Por Siden* - 23.03.14
Nesse primeiro domingo de outono de temperatura agradável, de frio atípico para a época do ano, gostaria de falar também de coisas amenas...
Por isso, não falarei das promessas não cumpridas pelo Governo Tarso.
Então, não falarei do Piso Nacional que a gestão estadual não paga aos Trabalhadores em Educação.
Se ouvirem o contrário, não é verdade.
Pois, a verdade é essa: O GOVERNO TARSO NÃO CUMPRE A LEI DO PISO NACIONAL.
Mas, hoje, quero falar de coisas amenas.
É o primeiro domingo de Outono.
Gosto do outono.
Talvez, seja até minha estação preferida.
Pena que depois dela vem o inverno...
Nem tudo é perfeito!
E, na sequência, a Primavera.
Essa Primavera promete.
Outubro promete...
Ah! sei, pulei a Copa.
Bem, essa Copa também promete...
Mas, hoje é o primeiro domingo de outono.
Quero amenidades!
Hoje deixarei os mitos, as mentiras para outro dia...
Por que será que escrevi mitos?
Talvez tenha escutado a palavra durante a semana.
É melancólico ouvir algumas afirmativas.
É impossível esconder o óbvio...
Domingo de Outono.
Que seja um bom outono a todos nós!
Sem mitos...
A Luta pelo Piso Nacional continua!
Prometeu, assinou, tem que cumprir!
Afinal, como disse a Presidente do CPERS/Sindicato, Rejane de Oliveira: "Lei não é apenas para o povo cumprir!"
E eu, que queria falar de amenidades. Às vezes, é difícil...
Então, encerro por aqui.
Boa Semana a Tod@s!
*Siden Francesch do Amaral é Professor e Diretor Geral do 14º Núcleo.
Mitologia Ambígua ou A Mitológica Educação Pública
Considerando o significado original da palavra mito, originada na Grécia antiga, que remete a discurso e, posteriormente, narrativa oral ou escrita podemos confiar que o Sr. Secretário foi correto em sua afirmação. É um discurso já tão antigo o de falta de professores que tornou-se mito. E, sendo mito, pode perfeitamente ser lenda, passada de uma geração de alunos e familiares a outra, baseada apenas em senso comum.
Pode perfeitamente o Sr. Secretário da Educação ser honesto e verdadeiro em sua afirmação se avaliarmos pelo prisma de que há sim, no nosso estado, professores aprovados em concurso. Além de haver muitas outras pessoas, habilitadas ou não, a desempenhar a função.
Aqui temos outro mito. É, segundo os procedimentos que adota o estado, mito que um professor precise ser alguém habilitado por curso superior e específico. É prática comum das coordenadorias da educação contratar, emergencialmente, por anos, pessoas que não concluíram a graduação ou profissionais liberais, sem licenciatura, para darem aula. Também é lógico aos “mandantes da educação pública" que um professor não é especialista e atue nas mais diversas disciplinas, de acordo com a necessidade de economia do governo. Assim, cito-me como exemplo: Que importa se sou graduada em Letras, Português –Espanhol se o Estado criou uma disciplina chamada Seminário Integrado e precisa de professores para isso? Se o Estado diz que darei aulas disso, darei. Pouco importa se sei faze-lo e com que grau de competência. O imprescindível é derrubar os mitos da falta de professores e, consequentemente, da necessidade de especialização do profissional educador.
Paradoxalmente, o sindicato dos professores também fala verdade. Faltam professores. Sempre faltam. E o sindicato mostra que é fato, não lenda ou mito pois traz números, relatos, testemunhos. Faz o convite ao Governador e ao Secretário de Educação para que saiam de sua posição mitomaníaca e vão às escolas averiguar por si a realidade factual.
Sim, há professores aprovados em concurso aguardando ansiosamente a nomeação, apesar do piso ser teto e a valorização, abaixo de qualquer piso. Há, porém, o entrave de uma antilogística hiperburocrática que envolve todos os setores administrativos da educação. É um desmazelo estrutural tão grande em meio a papeladas manuscritas , internet à carvão em mínimos computadores e tão escassa oferta de profissionais competentes que todo e qualquer processo sofre tantos entraves que se torna inútil e ineficaz.
