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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Discussões marcam audiência pública sobre piso salarial dos professores na Assembleia

16/12/2011 - 14h49min
A Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia, da Assembleia presidida pela deputada Juliana Brizola , realizou, nesta sexta-feira (16), audiência pública que tratou da aplicação da Lei n° 11.738 que dispõe sobre a instituição do Piso Nacional para os profissionais do magistério público da Educação Básica. Além dos representantes sindicais, deputados, representantes de entidades, o público também participou de forma efetiva do debate, muitas vezes interrompendo falas com vais e aplausos. “Temos que buscar um entendimento, pois está claro que ninguém aqui é contra o pagamento do piso do magistério. Mas tem de haver um distensionamento para que saibamos o que as partes querem e podem fazer efetivamente”, disse Juliana.

Para a presidente do Cpers, Rejane Oliveira, existe uma contradição no governo de Tarso Genro, que, quando ministro da Educação, foi quem assinou a legislação referente ao piso do magistério, e que, quando ministro da Justiça, exigiu o cumprimento da mesma lei pelos Estados. “Esta é uma lei de 2008 e que até agora ainda não foi cumprida, não podemos adiar mais. O governador prometeu retirar a ação de inconstitucionalidade do governo Yeda e hoje se utiliza do mesmo expediente para adiar o cumprimento da lei. E não estamos pedindo um absurdo, é cerca de R$ 1,5 mil que resgatará um pouco da dignidade de nossa categoria”, relatou Rejane. Ainda para a direção do sindicato dos professores a situação não diz respeito apenas ao piso, mas as escolhas feitas pelo atual governo que, segundo Rejane, se elegeu com outro compromisso. “O governo fez uma escolha clara de manter os privilégios, de seguir dando isenções fiscais, de aumentar o salário dos que ganham mais e de criar mais e mais CCs. Enquanto isso os compromissos com a educação são ignorados”, completou Rejane.

O representante da Secretaria Estadual de Educação, José Valdir Rodrigues da Silva, alegou que o governo está cumprindo a lei e implantando o piso progressivamente, e que as negociações só não estão mais avançadas devido a judicialização do governo anterior. “Tenho muitos pontos em comum com a fala da Rejane, pois ninguém está contra o pagamento do piso. Só não posso concordar com a afirmação de que o governo não está cumprindo com o acordo feito com os professores. O nosso governo inclusive está criando condições para pagar o piso sem mexer no plano de carreira, um pedido do Cpers. Seria muito simples modificar a carreira dos professores e cumprir a lei, mas não é isso que queremos”, ressaltou José Valdir. “Só para o próximo ano o governo está empenhando quase meio bilhão apenas para o piso do magistério, e já disse que serão dois bilhões nos quatro anos para cumprir a legislação na sua totalidade. E neste primeiro ano já demos um aumento superior aos quatro anos anteriores, pois temos compromisso com a educação”,  complementou.

Os deputados se dividiram entre a defesa da proposta do governo e entre os que defendiam uma posição mais firme e o cumprimento do piso. Frederico Antunes , propôs o encaminhamento de um documento ao governo estadual, assinado por todos os deputados, exigindo o cumprimento da lei por parte do governador Tarso Genro, ou uma explicação clara do cronograma de pagamento do piso. “Todos os deputados da base vão concordar em assinar o documento, pois eles mesmos afirmam serem a favor do piso. No governo anterior, inclusive, cobravam seu cumprimento imediato. Então é isso que estou fazendo, reencaminho a cobrança que eles faziam ao governo estadual. Temos que acabar com essa disputa entre Cpers e governo, antigos companheiros, que agora se digladiam, tendo como únicos prejudicados a educação gaúcha”, disse Frederico. “O governo trata o Cpers com deboche, pois o sindicato muitas vezes foi usado pelo partido do governador. Enquanto pôde os tratou como aliados e agora é contra”, complementou.

