Desde 2011, mais de R$ 256 milhões foram para hospedagem e alimentação de servidores públicos e CCs
Jimmy Azevedo, JC - 07/08/2013
Constantemente alvo de investigações e apontamentos por órgãos como o Ministério Público, o uso de diárias é uma conta cara para os gaúchos. Desde janeiro de 2011, quando assumiu o Executivo, o governo Tarso Genro (PT) gastou mais de R$ 256 milhões. Os valores são destinados à alimentação e hospedagem de servidores públicos, cargos em comissão (CCs), secretários, governador e vice durante viagens pelo Estado, Brasil e exterior.
Levantamento feito pelo Jornal do Comércio no Portal Transparência aponta o aumento na utilização de diárias pelo Executivo. Em 2011, o gasto foi de R$ 69,5 milhões; em 2012, saltou para R$ 111 milhões; e, nos primeiros cinco meses de 2013, já foram gastos R$ 76,1 milhões. Nestes dois anos e meio à frente do Palácio Piratini, a gestão petista desembolsou R$ 8,2 milhões por mês em diárias. Isso representa o empenho de R$ 266 mil por dia.
O valor em diárias, nesse período, é superior ao que o governo pretende destinar através de 433 projetos para cidades de 28 regiões em 2014. A cifra chega perto do valor que o Executivo pretende investir na recuperação de 1.744 escolas, ou seja, R$ 269,5 milhões. Durante toda a gestão anterior (2007-2010), o governo Yeda Crusius (PSDB) gastou R$ 177 milhões com diárias.
Autarquias são as que mais utilizam verba
O Departamento Estadual de Estradas de Rodagem (Daer) e o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) são os órgãos que mais concedem diárias a funcionários e servidores. Nos primeiros cinco meses do ano, o Daer pagou R$ 7,1 milhões. A autarquia, que conta com cerca de 1,6 mil funcionários na ativa, é responsável por obras nas estradas gaúchas e fiscalização. Em 2011, a descoberta de um escândalo de corrupção no departamento apontou o prejuízo de R$ 13 milhões aos cofres públicos. Foram realizadas licitações fraudulentas para o contrato de locação de controladores de velocidade, conhecidos como pardais.
De acordo com a assessoria de imprensa do Daer, parte das diárias da autarquia é destinada ao Comando Rodoviário da Brigada Militar, que atua nas rodovias do Rio Grande do Sul. O departamento tem 17 superintendências no Estado, onde são centralizados os trabalhos de fiscalização de obras de infraestrutura rodoviária e fiscalização do transporte. “Uma das razões dos gastos em diárias é que o departamento é um dos órgãos que mais se desloca no Estado. A autarquia não pode fiscalizar o transporte nem as obras sem ir até o local”, diz a nota encaminhada à reportagem.
Além das diárias fixas, destinadas a agentes públicos que trabalham em estradas e percorrem obras de infraestrutura no Estado, a cúpula do governo realizou dezenas de reuniões pelo Interior, seja nas Interiorizações ou em eventos como Diálogos do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (Conselhão) e o Encontros para o Desenvolvimento. Em artigo publicado em julho, o governador Tarso Genro (PT) relatou a experiência de viajar até comunidades distantes. “Nas conversas em cada cidade, também ouvimos a avaliação dos cidadãos e cidadãs das regiões, representantes da sociedade civil organizada, parlamentares e de gestores públicos sobre as obras e programas do governo que estão em andamento. Esse é o melhor termômetro para avaliar se estamos sendo efetivos e se, de fato, nossas políticas estão chegando na ponta e fazendo a diferença na vida da população.”
Para o líder do governo na Assembleia Legislativa, Valdeci Oliveira (PT), o governo tem investido em áreas essenciais, como a educação. “É uma questão de gestão (o gasto com diárias). Certamente, o governo tem as suas razões. Mas, por exemplo, recursos para a educação existem. O que ocorre é a lentidão nas licitações, que acaba se tornando um problema”, avalia o deputado.