Somente no que se refere a gestão da Educação Pública Estadual é possível, embora inacreditável, que o diretor da escola não possa solicitar antecipadamente a vinda de professor substituto quando uma professora está grávida. Nas escolas e no universo inteiro, sabe-se que no máximo, em nove meses a gestante se afastará. Porém, nas coordenadorias de educação e subsequentes entidades, isso é fato desconhecido.
Por isto, temos falta de professor por meses a fio, quando uma professora decide exercer seu papel mitológico, antropológico, social e de direito de ser mãe. E neste, como em muitos, senão todos os casos, a incompetência não é dos diretores, como disse o Sr. Secretário da Educação, do alto de sua mais completa ignorância gerada pela burocracia que ele próprio ajuda a manter.
Em suma, é mitológica, sem dúvida a situação da educação pública. Temos o mito moral da luta entre o Bem e o Mal, entre o "idealismo" dos professores e a “politicália” dos governantes.
Temos também o mito heroico do aluno, que, em meio a luta entre o bem e o mal,tenta equilibrar-se, busca ser e alcançar seus sonhos através do saber.
Um aluno que cada vez mais se aproxima do mitológico Ícaro. Constrói asas para chegar ao seu objetivo, o Sol. Mas, com conhecimento incompleto, cria asas de cera. Cria a ferramenta inadequada e não pode chegar aonde queria.
E, por fim, temos o mito escatológico que prevê uma sociedade caótica, regida por profissionais incompetentes, políticos corruptos e população cega, surda e muda aos seus direitos.
Sim, não faltam professores.....que queiram exercer dignamente sua profissão.
Sim, faltam professores.... nas salas de aula.
E o maior mito é o de que a verdade é uma só.
*Rosemar Francescatto Schio é Professora da rede pública estadual RS, Licenciada em Letras, Português- Espanhol.
Texto publicado no Facebook
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Por isso, não falarei das promessas não cumpridas pelo Governo Tarso.
Então, não falarei do Piso Nacional que a gestão estadual não paga aos Trabalhadores em Educação.
Se ouvirem o contrário, não é verdade.
Pois, a verdade é essa: O GOVERNO TARSO NÃO CUMPRE A LEI DO PISO NACIONAL.
Mas, hoje, quero falar de coisas amenas.
É o primeiro domingo de Outono.
Gosto do outono.
Talvez, seja até minha estação preferida.
Pena que depois dela vem o inverno...
Nem tudo é perfeito!
E, na sequência, a Primavera.
Essa Primavera promete.
Outubro promete...
Ah! sei, pulei a Copa.
Bem, essa Copa também promete...
Mas, hoje é o primeiro domingo de outono.
Quero amenidades!
Hoje deixarei os mitos, as mentiras para outro dia...
Por que será que escrevi mitos?
Talvez tenha escutado a palavra durante a semana.
É melancólico ouvir algumas afirmativas.
É impossível esconder o óbvio...
Domingo de Outono.
Que seja um bom outono a todos nós!
Sem mitos...
A Luta pelo Piso Nacional continua!
Prometeu, assinou, tem que cumprir!
Afinal, como disse a Presidente do CPERS/Sindicato, Rejane de Oliveira: "Lei não é apenas para o povo cumprir!"
E eu, que queria falar de amenidades. Às vezes, é difícil...
Então, encerro por aqui.
Boa Semana a Tod@s!
*Siden Francesch do Amaral é Professor e Diretor Geral do 14º Núcleo.
Mitologia Ambígua ou A Mitológica Educação Pública
Por Rosemar* - 23.03.14
Disse, recentemente, o secretário da educação que “a falta de professores no nosso estado é mito”. Rebateu o sindicato dos professores que a fala é inverdade e que é fato antológico a falta de professores na rede pública estadual.Considerando o significado original da palavra mito, originada na Grécia antiga, que remete a discurso e, posteriormente, narrativa oral ou escrita podemos confiar que o Sr. Secretário foi correto em sua afirmação. É um discurso já tão antigo o de falta de professores que tornou-se mito. E, sendo mito, pode perfeitamente ser lenda, passada de uma geração de alunos e familiares a outra, baseada apenas em senso comum.
