JUCA GIL - 20.08.12
Todas as vezes que surgem novos dados relativos a processos de medição da qualidade do ensino, ocorre o mesmo frenesi, numa mistura de espantos, busca de culpados e casos exemplares a serem imitados.
Não há dúvida de que ter acesso a informações pode contribuir para a compreensão do que ocorre com nossa educação, mas é fundamental esclarecer algumas limitações advindas tanto dos dados quanto das suas interpretações.
Instrumentos como Ideb, Enem, Prova Brasil, Pisa e outros são tratados frequentemente como se fossem oráculos através dos quais enxergaríamos “a” realidade. Eles se postam num pedestal (ou são postados?), pretensamente neutro, em que a verdade seria retratada. Essas ferramentas de viés avaliativo são parciais e buscam demonstrar recortes ancorados em determinados valores e concepções do que seja “qualidade”.
O Ideb é a bola da vez, e convido-o a algumas reflexões. O que você diria da qualidade do ensino de uma escola que não consegue ensinar biologia, história e inglês aos seus alunos? E ela também é péssima em física e educação artística... Segundo a medição do Ideb, tudo isso seria indiferente, e a nota da escola até poderia ser alta, pois somente são aferidas informações relativas a português e matemática. Em contraste, o que você pensaria de uma escola com resultados excelentes no ensino de química, geografia e educação física? Nesta escola haveria também ótimos trabalhos em relação à sexualidade, às drogas, e o bullying seria coisa do passado. Você diria que ela é inadequada só porque não está entre os melhores Idebs do Estado? Há “qualidades” ignoradas pelo Ideb.
Outra opção sedimentada de leitura tende a focar o olhar predominantemente sobre as mazelas das escolas públicas, quando os dados indicam também visões alternativas. Por exemplo, as melhores escolas do Brasil são públicas! Sim, a começar pelas federais. Mas não só estas: entre as 10 melhores escolas gaúchas no Ideb dos anos iniciais do Ensino Fundamental figuram apenas instituições estaduais e municipais. A nota média das escolas privadas gaúchas (6,7) está abaixo da pontuação das 10 melhores escolas públicas do Estado (entre 7,3 e 8,2). E, se a nota média privada é 6,7, pode-se afirmar que boa parte delas tem notas abaixo desse patamar, com 6 ou 5 pontos. Para quem acredita na lógica concorrencial, o que dizer do fato de as escolas privadas gaúchas terem desempenho pior do que suas congêneres catarinenses e paranaenses, em todas as séries avaliadas, tanto em português quanto em matemática? Há indícios de que pagar mensalidades escolares não garante aos gaúchos uma boa posição em tempos de vestibulares nacionais.
Três leituras: 1) o Ideb não tem nada de neutro e expressa uma visão limitada de qualidade; 2) a ladainha de que o poder público é ineficiente não é uma verdade inabalável; 3) as escolas privadas não são a maravilha que alguns creem.
Não há dúvida de que ter acesso a informações pode contribuir para a compreensão do que ocorre com nossa educação, mas é fundamental esclarecer algumas limitações advindas tanto dos dados quanto das suas interpretações.
Instrumentos como Ideb, Enem, Prova Brasil, Pisa e outros são tratados frequentemente como se fossem oráculos através dos quais enxergaríamos “a” realidade. Eles se postam num pedestal (ou são postados?), pretensamente neutro, em que a verdade seria retratada. Essas ferramentas de viés avaliativo são parciais e buscam demonstrar recortes ancorados em determinados valores e concepções do que seja “qualidade”.
O Ideb é a bola da vez, e convido-o a algumas reflexões. O que você diria da qualidade do ensino de uma escola que não consegue ensinar biologia, história e inglês aos seus alunos? E ela também é péssima em física e educação artística... Segundo a medição do Ideb, tudo isso seria indiferente, e a nota da escola até poderia ser alta, pois somente são aferidas informações relativas a português e matemática. Em contraste, o que você pensaria de uma escola com resultados excelentes no ensino de química, geografia e educação física? Nesta escola haveria também ótimos trabalhos em relação à sexualidade, às drogas, e o bullying seria coisa do passado. Você diria que ela é inadequada só porque não está entre os melhores Idebs do Estado? Há “qualidades” ignoradas pelo Ideb.
