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segunda-feira, 25 de abril de 2011

A Questão do IPE Saúde


Colegas educadores:
Estamos trazendo nesse início de semana uma reportagem que coloca  em discussão a questão  do nosso IPE. Sem dúvida, em muitas situações, o atendimento do IPE Saúde deixa a desejar.

No ano passado, por exemplo, necessitei de atendimento de um otorrino e consegui agendar consulta em minha cidade (Novo Hamburgo) somente para trinta dias após.

Pensei: daqui trinta dias,  posso estar surdo. Consegui atendimento, então, em 48 horas, com especialista em Porto Alegre.

A matéria é um pouco longa, entretanto, seria interessante que todos fizessem a leitura.

Enquanto médicos e IPE não se acertam, os usuários terminam sofrendo com um atendimento que beira a angústia e ao sofrimento.

No entanto, é bom lembrar que os usuários não são responsáveis por essa situação, pois suas contribuições ao Instituto estão sempre em dia.

Boa Leitura!

Siden Francesch do Amaral, Diretor do 14º Núcleo do CPERS/Sindicato e membro do Conselho Geral da Entidade.

Médicos e pacientes pressionam IPE por melhorias no plano de saúde
Plano de saúde dos servidores gaúchos já foi considerado o melhor do país
Paulo Germano | paulo.germano@zerohora.com.br
A direção do Instituto de Previdência do Estado (IPE), responsável por um dos maiores planos de saúde do Rio Grande do Sul, está pressionada entre médicos e usuários. Do lado dos profissionais credenciados, pesam os pedidos por correção da tabela de procedimentos. Do lado dos pacientes, crescem reclamações a respeito da demora em busca de atendimento. A dimensão do problema fica evidente quando se olha o tamanho da carteira de segurados: quase 1 milhão de pessoas.

Não é mais a mesma a reputação do IPE, o plano de saúde dos servidores gaúchos que já foi considerado o melhor do país. Parte desse abalo deve-se ao pagamento oferecido aos médicos e à conduta de uma parcela dos profissionais. Eles reclamam que o instituto paga mal, mas resistem em deixar o quadro de credenciados. Resultado: algumas práticas questionáveis já estão de tal forma entranhadas no cotidiano de alguns consultórios que nem os pacientes conseguem perceber as distorções.

Um agravante para o problema é que o IPE tem remunerado seus médicos com valores abaixo dos de mercado – o que aguça o embate entre a instituição e entidades como o Sindicato Médico (Simers). Na prática, os maiores prejudicados são os usuários do plano, que atende a quase 1 milhão de pessoas no Estado inteiro.

As queixas mais frequentes dos pacientes estão associadas à baixa remuneração dos médicos. Um exemplo é a dificuldade para marcar consultas – profissionais preferem atuar em outras frentes a receber R$ 33,60, o valor pelo IPE. Outro problema são os que cobram “por fora”, especialmente quando se trata de intervenções cirúrgicas.

Um exemplo das dificuldades é o caso de Leni Marques, pensionista de 72 anos que enfrentou um calvário no fim de março para consultar um ortopedista em Pelotas. Desde que um caroço lhe brotou no calcanhar, há dias em que três comprimidos de paracetamol são necessários para aliviar a dor.

– Liguei para quatro médicos. Um só marcava pelo IPE para o final de julho. O que marcava para mais perto oferecia para o fim de junho – diz Leni.

Diretor do instituto faz alerta a usuários de plano
Se ela pagasse a consulta particular, a espera seria bem menor. Foi o que ocorreu com André Lemes, sargento da Brigada Militar em São Gabriel. Assustado com a secreção que escorria dos olhos do filho Nery Anderson, de 19 anos, preferiu pagar R$ 150, num antendimento particular, ao único oftalmologista do município que atende pelo IPE. O rapaz foi recebido no mesmo dia. Se insistisse no convênio, a consulta só sairia no mês seguinte. E o médico só ganharia os R$ 33,60.