Raul Pont, que foi relator do orçamento estadual, comentou que as dificuldades do governo se devem a problemas históricos, e que a única maneira do governo garantir o piso, sem mexer no plano de carreira do magistério, é fazer este parcelamento. “O governador Tarso já se comprometeu com R$ 2 bilhões para o cumprimento da lei em quatro anos. Para o próximo ano serão R$ 1,2 bilhões a mais para a educação em relação a 2010. Destes, R$ 500 milhões serão apenas para o piso dos professores, e isto já está aprovado aqui na Assembleia. Não dá para vir aqui com este discurso que o governo não está preocupado com a educação”, analisou Pont.
http://www.radiofandango.com.br/archive/valor.php?noticia=24277

Notícias do Brasil carnavalizado e barroco

Por Juremir* - 17.12.11
Morreu Joãozinho Trinta.

Morreu Sérgio Britto.

Mais longe, morreu Cesária Évora.

É um pouco do teatro, da música e da ópera popular que se vai.

Mundo globalizado.

E o que fica?

Não é só pobre que não gosta de pobreza, os ricos também não.

Intelectuais não há mais.

O que fica?

Depois do petralhas, a tucanalha, segundo livro de Amaury Ribeiro Jr.

É como uma escola de samba: tudo se mistura, tudo se confunde, empresas nas Ilhas Virgens Britânicas, a Verônica do Serra, a Verônica do Daniel Dantas, as contas de campanha, as contas bancárias de uns e outros e mais um tesoureiro de campanha, desta vez o tesoureiro de José Serra.

Uns se vão, outros ficam.

E o que fica mesmo?

O livro do ano: “A privataria tucana”, a narrativa de uma rede de relações incestuosas, um toma-lá-dá-cá inimaginável, dinheiro que vai para o exterior pelas mãos de doleiros, dinheiro que volta do exterior como investimentos em empresas nacionais, sendo que o investidor estrangeiro e o empresário nacional são a mesma pessoa, uma modalidade de lavagem de dinheiro simples, eficaz e quase tão banal quanto lavar roupa no tanque.

Trinta se foi. Era o homem da fantasia.

Ficou a realidade sem fantasia da corrupção sem porteira.

E um livro com uma pilha de documentos de fazer corar uma virgem britânica.

Claro, como sempre, todos negam.

Um livro sobre as manipulações da mídia carioca e paulista em favor dos tucanos.

Uma obra para não figurar na capa da Veja e para ser desmentida pela Folha de S. Paulo.

Um manual sobre sacanagens, espionagens, armações e fortunas rápidas.

Ou como o propinoduto das privatizações irrigou empresas de gaveta, de fachada e ganhos sem trabalho.

É o presente de Natal.

Muito melhor do que o novo iPhone.

Nem Papai-Noel acredita.
*Juremir Machado da Silva é Historiador e Jornalista
www.correiodopovo.com.br/blogs/juremirmachado/

Kassab sanciona aumento de quase 200% a subprefeitos
16.12.11 • 20h46
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), sancionou o aumento a servidores comissionados e cargos de confiança, que passa a valer a partir de janeiro. No caso dos subprefeitos, por exemplo, o reajuste será de 193,52% (R$ 6.573,27 para R$ 19.294,10), de acordo com a lei 550/11, publicada nesta sexta-feira no Diário Oficial do município.

A lei havia sido aprovada pela Câmara de Vereadores no dia 8 deste mês, com 37 votos favoráveis e 11 contrários. Ela determina ainda que os secretários-adjuntos recebam R$ 18.329,39 e chefe de gabinete do prefeito, vice, das secretarias e subprefeituras, R$ 17.364,69.

A figura dos superintendentes do Instituto de Previdência Municipal de São Paulo, Serviço Funerário, Autarquia Hospitalar e Autarquia de Serviços Auxiliares de Saúde ganharão R$ 18.329,39; o mesmo para o presidente da Autoridade Municipal de Limpeza Urbana, diretores gerais da Fundação Paulistana de Educação e Tecnologia e Fundação Theatro Municipal. Já os chefes de gabinete do Instituto de Previdência, Serviço Funerário, Limpeza Urbana receberão R$ 17.364,69.
Fonte: Portal Terra

Comentário
:
Isso é um deboche!

