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quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Para Simers, usuários do IPE podem acabar no SUS

Presidente do sindicato entregou ao governador propostas para a área
Jessica Gustafson - 28/01/2015
O governador do Estado, José Ivo Sartori, teve ontem, no Palácio Piratini, seu primeiro encontro oficial com o presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Paulo de Argollo Mendes. Na audiência, Sartori e o secretário estadual da Saúde, João Gabbardo dos Reis, receberam 12 propostas formuladas pelo Simers para melhorar a área. 

Entre os principais assuntos tratados, a crise enfrentada pelo IPE-Saúde, que gerou atrasos nos pagamentos de serviços médicos e o cancelamento de consultas. Cerca de sete mil profissionais são credenciados ao plano. Para Argollo, o governo precisa tomar alguma providência para solucionar o problema, caso contrário, os 10% da população gaúcha que utilizam o IPE acabarão nas filas do Sistema Único de Saúde (SUS). 

“Temos uma grande preocupação em relação ao IPE. Ele vem aos poucos perdendo profissionais e hospitais. Então, precisará ser revigorado, não só para os usuários, mas para a população em geral, pois cerca de um milhão de usuários do plano podem acabar sobrecarregando ainda mais o SUS”, afirmou o presidente do Simers.
[...]
Mesmo sem nenhuma definição sobre as pautas apresentadas, o presidente do Simers considerou positivo o encontro. “O governador disse que teremos muito para brigar pela frente, o que eu concordo plenamente. De qualquer forma, existe disposição dos dois lados para construir soluções para a saúde”, completou.
[...]
Em relação ao IPE, a Secretaria da Fazenda disponibilizou ontem R$ 37 milhões para o pagamento de serviços prestados  entre 21 e 31 de dezembro. Com essa segunda liberação, em pouco mais de uma semana, foram repassados R$ 124 milhões ao IPE, permitindo pagar, por exemplo, médicos.
http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=185746
Por Siden


Lei do Piso melhorou salário inicial do professor, mas achatou carreira docente
22.01.15 - 10:22
Criada em 2008, a lei que institui um piso nacional para os professores da educação básica de todo o País aumentou o salário inicial de docentes, mas provocou em muitas redes o achatamento da carreira docente. O piso oficial para 40 horas semanais, que era de R$ 950 em 2008, chegou a R$ 1.917,78 com o reajuste anunciado pelo Ministério da Educação em janeiro deste ano.

O piso de fato aumentou o salário dos professores no Brasil. De 2008 para cá, nos municípios e nos Estados mais pobres do país representou aumento de 50%, 60% e até 70%. Em especial, em municípios da região Norte e Nordeste. Nos Estados mais ricos, o aumento não foi estrondoso. Por outro lado, percebemos uma tendência de redução da diferença salarial entre o início e o fim da carreira, houve um achatamento , aponta Juca Gil, pesquisador do Observatório da Remuneração Docente e professores da UFRGS.

O valor, obrigatório para todas as redes municipais e estaduais, no entanto, ainda não é cumprido por muitas prefeituras e, ao menos, por 3 governos estaduais (Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Rondônia).

A diferença entre nível médio e nível superior foi reduzida, antes do piso você não via isso. Isso desestimula a progressão e também desestimula a escolha da carreira, considera Gil.

Na rede estadual da Bahia, por exemplo, o salário base para um professor com formação de ensino médio era de R$ 1.860,55 em janeiro deste ano. Para um professor com licenciatura, o valor base é de R$ 1.860,84, segundo informou a secretaria de educação do Estado.

Piso ou teto?

O Rio Grande do Sul é um caso clássico porque o governo até "paga" o valor do piso, mas com gratificação, contrariando o que está na lei. As gratificações não são incorporadas quando a pessoa se aposenta e sobre elas não incindem nenhuma promoção, pontua o presidente da Confederação Nacional de Trabalhadores da Educação, Roberto Leão.

Outra tendência vista na pesquisa feita pelo Observatório de Remuneração Docente é a redução de benefícios ao longo da carreira do professor. Percebemos também que benefícios para professores de carreira longa quase desapareceram na reformulação da carreira, indica Gil. Como exemplo, ele fala sobre a redução da jornada dentro de sala de aula para docentes em fim de carreira. A rede aumentou o piso e isso está fazendo com que não sobre dinheiro para jogar para cima na carreira.

Tem município que cumpre na íntegra o piso e a hora-atividade, mas chega lá no final da carreira, os salários estão todos congelados, afirma Maria Dilneia Fernandes, pesquisadora da UFMS.

Para o CNTE, além do valor do piso é preciso discutir os planos de carreira para tornar a docência mais atrativa. Uma das necessidades apontadas é a valorização dos profissionais que vão à universidade. A diferença entre o professor de nível médio e de nível superior deve ser de ao menos 50%, indica Leão.

O salário médio do professor ainda é muito menor do que o de profissionais de mesma formação. Dados da Pnad 2012, presentes no Relatório de Observação sobre as Desigualdades na Escolarização do Brasil, apontam que em média o docente de educação básica ganha o equivalente a 51% dos salários de outros profissionais.

Fonte: Último Segundo - IG (22/01/2015) e CNTE

http://cnte.org.br/index.php/comunicacao/cnte-na-midia/14303-lei-do-piso-melhorou-salario-inicial-do-professor-mas-achatou-carreira-docente.html
Por Siden Francesch do Amaral. Professor e Diretor Geral do 14º Núcleo.

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