a abertura. “Até hoje, muitas coisas não foram elucidadas e ainda estamos descobrindo. A história nunca termina”, observa. “Acho importante tudo o que leva à verdade, mesmo que seja tarde.”
Regimes autoritários exaltam o nacionalismo
A professora de pós-graduação da Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs), Maria Helena Bastos, assegura que todo o regime autoritário costuma exaltar o nacionalismo e criar o sentimento de nação. Para ela, algumas mudanças no currículo foram responsáveis pela implementação de métodos que não estimulavam o pensamento crítico. “Formamos jovens para marcar cruzinhas”, descreve, avaliando que esse tipo de ensino não mudou muito efetivamente de lá para cá.
Lembra ainda que os acordos e reformas não foram exclusividade do Regime Militar. Algumas versões já haviam sido ensaiadas. “Os acordos já vinham sendo gestados antes”, diz.
Maria Helena observa que indiscutivelmente o controle à informação representou uma lacuna e atrasou o ensino. Eram diferentes formas de repressão, incluindo a proibição de livros, programas de TV e filmes. “Lembro de ler livros encapados”, diz, ponderando que a censura sempre fez parte da história do Brasil. “Portugal filtrava tudo o que vinha para cá”, afirma.
Contudo, observa que os malefícios do período militar ao ensino são relativos, já que houve alterações positivas no ensino universitário e de pós-graduação através de alguns acordos, por exemplo. Ela também lembra que houve expansão entre 1973 e 1985 da matrícula nas escolas em torno de 40%, apesar de essa ampliação do acesso não vir acompanhada de qualificação. “A memória tem sempre dois lados.”
Queda da qualidade do ensino público
Para o autor do livro Golpe na Educação, professor Luiz Antonio Cunha, as políticas educacionais durante o governo militar tinham o objetivo de cristalizar uma ideia de que a sociedade estaria em processo de degeneração. “A concepção da educação pública como elemento de regeneração da sociedade é herdada tanto do cristianismo, quanto do positivismo”, analisa. Por isso, foi reforçado o ensino religioso e, implementadas disciplinas com cunho nacionalista.
Outra vertente, explica o sociólogo, doutor em Filosofia e mestre em Planejamento Educacional, Luiz Antonio Constant Rodrigues da Cunha, foi a concepção de que o ensino seria um instrumento de acumulação de capital. “Se plantou essa ideia naquela época. Isso cresceu e deu muitos frutos colhidos até hoje”, ressalta. As consequências, segundo ele, foram subsídios para o fortalecimento do setor privado em todos os níveis. “Secretarias de educação foram assumidas por empresários em muitos estados, que fizeram com que a qualidade caísse nas escolas públicas”, observa. No período, também houve queda nos salários do Magistério. “Isso forçou uma demanda de educação privada”, afirma.
Em Minas Gerais, por exemplo, a lei determinava que para se abrir uma escola pública era preciso que o sindicato dos professores de escolas particulares estivesse de acordo. “A duras penas, o governo Tancredo Neves conseguiu mudar e legislação em 1983”, salienta.
O resultado foi o aumento da desigualdade. “É das mais fortes que já vi no mundo”, conta. “Até o Golpe, em todos os estados, as escolas públicas eram as melhores. Podia ter escola privada tão boa, mas não melhor do que as públicas. Depois a situação mudou”, declara, dizendo também que os quadros escolares nunca mais voltaram a ter o mesmo padrão. “Hoje a escola pública se transformou em escola para pobre e de má qualidade, com exceção de instituições federais e escolas técnicas”, diz.
Por outro lado, Cunha menciona, assim como a professora Maria Helena, que o ensino superior cresceu bastante na Ditadura. “Se criou um Frankenstein educacional: ensino público superior de alta qualidade e ensino fundamental e médio de baixa qualidade. Incongruente”, avalia.