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http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=131291
Por Siden Francesch do Amaral, Professor e Diretor Geral do 14º Núcleo/CPERS-Sindicato.
Contra o PL 4330, trabalhadores fazem vigília em frente à Fiergs
Atos contra a terceirização aconteceram em todo o BrasilA CUT e demais centrais sindicais realizaram nesta terça-feira, 06, um dia nacional de protesto contra o Projeto de Lei 4330. Em todo o país, foram realizados atos em frente as entidades patronais. Em Porto Alegre, a maioria dos cutistas se concentrou em frente à Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), desde às 6h da manhã.
A vigília reuniu centenas de trabalhadores, de diversas regiões do Estado, com o objetivo de dialogar com a sociedade e pressionar empresários e parlamentares para que se posicionem contra o PL. O Projeto piora as condições de trabalho, permitindo a terceirização na atividade-fim das empresas.
Não ao retrocesso, não à terceirização
Durante toda a atividade, os dirigentes relatavam os prejuízos da terceirização para categorias como bancários e telefônicos, onde há um alto número de trabalhadores terceirizados. Representantes das federações e dos sindicatos de base estadual também se manifestaram, defendendo que a possível aprovação do PL é um retrocesso para a classe trabalhadora.
Para a dirigente da CTB-RS, Eremi Melo, apenas a unidade das centrais é capaz de barrar os abusos dos patrões e a retirada de direitos que este PL representa. Neiva Lazzarotto, da Intersindical, afirmou que se os deputados votarem a favor da terceirização, seus nomes vão para as ruas e eles sentirão as consequências nas próximas eleições. Lembrando o sucesso da greve geral do dia 11 de julho, Lucas Sena, da CSP Conlutas, disse que é necessário intensificar as mobilizações para avançarmos nas conquistas da classe trabalhadora.
O coordenador da CUT Regional Vale dos Sinos, Mauro Schorn, convocou todos para participarem do ato contra a terceirização que será realizado na próxima sexta-feira, 09, a partir das 7h30, na cidade de Sapiranga. “Vamos fazer uma grande caminhada na cidade. Apenas mobilizados vamos conseguir barrar o 4330”, acredita. Já o coordenador da CUT Regional Planalto, Alcidir de Andrade, explicou porque o PL ataca os direitos dos trabalhadores e cobrou dos deputados gaúchos que enxerguem os trabalhadores brasileiros.
Pauta da classe trabalhadora
“Vigília é um momento de reflexão, estamos aqui convidando os empresários para refletirem sobre o que pode acontecer se o 4330 for aprovado”, disse o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, ao iniciar sua manifestação.
Segundo o dirigente, a classe trabalhadora já demonstrou seu poder de mobilização no dia 11 de julho. “Se a nossa pauta não avançar, se o PL 4330 for para votação, a vida não será fácil para os empresários. Vamos parar o Brasil novamente”, disse Nespolo.
Além do PL da terceirização, ele lembrou outros pontos da pauta dos trabalhadores entregue para a presidente Dilma, em março, como o fim do fator previdenciário e a redução da jornada de trabalho para 40 horas sem redução de salário.
Finalizando, Nespolo salientou a importância dos trabalhadores usarem as redes sociais para pressionarem os deputados e como meio de divulgar as informações negligenciadas pelos monopólios dos grandes meios de comunicação.
Próximas ações
Para o próximo dia 13 de agosto, data da possível votação do PL 4330, está prevista uma grande mobilização em Brasília. Diversas categorias de trabalhadores gaúchos vão se somar à atividade.
Caso a pauta da classe trabalhadora não avance uma nova grave geral acontecerá no dia 30 de agosto. “E será maior que o dia 11 de julho”, garantiu Nespolo.
A atividade na Fiergs encerrou por volta das 11h. Outras atividades seguiram acontecendo em frente as sedes das demais entidades patronais gaúchas.
Fonte: Site da CUT-RS
http://cutrs.org.br/contra-o-pl-4330-trabalhadores-fazem-vigilia-em-frente-a-fiergs/
Por Joana
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