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quinta-feira, 16 de julho de 2009

Dia de protesto coloca mais pressão sobre o governo Yeda



O dia de protesto contra o governo Yeda, envolvido em suspeitas de corrupção, foi marcado pela demonstração de unidade entre servidores públicos, organizados no Fórum dos Servidores Públicos Estaduais (FSPE-RS). A mobilização expôs a truculência de um governo que está à beira do abismo, aguardando o empurrão definitivo. Diante da falta de condições para continuar governando, o impeachment da governadora é uma necessidade.

A movimentação começou nas primeiras horas da fria manhã de Porto Alegre com uma concentração em frente à mansão da governadora, onde foi instalado um contêiner simbolizando as escolas de lata que são mantidas pelo governo. A intenção foi mostrar à sociedade a contradição existente entre as precárias condições a que são submetidos os trabalhadores em educação e os alunos e o conforto da senhora governadora, que até o momento ainda não deu explicações convincentes sobre a forma como foi adquirida sua casa.

Em todas as regiões do Rio Grande do Sul, escolas colocaram faixas denunciando o desmonte do ensino público e os ataques aos direitos dos educadores, da comunidade escolar e dos servidores em geral. Algumas regiões organizaram atos públicos, passeatas, plenárias e outras formas de mostrar o descontentamento com as políticas do governo.

Na mobilização da capital, no início da manhã, baixou, na Polícia Militar, o espírito do Coronel Mandes, que agredia com cacetetes os trabalhadores e apalpava com luvas de pelica nomes envolvidos em denúncias de corrupção. Sem explicação para tamanha truculência, o comando militar gaúcho mandou a Tropa de Choque para “conter” o movimento. Não deu outra. Sindicalistas foram detidos e profissionais da imprensa agredidos. Esse é o novo jeito de fazer.


Sete pessoas foram detidas: Rejane de Oliveira, presidente do CPERS/Sindicato; Neida de Oliveira, 1ª vice-presidente do CPERS/Sindicato; Miguel Gustavo Corrêa Chagas, diretor do Sindicaixa; Fernanda Melchionna, vereadora em Porto Alegre pelo PSOL; Caco Argemi, fotógrafo; o motorista de um caminhão utilizado pelo FSPE-RS; e um estudante.do Comitê Fora Yeda de Pelotas.

A detenção de dirigentes sindicais e de outras pessoas foi classificada pela presidente do CPERS/Sindicato como um ato arbitrário e desnecessário. “Primeiro, a polícia nos retirou da calçada em frente à casa da governadora. Depois, com os manifestantes no meio da rua, isolaram o quarteirão em que se localiza a casa de Yeda. Quando já estávamos no ônibus, prontos para deixarmos o local, a polícia foi até o veículo para me deter”, disse Rejane.

Acuada por indiciamentos de dois dos seus secretários pela Polícia Federal gaúcha, por corrupção e cada vez mais desacreditada pela nas pesquisas de opinião, a governadora Yeda Crusius tem evitado aparições públicas, mas não consegue evitar o desgaste de sua administração. O governo Yeda tem sido alvo de acusações de corrupção desde a Operação Rodin, da Polícia Federal, que apurou um desvio de aproximadamente R$ 44 milhões do Detran gaúcho.

O dia de protesto na capital foi concluído com um ato público em frente ao Palácio Piratini. Mil balões pretos foram soltos simultaneamente como símbolos de um governo que já caiu em desgraça com o povo gaúcho.

João dos Santos e Silva, assessor de imprensa do CPERS/Sindicato
Fotos de Caco Argemi

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