O presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), Gilmar Soares Ferreira, apontou a existência de indícios que configuram a prática do trabalho escravo nas escolas da rede pública do Estado. A denúncia foi feita durante a reunião do Fórum Estadual pela Erradicação do Trabalho Escravo, no sábado (22).
O encontro contou com a presença da relatora especial sobre Formas Contemporâneas de Escravidão do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Gulnara Shahinian, e do coordenador do Projeto de Combate ao Trabalho Escravo da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Luiz Antônio Torres Machado, dentre outras entidades. O objetivo foi compilar relatos sobre a atuação do Fórum acerca do combate às formas contemporâneas de trabalho escravo.
“Na rede estadual, temos indicativos de trabalho análogo à escravidão quando o governo nega as mesmas condições de carreira dos profissionais da Educação àqueles que estão na condição de contratados temporariamente, inclusive o pagamento de horas-atividades, e quando permite que mais de 70% dos funcionários do cargo de Apoio advenham de contratos temporários e recebem um salário mínimo”, explicou Gilmar Soares.
O presidente da entidade destacou que a situação não é muito diferente na rede municipal de ensino, onde a maioria dos prefeitos não garante o direito ao Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS), além de não aplicarem os 25% dos recursos previstos na Constituição Federal, e o Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN), garantido por Lei. “Quando a jornada de trabalho direto com alunos ultrapassa 20 horas semanais também configura trabalho escravo”, completou a secretária de Formação Sindical do Sintep/MT, Marli Keller.
Gilmar Soares denunciou ainda aos representantes da ONU e da OIT as intimidações e até ameaças de morte que os trabalhadores da Educação de Cláudia sofreram ao longo de 67 dias de greve. A paralisação foi encerrada na sexta-feira (21), após assinatura do termo de compromisso entre a categoria e o prefeito municipal, Vilmar Giachini (PMDB). Em setembro de 2010, Gulnara Shahinian apresentará o relatório da viagem ao Brasil ao Conselho de Direitos Humanos, em Genebra (Suíça).
Além do Sintep/MT, participaram da reunião, representantes do Centro Burnier Fé e Justiça; Centro de Pastoral de Migrantes; deputado estadual Ságuas Moraes (PT); deputado federal Carlos Abicalil (PT-MT); Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso (Sindjor-MT); Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos de Mato Grosso (CEBI-MT); Conselho Indigenista Missionário de Mato Grosso (CIMI-MT); Fórum Mato-grossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento (Formad); Central Única dos Trabalhadores de Mato Grosso (CUT/MT); Centro de Direitos Humanos Henrique Trindade (CDHHT); Economia Solidária de Juína; Departamento de História da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
http://www.cut.org.br/content/view/20478/
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) também critica a prova. Para o presidente da Confederação, Roberto Leão, a avaliação pode se transformar num instrumento de avaliação e mérito, levando a um ranqueamento de bons e maus professores.
Segundo a presidente do CPERS/Sindicato, Rejane de Oliveira, a prova faz com que haja uma padronização nacional, não respeitando as características as diferentes realidades das escolas públicas brasileiras. “Todas as provas vem no sentido de aferir os professores e os alunos”, sustenta Rejane, para quem “os governos só oferecem provas e não garantem a formação”.
A sindicalista avalia que o Estado gasta energia para fazer provas e fazer aferições, mas não se preocupa em investir na educação, em discutir projetos educacionais. A qualidade do ensino exige outros componentes, tais como jornada adequada de trabalho, escolas com boa infraestrutura e salários dignos.
João dos Santos e Silva, assessor de imprensa do CPERS/Sindicato
http://www.cpers.com.br/index.php?&menu=1&cd_noticia=2439
Mayara Bacelar
A tradicional placa que indica o número de dias que a empresa está livre de acidentes de trabalho não pode computar um dos motivos de afastamento que vêm crescendo de forma significativa. As doenças psíquicas estão cada vez mais presentes nas organizações e são consideradas hoje uma das maiores preocupações do ambiente profissional. Os transtornos mentais estão fortemente presentes, seja no mundo dos negócios ou em meio às atividades rurais. Independentemente da área de atuação, os trabalhadores têm sido vítimas constantes.
Apesar de delicado, especialistas travam uma batalha para que o tema seja amplamente discutido dentro das empresas. Os números justificam o debate: a previsão da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de que, nos próximos 30 anos, a depressão alcance o posto de doença mais comum no planeta, ultrapassando casos de câncer e cardiopatias. O resultado será a queda na qualidade de vida e no rendimento dos trabalhadores, além de aumento dos gastos públicos com a enfermidade.
Mesmo que ainda não seja o mal que mais acomete a sociedade em geral, a depressão é uma das doenças que mais avança entre a população economicamente ativa. Somente em 2008, os casos de afastamento por episódios depressivos junto ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) cresceram 16% em relação ao ano anterior. As desordens de causa psíquica relacionadas ao trabalho são muitas vezes causadas pela constante pressão por resultados e competitividade acirrada entre colegas. O psiquiatra e médico do trabalho Arthur Motta explica que esses dois fatores, aliados à individualidade cada vez maior, geram inseguranças nos profissionais.