Fonte: Karina Reif / Correio do Povo
http://www.correiodopovo.com.br/Noticias/?Noticia=521984
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Regime Militar deu golpe na educação do Brasil
30/03/2014 14:42
Ditadura Militar. Foto: André Ávila |
Enquanto nos porões da ditadura, os que se opunham ao governo eram até mesmo mortos, na superfície, a tentativa era mostrar que o Brasil estaria vivendo um milagre econômico. A campanha ufanista da época encorajada a população a acreditar que vivia em um país do futuro, sem saber detalhes da repressão, ou de dados que desfavorecessem o regime.
Certos livros considerados subversivos por qualquer motivo eram retirados do conteúdo bibliográfico dos colégios e das universidades. Os professores precisavam ficar atentos ao que falavam por medo de alunos e colegas infiltrados. O recado para se calarem era enviado através do sumiço de outros docentes. Além disso, houve reformas e inclusão de disciplinas com teor nacionalista. A mudança nos currículos na década de 1960 criou duas novas matérias: Educação Moral e Cívica e Organização Social e Política do Brasil (OSPB). O objetivo era transmitir a ideologia da Segurança Nacional.
“Aparentemente, estávamos vivendo uma normalidade, mas nós sabíamos que não era bem assim”, descreve a professora de História, Ione Osório, 76 anos. Mãe de três filhos pequenos na época do golpe, dava aula na Escola Estadual Cristóvão Mendonza Caxias do Sul e, mais tarde, no Colégio Estadual Júlio de Castilhos, o Julinho, em Porto Alegre. Ela lembra que a inclusão das duas novas matérias foi motivo de discussão, porque delegados de fora do colégio foram incumbidos de ministrar as aulas. “O currículo era para dar a aparência de que o Brasil era um modelo sob a gestão daquele governo, mas a estatística não era verdadeira. Os números eram maquiados, inclusive o de reprovados”, comenta. “Eu era coordenadora da História do Julinho e lutamos para que os próprios professores da escola dessem essas aulas. Dessa forma, adaptamos o currículo”, lembra esboçando um sorriso ao recordar de da forma que encontrou para driblar o governo e transformar a emenda das duas cadeiras nacionalistas em conteúdos de História do Brasil e Geografia, transmitidos de forma mais crítica.
Censura em sala de aula
Na Serra, logo no início do regime, a professora lembra uma ocasião em que ensinava regimes políticos. “Passava alguns exemplos do que acontecia no mundo e no Brasil”, conta. Ela ressalta que mencionava o que ocorria no país, mas não colocava o conteúdo da aula no papel por temer ser chamada pelos militares para dar explicação. “Sabíamos que muitos professores e alunos eram ligados ao regime e havia infiltrados”, diz. Essa era outra maneira de contornar a censura. Porém, um estagiário distribuiu à classe um programa não oficial. “Eu havia orientado que não colocasse no papel, mas acho que ele quis se expressar. A cópia em mimeógrafo foi parar no Comando do Exército e, depois disso, ele sumiu. Não concluiu o curso de História na universidade”, descreve sem conseguir controlar as lágrimas e lembrando também da detenção de cinco alunos.
Atualmente Ione é presidente da Fundação de Apoio ao Colégio Estadual Julio de Castilhos e voltou a uma das classes onde ministrava História para contar sobre o período da repressão. “Aqui no Julinho, a resistência era mais aberta, mas também havia na escola delegados do Departamento de Ordem Política e Social (Dops). O Grêmio Estudantil foi extinto”, diz.
Memória da Ditadura ainda é recuperada
Segundo a professora, em razão da tentativa de controlar a informação, a memória sobre aqueles anos, só foi recuperada depois. “Nem nós que tínhamos interesse, sabíamos de tudo que ocorria”, declara, afirmando que a maioria da população só passou a tomar pé da situação, na década de 1980, após a abertura. “Até hoje, muitas coisas não foram elucidadas e ainda estamos descobrindo. A história nunca termina”, observa. “Acho importante tudo o que leva à verdade, mesmo que seja tarde.”