No RS, também não falta dinheiro para reajustar os altos salários e para os CCs...

Enquanto isso, aqui no RS, os trabalhadores em educação sobrevivem de um salário miserável.

Soa também como deboche quando o Governo  Tarso diz que vai pagar o Piso integral somente em 2014... E vejam que o básico dos educadores não chega a R$ 1.200,00 (valor do MEC). É muito pouco para tanta lamúria por parte do executivo.

 
Governador, a Lei tem que ser cumprida!
BASTA DE CHORO!
Siden Francesch do Amaral, Diretor Geral do 14º Núcleo do CPERS/Sindicato.

Brasil é a 6ª potência mundial
16.12.11
O Reino Unido já não é a 6ª maior potência econômica do mundo, tendo sido ultrapassado pelo Brasil, que passou a ter este ano o sexto maior produto interno bruto (PIB) do mundo.

A informação é da empresa de consultadoria britânica Economist Intelligence Unit (EIU), confirmando assim, e antecipando, as previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) para 2011.

Tanto o FMI como "Economist Intelligence Unit", empresa de consultadoria pertencente ao grupo da revista "The Economist"e o Business Monitor International (BMI) haviam previsto que o Brasil ultrapassaria até ao final do ano o Reino Unido, passando a ocupar o lugar de sexta maior economia mundial.

De acordo com as projeções da EIU,  o Brasil perderá a 6ª posição para a Índia em 2013 mas voltará a recuperar o lugar no ranking em 2014, ano do Mundial de Futebol, ao ultrapassar a França.

PIB cresce acima dos países ricos
A diferença do PIB estimado para o Brasil até ao final  do ano - 2,44 mil milhões de dólares (mesmo considerada a redução da projeção de crescimento de 3,5% para 3%) e o PIB do Reino Unido (2,41 mil milhões, com crescimento de 0,7%) é de 1,2%, diferença que poderá facilmente triplicar.

Segundo o jornal "Folha de São Paulo", a subida do Brasil no ranking das maiores economias do mundo deve-se à crise dos países desenvolvidos. De acordo com a agência Terra, a tendência de ascensão dos países emergentes era esperada por especialistas há anos, mas acentuou-se devido à crise global.

A EIU refere que o Brasil continuará a subir no ranking das grandes potências, de modo a que até ao fim da década - de acordo com as projeções - o PIB brasileiro será maior do que o de todos os países europeus.

Segundo o "The Word Economy", de Angus Maddison, em 1820 o PIB britânico, sem as colônias,  era 12,4 vezes maior do que o do Brasil; em 1870 era 14,3 vezes superior; e em 1913, 11,7 vezes mais elevado.

Em 2009, o PIB do Brasil ultrapassou os do Canadá e Espanha, passando a ser o oitavo do mundo, e em 2010 ultrapassou o de Itália.

De acordo com a "Folha", o crescimento do PIB que coloca o Brasil em posição favorável em relação às maiores economias mundiais é influenciado também pelo aquecimento da economia em 2010, pautada por uma política monetária de estímulo ao consumo - com uma série de subsídios e isenções de impostos iniciada no pós-crise.

"Enquanto a maioria das economias desenvolvidas ainda gatinhava na recuperação, o Brasil registou no ano passado o maior crescimento desde 1986, chegando a 7,5%. Em 2009, no entanto, a variação da economia brasileira foi negativa."

O jornal ressalta, ainda, que houve uma desaceleração na relação trimestral este ano, influenciada pela contenção do crédito, da valorização do câmbio, de juros mais elevados e do consequente arrefecimento da indústria provocado por estes fatores.
Fonte: Blog Aldeia Gaulesa

Comentário
Imaginem, qual seria nossa posição no ranking,  se não tivéssemos  "pena" de investir em educação!

A 6ª potência mundial na economia não pode continuar pagando mal os educadores.
PISO SALARIAL NACIONAL JÁ, A TODOS OS EDUCADORES BRASILEIROS!

Siden Francesch do Amaral, Diretor Geral do 14º Núcleo do CPERS/Sindicato.