“No passado, havia muito a ideia de cooperação, enquanto hoje cada um cuida de si em prol dos resultados. Isso faz com que os indivíduos se sintam cada vez mais sós e suscetíveis a desenvolver um transtorno mental.” Ele acrescenta que, além da depressão, o transtorno bipolar e a síndrome do estresse pós-traumático também vêm registrando número maior de casos no País. No caso do último, algumas atividades em específico tendem a apresentar um número maior de afetados. Isso porque estão mais expostos a fatores como o risco de passar por alguma situação violenta.
[...]
Doenças crônicas como a hipertensão e diabetes são bastante verificadas entre empreendedores e estão diretamente ligadas aos males cardíacos, além da síndrome metabólica, que favorece essas ocorrências e mantém níveis crescentes entre o público em questão. Recentemente vem sendo observado aumento nos casos de esteatose hepática, que consiste no acúmulo de gordura no fígado, desencadeado por fatores como sobrepeso e obesidade. “Também acompanha estados de risco aumentado para o alcoolismo.”
As crises no mundo dos negócios são impulsionadoras tanto de males físicos como psíquicos e apontam para a necessidade de acompanhamento médico dentro das empresas, sobretudo pelo fato de muitas das doenças serem assintomáticas, com a hipertensão e diabetes. Para o médico, a melhora desse quadro só é possível com esforço cooperado entre empresa e executivo.
Assédio moral estimula o surgimento de doenças
A depressão desencadeada no ambiente de trabalho pode ser consequência da permanente pressão por resultados. Mas e quando essa cobrança vai além da questão da competitividade, e o colaborador trabalha com metas quase humanamente inalcançáveis? Nesse caso, o profissional pode estar enfrentando também um episódio de assédio moral.
De maneira geral, o assédio moral pode ser definido como atitudes ofensivas e repetidas cometidas por um funcionário ou chefia com objetivo de desestabilizar um colega. Falando especificamente da questão das metas, trata-se do assédio organizacional. A procuradora do trabalho da 4ª Região Márcia Medeiros de Farias explica que a maioria dos casos registrados hoje é relativa a essas ocorrências, em que o funcionário é submetido ao aumento drástico no volume de atividades.
[...]
http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=28900
O encontro contou com a presença da relatora especial sobre Formas Contemporâneas de Escravidão do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Gulnara Shahinian, e do coordenador do Projeto de Combate ao Trabalho Escravo da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Luiz Antônio Torres Machado, dentre outras entidades. O objetivo foi compilar relatos sobre a atuação do Fórum acerca do combate às formas contemporâneas de trabalho escravo.
“Na rede estadual, temos indicativos de trabalho análogo à escravidão quando o governo nega as mesmas condições de carreira dos profissionais da Educação àqueles que estão na condição de contratados temporariamente, inclusive o pagamento de horas-atividades, e quando permite que mais de 70% dos funcionários do cargo de Apoio advenham de contratos temporários e recebem um salário mínimo”, explicou Gilmar Soares.
O presidente da entidade destacou que a situação não é muito diferente na rede municipal de ensino, onde a maioria dos prefeitos não garante o direito ao Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS), além de não aplicarem os 25% dos recursos previstos na Constituição Federal, e o Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN), garantido por Lei. “Quando a jornada de trabalho direto com alunos ultrapassa 20 horas semanais também configura trabalho escravo”, completou a secretária de Formação Sindical do Sintep/MT, Marli Keller.
Gilmar Soares denunciou ainda aos representantes da ONU e da OIT as intimidações e até ameaças de morte que os trabalhadores da Educação de Cláudia sofreram ao longo de 67 dias de greve. A paralisação foi encerrada na sexta-feira (21), após assinatura do termo de compromisso entre a categoria e o prefeito municipal, Vilmar Giachini (PMDB). Em setembro de 2010, Gulnara Shahinian apresentará o relatório da viagem ao Brasil ao Conselho de Direitos Humanos, em Genebra (Suíça).
Além do Sintep/MT, participaram da reunião, representantes do Centro Burnier Fé e Justiça; Centro de Pastoral de Migrantes; deputado estadual Ságuas Moraes (PT); deputado federal Carlos Abicalil (PT-MT); Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso (Sindjor-MT); Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos de Mato Grosso (CEBI-MT); Conselho Indigenista Missionário de Mato Grosso (CIMI-MT); Fórum Mato-grossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento (Formad); Central Única dos Trabalhadores de Mato Grosso (CUT/MT); Centro de Direitos Humanos Henrique Trindade (CDHHT); Economia Solidária de Juína; Departamento de História da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
http://www.cut.org.br/content/view/20478/
CPERS critica prova nacional proposta pelo MEC
Para o CPERS/Sindicato, o Ministério da Educação (MEC) erra ao estabelecer uma prova nacional como forma de ingresso na rede pública de educação. A entidade entende que o órgão federal precisa respeitar características regionais. Não se pode apoiar uma prova que tem como objetivo avaliar o professor sem avaliar o projeto pedagógico e qual o aluno que queremos formar.A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) também critica a prova. Para o presidente da Confederação, Roberto Leão, a avaliação pode se transformar num instrumento de avaliação e mérito, levando a um ranqueamento de bons e maus professores.
