Por Siden*
“Homem de 63 anos passou no Exame Nacional de Ensino Médio e virou exemplo para três filhos que voltaram a estudar. Agora, ele quer entrar na faculdade.”
Quando me deparei com a notícia lembrei de frases contidas em artigos, crônicas que passei os olhos durante a vida. Lembrei da sentença do Gal. Douglas que dizia: “A juventude não é um período da vida, é um estado de espírito. Ninguém se torna velho por ter vivido um certo número de anos, torna-se velho por haver desertado aos ideais...”
Mas vamos à notícia...
“Funcionário do Cemitério Municipal Nossa Senhora da Conceição, de Viamão, Paulo Oliveira Soares renasceu para a vida escolar aos 63 anos . Casado, pai de três filhos e avô de quatro netos, ele provou que nunca é tarde para começar.” Eu diria recomeçar...
Paulo era o aluno mais velho de uma turma da EJA (Educação de Jovens e Adultos) e agora virou sucesso em casa. Seu exemplo estimulou os três filhos, que haviam abandonado os estudos, a voltar para a sala de aula.
Na próxima sexta-feira, o aluno que chegou a ser músico amador e seminarista terá a segunda e última chance de ganhar uma bolsa do Programa Universidade Para Todos (PROUNI), diz a notícia.
Ainda, segundo a notícia, Paulo disputa uma vaga em Medicina ou Odontologia na PUC e em Direito na Faculdade Dom Bosco.
Já afirmaram, metaforicamente, que a vida começa aos 40, 50 anos; Paulo está comprovando, agora, que ela pode também começar aos 60...
Parabéns, Paulo e, Boa Sorte!
*Siden Francesch do Amaral é Diretor no 14º Núcleo do CPERS/Sindicato e Conselheiro 1/1000.
Notícia vinculada no Diário Gaúcho (com adaptações e modificações).
É a grande hora da educação, diz Dilma em seu primeiro pronunciamento
Jornal VS e Agência Brasil - 10 de fevereiro de 2011 - 20h07
Brasília - Aproveitando o início do ano letivo, a presidenta Dilma Rousseff disse nesta quinta-feira, em seu primeiro pronunciamento à nação brasileira que esta é a "grande hora da educação brasileira". Ela falou também dos projetos do governo para o desenvolvimento da educação no País.A presidenta afirmou que o Brasil "tem condições e uma imensa necessidade de dar um grande salto na qualidade do ensino". Entretanto, para Dilma, esse é um desafio que só será vencido se governo e sociedade se unirem.
A educação, segundo ela, é a área decisiva para a erradicação da pobreza, seu principal compromisso de governo. "Reafirmo que a luta mais obstinada do meu governo será o combate à miséria. Isso significa, em especial, melhorar a qualidade do ensino. Ninguém sai da pobreza se não tiver acesso a uma educação gratuita, digna e de qualidade."
Dilma se comprometeu a investir na formação e remuneração de professores, em ampliar o número de creches e pré-escolas em todo o País e em criar condições de estudo para superar a evasão escolar e a repetência.
Pouco mais de um mês depois de assumir a presidência, ela anunciou os principais projetos na área de educação. Segundo Dilma, será lançado ainda neste trimestre o Programa Nacional de Acesso a Escola Técnica (Pronatec). "Entre outras vantagens, [o programa] levará o ensino técnico a bem sucedidas experiências do Prouni."
Dilma anunciou que o governo federal está tomando medidas para corrigir e evitar falhas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e no Sistema de Seleção Unificada (Sisu). "Vamos aperfeiçoar a qualidade desses instrumentos que são muito importantes na avaliação do aluno e da escola."
O governo também vai acelerar a implantação do Plano Nacional de Banda Larga. De acordo com a presidenta, com o plano, todas as escolas públicas terão acesso à internet. Além disso, a população de baixa renda também terá acesso à rede mundial com preços acessíveis.