Outra opção sedimentada de leitura tende a focar o olhar predominantemente sobre as mazelas das escolas públicas, quando os dados indicam também visões alternativas. Por exemplo, as melhores escolas do Brasil são públicas! Sim, a começar pelas federais. Mas não só estas: entre as 10 melhores escolas gaúchas no Ideb dos anos iniciais do Ensino Fundamental figuram apenas instituições estaduais e municipais. A nota média das escolas privadas gaúchas (6,7) está abaixo da pontuação das 10 melhores escolas públicas do Estado (entre 7,3 e 8,2). E, se a nota média privada é 6,7, pode-se afirmar que boa parte delas tem notas abaixo desse patamar, com 6 ou 5 pontos. Para quem acredita na lógica concorrencial, o que dizer do fato de as escolas privadas gaúchas terem desempenho pior do que suas congêneres catarinenses e paranaenses, em todas as séries avaliadas, tanto em português quanto em matemática? Há indícios de que pagar mensalidades escolares não garante aos gaúchos uma boa posição em tempos de vestibulares nacionais.
Três leituras: 1) o Ideb não tem nada de neutro e expressa uma visão limitada de qualidade; 2) a ladainha de que o poder público é ineficiente não é uma verdade inabalável; 3) as escolas privadas não são a maravilha que alguns creem.
JUCA GIL é Professor da Faculdade de Educação da UFRGS
*Artigo publicado, originalmente, no jornal Zero Hora, edição do dia 20 de agosto de 2012
Fonte: Portal CPERS/Sindicato
Por Siden
*Artigo publicado, originalmente, no jornal Zero Hora, edição do dia 20 de agosto de 2012
Fonte: Portal CPERS/Sindicato
Por Siden
Trensurb vai abrir concurso público para preencher 690 vagas
Salários podem ir de R$ 1.042,66 até R$ 4.282,44
Da Redação - 20/08/2012 14h53
Porto Alegre - A Trensurb vai abrir concurso público em breve para preencher 690 vagas, sendo 30 imediatas e o restante para cadastro reserva, para profissionais de nível médio, técnico e superior, com salários que variam entre R$ 1.042,66 e R$ 4.282,44.
As oportunidades são para as áreas de operação de estações (as 30 vagas imediatas, além de 250 para cadastro) e de segurança metroviária (100); técnico de contabilidade (50); técnico de administração (50); técnico em estradas (30); técnico em eletrotécnica (60); técnico em eletromecânica (10); contador, nas áreas de processo de gestão econômica e financeira (20) e de processo de auditoria (20); arquivista (10), bibliotecário (10); engenheiro civil (30); engenheiro civil na modalidade transporte (20); engenheiro eletricista (30).
[...]
http://www.jornalvs.com.br/concurso/408405/trensurb-vai-abrir-concurso-publico-para-preencher-690-vagas.html
As oportunidades são para as áreas de operação de estações (as 30 vagas imediatas, além de 250 para cadastro) e de segurança metroviária (100); técnico de contabilidade (50); técnico de administração (50); técnico em estradas (30); técnico em eletrotécnica (60); técnico em eletromecânica (10); contador, nas áreas de processo de gestão econômica e financeira (20) e de processo de auditoria (20); arquivista (10), bibliotecário (10); engenheiro civil (30); engenheiro civil na modalidade transporte (20); engenheiro eletricista (30).
[...]
http://www.jornalvs.com.br/concurso/408405/trensurb-vai-abrir-concurso-publico-para-preencher-690-vagas.html
Justiça suspende direitos políticos de Arruda por violação do painel do Senado
Renata Giraldi, Agência Brasil - 20/08/2012 - 14h04
Brasília – A Justiça Federal no Distrito Federal (DF) condenou o ex-governador do DF José Roberto Arruda (sem partido) por improbidade administrativa pela violação do painel eletrônico do Senado, em 2000, na votação que resultou na cassação do mandato do ex-senador Luiz Estevão. Na ocasião, Arruda, então líder do governo na Casa e senador pelo Democratas (DEM), acabou por assumir envolvimento no ato e renunciou ao mandato.A decisão diz que o ato de Arruda marcou negativamente a história política do país. Conforme a decisão da Justiça, Arruda terá os direitos políticos suspensos por cinco anos, não poderá receber benefícios fiscais do Poder Público e nem participar de contratos. Arruda terá ainda que pagar multa – equivalente a 100 vezes o salário de senador em 2000. Os bens do ex-governador ficam indisponíveis até o pagamento da multa, segundo a decisão.
[...]
Após renunciar ao cargo de senador, Arruda ainda disputou vaga para a Câmara dos Deputados, elegendo-se. Depois, concorreu ao governo do Distrito Federal e venceu. Porém, em 2010, renunciou ao cargo de governador em meio às denúncias de envolvimento com um esquema de corrupção e pagamento de propina. Nos últimos dois anos, Arruda está afastado do cenário político.
[...]
Edição: Carolina Pimentel
http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-08-20/justica-suspende-direitos-politicos-de-arruda-por-violacao-do-painel-do-senador
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