Regimes autoritários exaltam o nacionalismo
A professora de pós-graduação da Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs), Maria Helena Bastos, assegura que todo o regime autoritário costuma exaltar o nacionalismo e criar o sentimento de nação. Para ela, algumas mudanças no currículo foram responsáveis pela implementação de métodos que não estimulavam o pensamento crítico. “Formamos jovens para marcar cruzinhas”, descreve, avaliando que esse tipo de ensino não mudou muito efetivamente de lá para cá.
Lembra ainda que os acordos e reformas não foram exclusividade do Regime Militar. Algumas versões já haviam sido ensaiadas. “Os acordos já vinham sendo gestados antes”, diz.
Maria Helena observa que indiscutivelmente o controle à informação representou uma lacuna e atrasou o ensino. Eram diferentes formas de repressão, incluindo a proibição de livros, programas de TV e filmes. “Lembro de ler livros encapados”, diz, ponderando que a censura sempre fez parte da história do Brasil. “Portugal filtrava tudo o que vinha para cá”, afirma.
Contudo, observa que os malefícios do período militar ao ensino são relativos, já que houve alterações positivas no ensino universitário e de pós-graduação através de alguns acordos, por exemplo. Ela também lembra que houve expansão entre 1973 e 1985 da matrícula nas escolas em torno de 40%, apesar de essa ampliação do acesso não vir acompanhada de qualificação. “A memória tem sempre dois lados.”
Queda da qualidade do ensino público
Para o autor do livro Golpe na Educação, professor Luiz Antonio Cunha, as políticas educacionais durante o governo militar tinham o objetivo de cristalizar uma ideia de que a sociedade estaria em processo de degeneração. “A concepção da educação pública como elemento de regeneração da sociedade é herdada tanto do cristianismo, quanto do positivismo”, analisa. Por isso, foi reforçado o ensino religioso e, implementadas disciplinas com cunho nacionalista.
Outra vertente, explica o sociólogo, doutor em Filosofia e mestre em Planejamento Educacional, Luiz Antonio Constant Rodrigues da Cunha, foi a concepção de que o ensino seria um instrumento de acumulação de capital. “Se plantou essa ideia naquela época. Isso cresceu e deu muitos frutos colhidos até hoje”, ressalta. As consequências, segundo ele, foram subsídios para o fortalecimento do setor privado em todos os níveis. “Secretarias de educação foram assumidas por empresários em muitos estados, que fizeram com que a qualidade caísse nas escolas públicas”, observa. No período, também houve queda nos salários do Magistério. “Isso forçou uma demanda de educação privada”, afirma.
Em Minas Gerais, por exemplo, a lei determinava que para se abrir uma escola pública era preciso que o sindicato dos professores de escolas particulares estivesse de acordo. “A duras penas, o governo Tancredo Neves conseguiu mudar e legislação em 1983”, salienta.
O resultado foi o aumento da desigualdade. “É das mais fortes que já vi no mundo”, conta. “Até o Golpe, em todos os estados, as escolas públicas eram as melhores. Podia ter escola privada tão boa, mas não melhor do que as públicas. Depois a situação mudou”, declara, dizendo também que os quadros escolares nunca mais voltaram a ter o mesmo padrão. “Hoje a escola pública se transformou em escola para pobre e de má qualidade, com exceção de instituições federais e escolas técnicas”, diz.
Por outro lado, Cunha menciona, assim como a professora Maria Helena, que o ensino superior cresceu bastante na Ditadura. “Se criou um Frankenstein educacional: ensino público superior de alta qualidade e ensino fundamental e médio de baixa qualidade. Incongruente”, avalia.
Fonte: Karina Reif / Correio do Povo
http://www.correiodopovo.com.br/Noticias/?Noticia=521984
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