Segundo a presidente do CPERS/Sindicato, Rejane de Oliveira, a prova faz com que haja uma padronização nacional, não respeitando as características as diferentes realidades das escolas públicas brasileiras. “Todas as provas vem no sentido de aferir os professores e os alunos”, sustenta Rejane, para quem “os governos só oferecem provas e não garantem a formação”.
A sindicalista avalia que o Estado gasta energia para fazer provas e fazer aferições, mas não se preocupa em investir na educação, em discutir projetos educacionais. A qualidade do ensino exige outros componentes, tais como jornada adequada de trabalho, escolas com boa infraestrutura e salários dignos.
João dos Santos e Silva, assessor de imprensa do CPERS/Sindicato
http://www.cpers.com.br/index.php?&menu=1&cd_noticia=2439
Quando a mente adoece
Com saúde não se brinca, já diria o velho e sábio ditado. No ambiente de trabalho, essa máxima deveria ser levada ao pé da letra, já que anda junto com a produtividade e qualidade do serviço executado.
Mayara Bacelar
A tradicional placa que indica o número de dias que a empresa está livre de acidentes de trabalho não pode computar um dos motivos de afastamento que vêm crescendo de forma significativa. As doenças psíquicas estão cada vez mais presentes nas organizações e são consideradas hoje uma das maiores preocupações do ambiente profissional. Os transtornos mentais estão fortemente presentes, seja no mundo dos negócios ou em meio às atividades rurais. Independentemente da área de atuação, os trabalhadores têm sido vítimas constantes.
Apesar de delicado, especialistas travam uma batalha para que o tema seja amplamente discutido dentro das empresas. Os números justificam o debate: a previsão da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de que, nos próximos 30 anos, a depressão alcance o posto de doença mais comum no planeta, ultrapassando casos de câncer e cardiopatias. O resultado será a queda na qualidade de vida e no rendimento dos trabalhadores, além de aumento dos gastos públicos com a enfermidade.
Mesmo que ainda não seja o mal que mais acomete a sociedade em geral, a depressão é uma das doenças que mais avança entre a população economicamente ativa. Somente em 2008, os casos de afastamento por episódios depressivos junto ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) cresceram 16% em relação ao ano anterior. As desordens de causa psíquica relacionadas ao trabalho são muitas vezes causadas pela constante pressão por resultados e competitividade acirrada entre colegas. O psiquiatra e médico do trabalho Arthur Motta explica que esses dois fatores, aliados à individualidade cada vez maior, geram inseguranças nos profissionais.
“No passado, havia muito a ideia de cooperação, enquanto hoje cada um cuida de si em prol dos resultados. Isso faz com que os indivíduos se sintam cada vez mais sós e suscetíveis a desenvolver um transtorno mental.” Ele acrescenta que, além da depressão, o transtorno bipolar e a síndrome do estresse pós-traumático também vêm registrando número maior de casos no País. No caso do último, algumas atividades em específico tendem a apresentar um número maior de afetados. Isso porque estão mais expostos a fatores como o risco de passar por alguma situação violenta.
[...]
Doenças crônicas como a hipertensão e diabetes são bastante verificadas entre empreendedores e estão diretamente ligadas aos males cardíacos, além da síndrome metabólica, que favorece essas ocorrências e mantém níveis crescentes entre o público em questão. Recentemente vem sendo observado aumento nos casos de esteatose hepática, que consiste no acúmulo de gordura no fígado, desencadeado por fatores como sobrepeso e obesidade. “Também acompanha estados de risco aumentado para o alcoolismo.”
As crises no mundo dos negócios são impulsionadoras tanto de males físicos como psíquicos e apontam para a necessidade de acompanhamento médico dentro das empresas, sobretudo pelo fato de muitas das doenças serem assintomáticas, com a hipertensão e diabetes. Para o médico, a melhora desse quadro só é possível com esforço cooperado entre empresa e executivo.
Assédio moral estimula o surgimento de doenças
A depressão desencadeada no ambiente de trabalho pode ser consequência da permanente pressão por resultados. Mas e quando essa cobrança vai além da questão da competitividade, e o colaborador trabalha com metas quase humanamente inalcançáveis? Nesse caso, o profissional pode estar enfrentando também um episódio de assédio moral.
De maneira geral, o assédio moral pode ser definido como atitudes ofensivas e repetidas cometidas por um funcionário ou chefia com objetivo de desestabilizar um colega. Falando especificamente da questão das metas, trata-se do assédio organizacional. A procuradora do trabalho da 4ª Região Márcia Medeiros de Farias explica que a maioria dos casos registrados hoje é relativa a essas ocorrências, em que o funcionário é submetido ao aumento drástico no volume de atividades.
[...]
http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=28900
Nenhum comentário:
Postar um comentário