Pouco antes, em fevereiro, o sargento André foi atrás de um traumatologista para a mulher, Cláucia, que rompera os ligamentos do joelho caminhando. Mesma coisa: o único especialista só atenderia pelo IPE no outro mês. A saída foi se deslocar à Capital, onde a espera por uma consulta foi de 48 horas.

– O que aconteceu comigo, acontece com todos aqui – lamenta André.

Atacando por outro lado, o Simers diz que 1,6 mil procedimentos já reconhecidos pelo Conselho Federal de Medicina estão fora da tabela do IPE. Segundo o presidente da entidade, Paulo de Argollo Mendes, trata-se de “um plano atrasado em relação ao avanço da ciência”:

– O usuário fica impedido de usufruir do convênio para realizar uma série de punções, pequenas cirurgias e exames básicos.

Cláudio Ribeiro, diretor de Saúde do IPE, discorda. Ele garante que nenhum médico credenciado “pode cobrar um único tostão” dos usuários por procedimentos cirúrgicos. Basta o profissional encaminhar uma solicitação para o IPE, que a instituição autorizará qualquer intervenção.

Se é tão ruim atender pelo IPE, por que esses médicos se mantêm credenciados? Nos corredores da instituição, há mais de uma explicação. A primeira: 1 milhão de pessoas é um universo difícil de desprezar. A segunda: enquanto receberem telefonemas de usuários do IPE, é mais fácil oferecer o atendimento particular. O que, inegavelmente, dá mais dinheiro.

Instituto promete melhorar plano
Para melhorar a relação entre médicos e usuários, a direção do IPE promete atacar em duas pontas: corrigir a tabela de procedimentos e regular o número mínimo de consultas pelo plano para cada credenciado.

A partir de junho, qualquer usuário poderá acessar a agenda dos médicos pela internet. A ideia é coibir que médicos estabeleçam cota reduzida de atendimentos. Diretor de Saúde da instituição, Cláudio Ribeiro afirma que sua equipe estuda uma normatização dessa cota: o mínimo seriam 40 consultas por mês. O paciente, portanto, encontrará no site do IPE a quantidade de consultas disponíveis para cada médico – e poderá marcar horário pela própria internet, além do telefone.

O diretor afirma que a baixa remuneração dos profissionais deve ser resolvida em breve. Porque a situação financeira melhorou. Em 2007, a administração de Ribeiro assumiu um déficit de R$ 140 milhões no Fundo de Assistência à Saúde (FAS) – uma conta bancária criada no governo Germano Rigotto (2003-2006), que recebe todo o dinheiro dos contribuintes para, depois, ser obrigatoriamente aplicado no próprio instituto. Em fevereiro deste ano, o FAS atingiu um saldo positivo de R$ 331,4 milhões.

– É uma conquista, mas é preciso cuidado. Qualquer milhão mal aplicado quebra a empresa – diz Ribeiro, que, a partir de maio, iniciará negociações com as entidades de classe.

Uma das hipóteses é que a consulta, por exemplo, passe de R$ 33,60 para R$ 48 – o que representa 80% do valor definido pela Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos, pagamento considerado aceitável pela Associação Médica Brasileira.

O IPE em números:
Um dos sistemas de previdência mais antigos do país, o IPE foi criado por Flores da Cunha em 1931


Usuários: 976 mil
Médicos cadastrados: 7,2 mil
Consultas/mês: 260 mil
Atendimentos/mês: 1 milhão
Orçamento de 2011: R$ 1,1 bilhão
Receita mensal: R$ 87,1 milhões*
Despesa mensal: R$ 84 milhões*
Saldo no Fundo de Assistência à Saúde: R$ 331,4 milhões*
Servidores estaduais que contribuem: 350 mil
Desconto no contracheque: 3,1%
Prefeituras e Câmaras Municipais conveniadas: 330
Servidores municipais que contribuem: 45 mil

*Dados referentes ao mês de fevereiro

Aposentado espera por cirurgia no esôfago
Olivar Rodrigues Lopes tem 70 anos, é funcionário público aposentado e portador de anemia crônica.
Morador de Santiago, ele deposita esperança nos médicos de Porto Alegre, onde ele tem acesso a melhores aparelhos.