Pode perfeitamente o Sr. Secretário da Educação ser honesto e verdadeiro em sua afirmação se avaliarmos pelo prisma de que há sim, no nosso estado, professores aprovados em concurso. Além de haver muitas outras pessoas, habilitadas ou não, a desempenhar a função.
Aqui temos outro mito. É, segundo os procedimentos que adota o estado, mito que um professor precise ser alguém habilitado por curso superior e específico. É prática comum das coordenadorias da educação contratar, emergencialmente, por anos, pessoas que não concluíram a graduação ou profissionais liberais, sem licenciatura, para darem aula. Também é lógico aos “mandantes da educação pública" que um professor não é especialista e atue nas mais diversas disciplinas, de acordo com a necessidade de economia do governo. Assim, cito-me como exemplo: Que importa se sou graduada em Letras, Português –Espanhol se o Estado criou uma disciplina chamada Seminário Integrado e precisa de professores para isso? Se o Estado diz que darei aulas disso, darei. Pouco importa se sei faze-lo e com que grau de competência. O imprescindível é derrubar os mitos da falta de professores e, consequentemente, da necessidade de especialização do profissional educador.
Paradoxalmente, o sindicato dos professores também fala verdade. Faltam professores. Sempre faltam. E o sindicato mostra que é fato, não lenda ou mito pois traz números, relatos, testemunhos. Faz o convite ao Governador e ao Secretário de Educação para que saiam de sua posição mitomaníaca e vão às escolas averiguar por si a realidade factual.
Sim, há professores aprovados em concurso aguardando ansiosamente a nomeação, apesar do piso ser teto e a valorização, abaixo de qualquer piso. Há, porém, o entrave de uma antilogística hiperburocrática que envolve todos os setores administrativos da educação. É um desmazelo estrutural tão grande em meio a papeladas manuscritas , internet à carvão em mínimos computadores e tão escassa oferta de profissionais competentes que todo e qualquer processo sofre tantos entraves que se torna inútil e ineficaz.
Somente no que se refere a gestão da Educação Pública Estadual é possível, embora inacreditável, que o diretor da escola não possa solicitar antecipadamente a vinda de professor substituto quando uma professora está grávida. Nas escolas e no universo inteiro, sabe-se que no máximo, em nove meses a gestante se afastará. Porém, nas coordenadorias de educação e subsequentes entidades, isso é fato desconhecido.
Por isto, temos falta de professor por meses a fio, quando uma professora decide exercer seu papel mitológico, antropológico, social e de direito de ser mãe. E neste, como em muitos, senão todos os casos, a incompetência não é dos diretores, como disse o Sr. Secretário da Educação, do alto de sua mais completa ignorância gerada pela burocracia que ele próprio ajuda a manter.
Em suma, é mitológica, sem dúvida a situação da educação pública. Temos o mito moral da luta entre o Bem e o Mal, entre o "idealismo" dos professores e a “politicália” dos governantes.
Temos também o mito heroico do aluno, que, em meio a luta entre o bem e o mal,tenta equilibrar-se, busca ser e alcançar seus sonhos através do saber.
Um aluno que cada vez mais se aproxima do mitológico Ícaro. Constrói asas para chegar ao seu objetivo, o Sol. Mas, com conhecimento incompleto, cria asas de cera. Cria a ferramenta inadequada e não pode chegar aonde queria.
E, por fim, temos o mito escatológico que prevê uma sociedade caótica, regida por profissionais incompetentes, políticos corruptos e população cega, surda e muda aos seus direitos.
Sim, não faltam professores.....que queiram exercer dignamente sua profissão.
Sim, faltam professores.... nas salas de aula.
E o maior mito é o de que a verdade é uma só.
*Rosemar Francescatto Schio é Professora da rede pública estadual RS, Licenciada em Letras, Português- Espanhol.
Texto publicado no Facebook
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