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terça-feira, 7 de maio de 2013

Escola Mariz e Barros sofre com depredação na zona norte da Capital

"Como é que vamos deixar as nossas crianças em risco dentro da escola?"
07/05/2013 10:36
Colégio estadual no Bairro Mario Quintana, em Porto Alegre, tem 1,4 mil alunos sem espaços adequados e vivem com medo de incêndios e vandalismo.

A escola a que a dona de casa e mãe de aluna Carmen Regina da Silva, 46 anos, se refere, é a Escola Estadual de Ensino Médio Mariz e Barros, na Vila Safira, Bairro Mario Quintana, em Porto Alegre. Há um mês, uma das salas da antiga brizoleta, cuja fiação elétrica é antiga, está deteriorada, um perigo para a segurança de dez turmas, sofreu um princípio de incêndio. Já nos prédios novos, foi o vandalismo que se impôs: há vidros das janelas quebrados a pedradas, salas sem porta, paredes danificadas.

Acomodados nos laboratórios
Na manhã de segunda-feira, dia 6, pais e responsáveis pelos 1,4 mil alunos se reuniram com estudantes e fizeram um protesto em frente à instituição, motivado pelo princípio de incêndio, ocorrido no dia 3 de abril, numa sala de aula, além de outras dificuldades. O trânsito foi interrompido por quase duas horas da Avenida Delegado Ely Correa Prado.

- De manhã, sentimos cheiro de queimado, e aí deslocamos as crianças. À tarde, por volta das 16h, pegou fogo no ventilador - lembra a diretora, Sandra Regina de Aguiar.

Segundo ela, foi enviado ofício à Secretaria Estadual da Educação (Seduc). Mas, 33 dias depois do incêndio, nada foi feito.

- Então, eu resolvi que não vamos mais utilizar as salas porque tenho medo. A fiação é antiga, é um risco para todos - comenta a diretora.

Por conta disso, dez turmas estão sendo prejudicadas. A saída foi acomodá-las nos laboratórios de Ciências e Informática, sala de vídeo e biblioteca.

Uma longa espera
Como o espaço ainda assim é insuficiente, algumas turmas estão tendo apenas duas horas de aula por dia.

- Estamos esperando há um mês que alguém diga se podemos usar a brizoleta. Não temos como falar em qualidade da educação se não temos espaço - lamenta a professora Vania Nunes.

Pai de três alunos, o instalador Alex Sander da Silva, 36 anos, lamenta:

- Não tem como ter aula desse jeito. Por isso, resolvemos fazer a manifestação.

Histórico de problemas
A Escola Mariz e Barros já sofreu com incêndios criminosos. Em agosto de 2008, o Diário Gaúcho noticiou, pela segunda vez naquele mesmo mês, que dependências da escola haviam sido destruídas pelo fogo.

No ano anterior, a depredação e episódios de violência fizeram com que a Brigada Militar tivesse que intervir na região.

Vandalismo piora o quadro
Dentro da escola, o cenário é desolador. Salas com vidros quebrados, portas arrancadas, sem fechaduras, problemas na iluminação. Para completar o quadro, há relatos de tráfico de drogas (inclusive dentro da instituição de ensino), e até assalto a uma aluna já ocorreu.

- Há uma cultura de revolta, de destruir as coisas. Às vezes, dá um desânimo, uma vontade de sair correndo. Mas a comunidade é boa, e o carinho que as crianças têm por mim me faz continuar - desabafa a diretora, revelando que o vandalismo vem de dentro e fora da escola.
Roberta Schuler, do Diário Gaúcho
http://www.cpers.org.br/index.php?&menu=1&cd_noticia=3494

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