Olivar precisa retirar dois pólipos que lhe saltaram no esôfago:

– São como duas verrugas. Quando eu como, o alimento passa ali e eu sangro por dentro.

Apesar de ser segurado do Instituto de Previdência do Estado (IPE), Olivar, aposentado pelo Daer, enfrenta dificuldade em encontrar um gastroenterologista disposto a fazer o procedimento pelo plano.

Já ouviu da secretária de um profissional credenciado a informação de que o IPE não bancaria esse tipo de cirurgia. A justificativa: trata-se de um procedimento muito complexo, dependente de aparelhagem importada – tudo isso fora das condições financeiras do IPE.

Para tirar os dois pólipos, o aposentado teria de aceitar atendimento particular, ao custo de R$ 2,5 mil. Além disso, teria de desembolsar também R$ 1 mil a um centro ambulatorial e outros R$ 350 ao anestesista.

Diretor do IPE reconhece casos de cobrança por fora
Em resumo, Olivar pagaria R$ 3.850 para retirar os pólipos – procedimento ao qual teria direito sem custo algum, uma vez que a endoscopia com mucosectomia é coberta pelo IPE.

O diretor de Saúde da instituição, Cláudio Ribeiro, assegura que nenhum profissional credenciado pode cobrar de usuários do plano. Ele reconhece, no entanto, que a prática é comum.

O IPE planeja formas claras de punição aos médicos infratores, que iriam de suspensão à expulsão do convênio. Profissionais com condutas irregulares estão sujeitos, inclusive, a perder a licença de medicina caso sejam condenados por órgãos como o Conselho Regional de Medicina (Cremers).

“Pelo IPE, não paga nem o consultório”
Paulo de Argollo Mendes Presidente do Sindicato Médico do RSA seguir, o presidente do Sindicato Médico (Simers), Paulo de Argollo Mendes, explica por que médicos, mesmo credenciados, evitam usuários do IPE. Ele diz não saber se isso é condenável.

Zero Hora – Por que um paciente precisa esperar tanto para consultar um médico pelo IPE?

Paulo de Argollo Mendes – Diante da baixa remuneração, muitos médicos vão perdendo o interesse em atender pelo IPE. Eles pensam assim: “Entre os 10 pacientes que consigo atender em uma tarde, vou atender apenas um pelo IPE”. Isto certamente acontece. Porque, se ele atender todos os 10 pelo IPE, não conseguirá nem pagar as despesas com o consultório, como água, luz, telefone. Os médicos vão se afastando do IPE progressivamente. É difícil o médico dizer “a partir de hoje, não atendo mais ninguém pelo IPE e pronto”.

ZH – Os médicos usam o IPE apenas como um chamariz para oferecer consulta particular?

Argollo – É possível que um médico, mesmo após perder o interesse em atender pelo IPE, não se descredencie. O descredenciamento é uma atitude voluntária. Ele precisa ir até o IPE e informar. Vai passar por todo um procedimento burocrático, preencher a solicitação de descredenciamento. Então, ele pode manter o nome na lista do IPE e apenas avisar a secretária: “Olha, não atendo mais pelo IPE”. Acho bem possível, é muito lógico que isto aconteça.

ZH – Mas isto é correto?

Argollo – Não sei dizer se isto é condenável. O ideal seria que o médico se submetesse à burocracia e saísse do quadro do IPE.

ZH – O senhor conhece médicos que cobram por procedimentos que o IPE oferece de graça?

Argollo – O que posso dizer é que, se isso ocorre, é ilegal. Quando um médico firma convênio com o IPE, ele se compromete a receber o valor definido pela tabela do IPE. Se alguma cobrança ocorre, é condenável. Porque, se o médico está descontente com a quantia paga pelo convênio, que se descredencie.

fonte: Zero Hora deste domingo 24/4/2011
Por Siden

Um comentário:

Anônimo disse...

a realidade é sair do ipergs e contratar outro plano de saúde!