Ser Professor?
17/12/2011 0:18,  Por CMI Brasil
Não vejo que a questão em ora priorizar o ensino superior ou ora o ensino Básico seja o problema central. Não temos como recuperar o tempo perdido. Imagine um Adulto querer ser novamente criança, pelo fato de não ter aproveitado a fase de criança. Tem ele, que olhar para o futuro e planejar desde agora, como será a sua fase de idoso.

A curta história que vou narrar mostra como o professor é tratado a décadas.

No dia 5/12/2011, estava saindo com meu carro da garagem Ladeira, na rua Andrades Neves, centro de Porto Alegre, quando uma senhora, aparentando 55 anos, que caminhando pela calçada em direção a rua da Praia me fez parar meu carro.

De dentro do veículo, observando-a passar, percebi no seu caminhar que estava cansada. Quando olhei para seu rosto aparentava um ar de decepcionada, olhava pra o chão. Logo reparei que carregava uma bandeira no ombro, a do CPERS (Sindicato dos Professores do estado do Rio Grande do Sul), acho que vinha de alguma manifestação na Praça da Matriz.

Naquele momento passou um filme na minha cabeça. Sabia exatamente o que aquela senhora estava sentindo. Lembrei me de quando o Governador Jair Soares no último ano do seu governo fixou através de lei, o piso salarial de 2,5 salários mínimos, como básico ao inicio de carreira de Professor. Foi uma festa lá em casa, pois meu pai e minha mãe eram professores. Naquele ano estava somente com 16 anos e como jovem que era, fiz tantos planos, a Família inteira sonhava que uma melhor vida financeira estava chegando, faltava poucos meses.

Ocorre que no verão do ano de 1986, já no Governo de Pedro Simon, estávamos na praia, no Camping do Clube do Professor Gaúcho em Pinhal e teve uma Assembleia no Gigantinho e outra em Tramandaí. Lembro-me que o meu Pai, juntamente com outros professores, foi na Assembleia de Tramandaí e na volta, chegou ele com um ar de decepcionado. Não o tinha visto ainda com aquele olhar. Disse-nos que não teriam mais os 2,5 salários mínimos como básico. O sonho Acabou.

O Governador Pedro Simon, acabou derrubando o projeto de Lei que dava os 2,5 salários, alegando que era inconstitucional entre outros tantos argumentos. Hoje ele é franciscano.

Este filme não durou mais que uns 15 segundos. Fui tomado por uma onda de revolta, indignação em relembrar o que passamos, as dificuldades, as necessidades, as privações.

Queria naquele momento sair do carro, correr pela rua berrando, bem alto, para todo o Rio Grande do Sul, o Brasil ouvir:

TODOS VOCÊS GOVERNADORES, QUE PASSARAM OU ESTÃO, NO COMANDO DOS ESTADOS, DOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS E DO PAÍS, VOCÊS SÃO OS CULPADOS PELO CAOS QUE A EDUCAÇÃO BRASILEIRA ENCONTRA-SE.

Propagam aos quatro ventos, nos jornais, nas rádios, na televisão, que e através da Educação, que este País chegará ao lugar que todos brasileiros sonham e desejam. Um lugar sem desigualdade, sem ignorância, sem fome, sem analfabetos.

Mas o que fazem, pagam salários aos professores, menores de que a um pedreiro, servente ou pintor, não desvalorizando estas dignas profissões, mas somente para usar com o parâmetro. Imagine se nas nossas faculdades brasileiras tivéssemos professores pagos, usando o critério do que recebe um professor do básico. Nossas faculdades não teriam mais professores.

A continuar como está, a tendência é os novos alunos do magistério, perderem o interesse pela profissão e cada vez mais, faltarão professores em sala de aula, fato este já corriqueiro em todo meio escolar e divulgado amplamente no meio jornalístico.

