Por Juremir - 02.07.13
Não aguento mais a vontade de me tornar um líder de massas. Durante muito tempo, consegui satisfazer esse desejo indo ao restaurante Copacabana. Mas agora não aceito mais metáforas. Quero conduzir o povo. Escrevi no twitter que o homem revoltado precisa ter o olhar do falcão, a percepção do lobo e a independência dos humoristas. Eu sou um homem revoltado. Quero liderar o meu povo – as velhinhas que me leem – numa cruzada contra o fator previdenciário. Nada é mais letal para um idoso que esse nefasto mecanismo de espoliação dos aposentados.
Já estou esmerilhando a linguagem. Os jovens que estão nas ruas não falam do fator previdenciário por ainda estarem naquela idade em que a velhice, a aposentadoria e a morte parecem piadas reles de mau gosto. As manifestações contrariam o egoísmo do mercado, sempre pedindo mais austeridade para que os seus lucros sejam menos austeros. Os jovens exigem mais gastos públicos. Eu também. Mais gastos, por exemplo, com os aposentados, esses sacrificados pelo tempo, saqueados pelo poder, esfolados pelo maldito fator previdenciário e condenados pelos governos ao desaparecimento progressivo dos seus parcos ganhos em nome do equilíbrio das contas da previdência social. Basta. Às ruas, aposentados!
Um grande filósofo escreveu que o homem é um ser aí para a morte. Um grande professor, menos trágico e mais prático, preferiu dizer que o homem é um ser aí para a aposentadoria. Como a morte, ela chega. Como viver essa aposentadoria sendo sangrado pelo fator previdenciário? A presidente Dilma Rousseff teria prometido ao senador Paulo Paim mandar a sua tropa votar o fim do fator previdenciário até o final de 2012. Nada aconteceu. As ruas precisam rugir. O futuro do fator previdenciário tem de ser uma das questões da consulta popular que a mídia conservadora e a oposição querem abortar por medo. É incrível como uma boa ideia pode encontrar opositores.
Faremos, eu e minhas velhinhas, manifestações pacíficas. Não carregaremos bastões nem tacos de beisebol. No máximo, alguma bengala. Temos tempo de sobra para protestar. Marcaremos nossas passeatas para 14 horas para estarmos em casa ao final da tarde. Com milhões de aposentados nas ruas, faremos tremer os poderes. A polícia não precisará gastar gás lacrimogênio conosco. O que nos faz chorar é o fator previdenciário mesmo. Não é necessário tentar nos atingir com outras formas de tortura. Não tememos atos de vandalismo, pois nenhum ato pode ser mais destrutivo que o próprio fator previdenciário, que dizima nossas aposentadorias e nos empobrece cada vez mais, implacavelmente, ao longo dos anos. Encheremos as ruas de indignados na terceira idade.
Velhinhos também serão aceitos em nossas manifestações. As mulheres, porém, terão lugar de destaque. São elas, em geral, que mais sentem, na gestão da economia do cotidiano, a devastação provocada pelo fator previdenciário. Será a primeira manifestação com indignados de até mais de cem anos. A galera abriu o caminho. Eu e minha velhinhas vamos pegar o bastão. Se os jovens querem passe livre, nós queremos o fim do fator.
http://www.correiodopovo.com.br/blogs/juremirmachado/
Já estou esmerilhando a linguagem. Os jovens que estão nas ruas não falam do fator previdenciário por ainda estarem naquela idade em que a velhice, a aposentadoria e a morte parecem piadas reles de mau gosto. As manifestações contrariam o egoísmo do mercado, sempre pedindo mais austeridade para que os seus lucros sejam menos austeros. Os jovens exigem mais gastos públicos. Eu também. Mais gastos, por exemplo, com os aposentados, esses sacrificados pelo tempo, saqueados pelo poder, esfolados pelo maldito fator previdenciário e condenados pelos governos ao desaparecimento progressivo dos seus parcos ganhos em nome do equilíbrio das contas da previdência social. Basta. Às ruas, aposentados!
Um grande filósofo escreveu que o homem é um ser aí para a morte. Um grande professor, menos trágico e mais prático, preferiu dizer que o homem é um ser aí para a aposentadoria. Como a morte, ela chega. Como viver essa aposentadoria sendo sangrado pelo fator previdenciário? A presidente Dilma Rousseff teria prometido ao senador Paulo Paim mandar a sua tropa votar o fim do fator previdenciário até o final de 2012. Nada aconteceu. As ruas precisam rugir. O futuro do fator previdenciário tem de ser uma das questões da consulta popular que a mídia conservadora e a oposição querem abortar por medo. É incrível como uma boa ideia pode encontrar opositores.
Faremos, eu e minhas velhinhas, manifestações pacíficas. Não carregaremos bastões nem tacos de beisebol. No máximo, alguma bengala. Temos tempo de sobra para protestar. Marcaremos nossas passeatas para 14 horas para estarmos em casa ao final da tarde. Com milhões de aposentados nas ruas, faremos tremer os poderes. A polícia não precisará gastar gás lacrimogênio conosco. O que nos faz chorar é o fator previdenciário mesmo. Não é necessário tentar nos atingir com outras formas de tortura. Não tememos atos de vandalismo, pois nenhum ato pode ser mais destrutivo que o próprio fator previdenciário, que dizima nossas aposentadorias e nos empobrece cada vez mais, implacavelmente, ao longo dos anos. Encheremos as ruas de indignados na terceira idade.
Velhinhos também serão aceitos em nossas manifestações. As mulheres, porém, terão lugar de destaque. São elas, em geral, que mais sentem, na gestão da economia do cotidiano, a devastação provocada pelo fator previdenciário. Será a primeira manifestação com indignados de até mais de cem anos. A galera abriu o caminho. Eu e minha velhinhas vamos pegar o bastão. Se os jovens querem passe livre, nós queremos o fim do fator.
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