by Marco Aurélio Weissheimer
Não andam nada boas as relações de uma parte significativa do PSDB gaúcho com o Palácio Piratini. Muitos tucanos não suportam a idéia de retorno da super assessora Walna Vilarins Meneses ao convívio íntimo da governadora Yeda. Na semana passada, o Diário Oficial trouxe a nomeação de Walna para o cargo de Coordenadora de Ações Administrativas do Palácio Piratini. Significa que ela retoma os plenos poderes que deteve desde o início do governo Yeda até o estouro dos escândalos dos quais é suspeita de participação. Depois disso, o clima político pesou muito e a governadora mandou Walna para Brasília, numa espécie de exílio para retirada de foco. Mas Yeda não é nada sem Walna e nem bem a poeira começou a baixar, tratou de trazê-la para bem perto de novo.São justamente os plenos poderes que a governadora confere a Walna que deixam boa parte do tucanato revoltada. Um deles chegou a desabafar: “Também, a governadora se refere ao PSDB como ´partidinho`… Só esquece que o ´partidinho` deu a ela a maior honraria da sua história, ser governadora do Rio Grande”. O certo é que a nebulosa figura de Walna voltou a mandar e desmandar no governo. Pelo crivo dela passam nomeações, exonerações, toda e qualquer coisa relacionada à vida funcional dos personagens que ocupam cargos mais importantes do governo Yeda. A suspeita é de que a ira dos tucanos que não querem Walna por perto se deve à simpatia que ela nutriria pelo PMDB, muito mais do que por qualquer outro partido. Do ponto de vista da Operação Solidária, faz sentido, afinal, Walna seria interlocutora do governo com figurões peemedebistas como Eliseu Padilha e outros como Alceu Moreira e Marco Alba que, como ela, são investigados pela Polícia Federal.
Este é o estado das artes no governo gaúcho: além do espião político confesso Ricardo Lied como Chefe de Gabinete, Yeda tem agora ao seu lado, outra vez, a presença de Walna Meneses, indiciada por corrupção. Ou seja, a governadora e sua teimosia característica parecem confirmar o ditado popular de que “pau que nasce torto…” Que não se deixe de cogitar que Yeda, como bem lembra Adão Paiani em post neste blog, pode estar sendo obrigada a tomar a decisão de abrigar Walna no seio do governo. Ainda assim, não será menos responsável. Talvez até seja mais…
Só para lembrar: o povo gaúcho nunca recebeu uma explicação convincente sobre as ligações telefônicas e os encontros de Walna com Neide Bernardes (esta indiciada em quatro inquéritos da PF). Os policiais federais, entretanto, tem uma explicação: Walna seria o elemento de ligação entre investigados pelas fraudes e o governo do Estado. Neide, assim como Walna, é muito próxima de Chico Fraga, o chamado “homem de todas as fraudes” devido à suspeita de tenha tido participação tanto no escândalo do Detran quando nos episódios de favorecimento à empresas em licitações de obras de baragens e grandes estradas. (Maneco)
Foto: Palácio Piratini
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