Talvez, daqui a não sei quanto tempo, com a escassez de Professores, o salário tende a aumentar naturalmente a valores que deem condições, para quem adentrar à carreira, tenha uma vida digna que o profissional mereça. Essa é a lei do mercado, onde a oferta de mão-de-obra é abundante, os salários tendem a cair. Por isto que os profissionais anteriormente citados, pedreiro, servente e pintor, são atualmente bem remunerados, pois há escassez destes, no atual momento econômico que o Brasil encontra-se. Abundância de obras governamentais, privadas e para ajudar a Copa 2014.

Talvez, se realmente fosse importante a educação como um todo, não estaríamos mais a décadas, falando de como resolver está questão. A situação serve apenas para formular novas teses e estudos, cujos mesmos acabam sempre em uma gaveta, já lotada e empoeirada de velhas teses e estudos.
Por César Spadoni - cesarspadoni@hotmail.com
http://correiodobrasil.com.br/ser-professor/343797/

Com salário dobrado, Porto Alegre tira professores da rede estadual
Angela Chagas, Porto Alegre - 16.12.11 • 10h30
Enquanto professores estaduais do Rio Grande do Sul encerraram há poucos dias uma greve para cobrar o cumprimento da lei que instituiu o piso nacional do magistério, educadores da rede municipal de Porto Alegre convivem com uma situação bem diferente. No município, um professor com jornada de 40 horas semanais ganha R$ 2 mil de salário básico, mais que o dobro do que no Estado, que paga apenas R$ 860 para a mesma carga horária.


A oportunidade de ter um salário mais "justo" faz com que muitos professores que residem na capital gaúcha e até no interior troquem o trabalho na rede estadual por um emprego nas escolas da prefeitura. Foi o que fez Laura Bonani Cunha, 47 anos. "Essa diferença de salário não é de agora, quando eu comecei no magistério era ainda maior. O professor da prefeitura sempre ganhou mais", afirma a educadora, que leciona há 21 anos.

Laura conta que no começo da carreira foi aprovada no concurso para a rede estadual, mas no ano seguinte foi chamada para trabalhar na prefeitura. Com a possibilidade de ter um salário maior, ela não pensou duas vezes e trocou de emprego. "Claro que trabalhar no Estado tem algumas vantagens. As escolas do município são todas na periferia, muda completamente a vida da gente. Tenho que sair de casa todos os dias às 7h para chegar a tempo. Se fosse na rede estadual, poderia escolher uma escola no centro, ou perto da minha casa. Mesmo assim, o salário compensa bastante", afirma a professora que trabalha em um colégio do bairro Restinga.

Com o salário que recebe na prefeitura, Laura tem condições de ir para a escola diariamente de automóvel. "De carro levo meia hora para chegar no colégio. Se tivesse que depender de ônibus, precisaria de uma hora e meia", diz. A educadora tem uma jornada de 40 horas semanais, mas este ano dá aulas apenas no turno da manhã, para as séries iniciais, pois na parte da tarde ela atua na Associação dos Professores de Porto Alegre. Segundo Laura, entre as reivindicações da categoria, está a reposição das perdas salarial, que teria chegado a 17% nos últimos anos. "Nosso salário teve uma defasagem muito grande. Antes ganhávamos bem mais", conta.

Apesar disso, Laura acredita que os professores de Porto Alegre estão em uma situação privilegiada se comparados à média do País. Ela explica que, além do salário maior, os educadores são incentivados a qualificar seu trabalho, por meio da formação continuada. "As escolas da prefeitura também têm uma boa estrutura, com laboratórios de aprendizagem, de informática, bibliotecas. Os professores do Estado não tem isso, não tem formação continuada, o desmerecimento da carreira é muito grande", afirma.

Para a professora graduada em Ciências Sociais, o educador enfrenta diversas dificuldades para realizar um bom trabalho e, por isso, precisa ser mais valorizado pelos governos e pela população. "Nas periferias enfrentamos problemas com a indisciplina, a drogadição, a violência. São crianças que boa parte das vezes não têm família, não têm amparo nenhum, são mal tratadas. Nosso trabalho é difícil, mas é cativante. Gosto muito do que eu faço", afirma. De acordo com ela, é preciso integrar mais a comunidade com a escola, fazer com que todos percebam a importância da educação.

Segundo a secretaria de Educação da capital, 4 mil professores fazem parte da rede municipal de ensino, composta por 55 mil alunos distribuídos em 96 escolas. Levantamento feito pelo Terra em todas as capitais brasileiras mostra que Porto Alegre paga um dos maiores salários para o magistério. O valor de R$ 2.059,20 é superior ao montante determinado pela lei do piso, que estabelece um mínimo de R$ 1.187 para os professores que possuem no mínimo o ensino médio.

Já na rede estadual de ensino, o sindicato dos professores (Cpers/Sindicato) encerrou no dia 2 de dezembro a greve da categoria para cobrar o cumprimento imediato da lei do piso, já que o Estado paga apenas R$ 860 para o educador com jornada de 40 horas. Foram duas semanas de paralisação, sem acordo com o governo.

A secretaria estadual de Educação afirma que não tem condições de cumprir com o reajuste, já que causaria um impacto de 1,7 bilhão aos cofres públicos. A meta do governador Tarso Genro (PT) é cumprir com a lei até o fim de seu mandato, em 2014. Um cronograma gradual de reajuste deve ser apresentado aos professores.
http://noticias.terra.com.br/educacao/noticias/0,,OI5498217-EI8266,00-Com+salario+dobrado+Porto+Alegre+tira+professores+da+rede+estadual.html

Audiência: sindicato reafirma exigência de implementação imediata da lei do piso
16/12/2011 15:35
O CPERS/Sindicato reafirmou em audiência pública realizada na manhã desta sexta-feira, 16, a exigência de implementação imediata da lei do piso salarial para professores e funcionários de escola. Realizada na sala João Neves da Fontoura, o encontro foi promovido pela Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul.

Mais uma vez o secretário da Educação Jose Clovis de Azevedo delegou para assessores o papel de debater publicamente com o sindicato. A ausência do titular da pasta foi cobrada por sindicalistas e parlamentares que acompanharam a audiência.

A presidente do CPERS/Sindicato, Rejane de Oliveira, criticou o governo por não cumprir a lei, justamente ele que deveria dar exemplo. “Aqui no Rio Grande do Sul o governo não cumpre promessas de campanha e descumpre a lei do piso”, declarou a dirigente, afirmando ainda “que os poderes Legislativo e Judiciário estão deixando passar impune um governo que se nega a cumprir a lei”.

Os municípios pagam o piso considerando a soma de todas as vantagens adquiridas pelos trabalhadores ao longo das carreiras, não como vencimento básico. A declaração foi uma resposta a uma afirmação feita pelo presidente da Confederação Nacional dos Municípios Paulo Ziulkoski. Representando a CNTE no debate, Alex Saratt lembrou que boa parte dos municípios até cumpre a parte financeira da lei, mas não cumpre a determinação de 1/3 da jornada para atividades extraclasse.

Para o CPERS/Sindicato, o governo do Estado não pode apenas apresentar ao sindicato uma carta de intenções. Precisa apresentar propostas concretas. O governo também tem que parar de governar com projetos encaminhados em regime de urgência e com decretos.

“O governo tem pronto um decreto que modifica as carreiras dos educadores e que só não foi publicado no dia 14 de outubro porque a categoria não deixou, mas esse decreto não foi retirado da pauta”, lembrou Rejane.

O governo não pode pedir mais sacrifícios aos educadores. Enquanto a categoria esperava pacientemente a implantação do piso, encaminhou o projeto de reforma da previdência e reajustou os vencimentos de Cargos em Comissão e de categorias que já ganham altos salários.

Recursos para garantir o pagamento do piso para professores e funcionários de escola poderiam vir da suspensão do pagamento da dívida com a União (a dívida do governo gaúcho é de cerca de R$ 37 bi). Outra fonte possível é o fim das isenções fiscais para as grandes empresas.

João dos Santos e Silva, assessor de imprensa do CPERS/Sindicato
http://www.cpers.com.br/index.php?&menu=1&cd_noticia=3093
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