Após o pronunciamento da presidenta, foi apresentada a nova marca do governo. Com o slogan "País Rico é País Sem Pobreza", a marca confirma o compromisso firmado pela presidenta Dilma no início do governo de erradicar a miséria no País.
http://www.jornalvs.com.br/site/noticias/geral,canal-8,ed-60,ct-213,cd-305715,manchete-true.htm
Músico Gaúcho doa DVD Cultural para todas as escolas da rede estadual
08/02/2011 - 14:10
O DVD, produzido e executado por “João Luiz Corrêa e Grupo Campeirismo”, tem o objetivo de resgatar a produção musical do Estado e manter a cultura gaúcha. “A idéia surgiu após perceber a falta de conhecimento da população mais jovem sobre as nossas tradições. O DVD mostra como surgiu e como são feitos o chimarrão, a bombacha, a fabricação do laço e até a produção do charque. Hoje esse conhecimento está muito restrito ao interior e a fronteira do Estado. Esse trabalho trouxe uma satisfação pessoal incrível e acredito que vai servir para as escolas difundirem a cultura campeira e nativista”, disse o músico.
O projeto foi financiado pela Lei de Incentivo a Cultura (LIC) e previa a doação de mil exemplares para escolas. Porém, após solicitação da coordenadora Rozane Dalsasso, o grupo decidiu ampliar a doação para todas as escolas da rede por entender que a melhor forma de manter a tradição gaúcha é por meio da educação.
O diretor-adjunto parabenizou o artista pela ação. “A tua iniciativa é educativa, um marco que vai servir de exemplo porque demonstra o teu compromisso com a manutenção e valorização da tradição. Não é sempre que se vê uma iniciativa assim. Agora vamos orientar as escolas em como utilizar o material e potencializar sua divulgação dentro do espaço escolar”, declarou o diretor.
O DVD duplo traz o show ao vivo gravado durante o 1º Rodeio de Integração de Palmares do Sul em fevereiro de 2010 e 17 reportagens que resgatam a história de músicos como Gildo de Freitas, Teixeirinha e José Mendes. Além disso, mostra a confecção da bombacha, laço, charque e demonstração de provas campeiras, tipos de nos e Missa Crioula.
Acompanharam o encontro o vereador de Palmares do Sul Sergio Gil e a assessora Nilza Terezinha dos Reis Oliveira.
http://www.educacao.rs.gov.br/pse/html/noticias_det.jsp?PAG=null&ID=5888
Éramos jovens e tínhamos cabelo
by Marco Aurélio Weissheimer - Feb 10th, 2011
Por Selvino Heck*
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| Campanha eleitoral para Prefeitura de Porto Alegre, 1988 (Acervo Centro de Informação e Memória do PT-RS) |
“Nada como iniciar o ano e descobrir que um dia cada um de nós foi jovem e tinha cabelo.” Assim comecei minha coluna semanal na Folha do Mate, jornal da minha terra, Venâncio Aires, Rio Grande do Sul, onde mantenho coluna semanal. No ‘Relembrando’, o jornal publicara notícia de janeiro de 1986, há 25 anos, quando o ex-governador e ministro Olívio Dutra, o hoje deputado estadual Raul Pont e eu visitávamos o município, num ato de filiação partidária.
E arrematei: “No meu caso, a publicação histórica serviu para duas coisas pelo menos. Mostrar aos menos avisados, ou aos que não me conheciam então, que, sim, eu tinha cabelos (e barba comprida) e, sim, não tinha barriga. Fez-me lembrar também que fui vice-presidente estadual do PT junto com figuras ilustres como Olívio Dutra e Raul Pont. E que, de alguma maneira, os fatos históricos relatados e a trajetória de suas figuras maiores explicam o sucesso posterior do PT em Venâncio Aires e região, no Rio Grande do Sul e no Brasil.”10 de fevereiro de 2011. Estou na Secretaria Geral da Presidência da República, depois de ter ficado oito anos na Assessoria do Gabinete do Presidente Lula. Olho ao redor e vejo Dilma Roussef, do PT, primeira mulher presidenta da República, Tarso Genro, governador do Estado do Rio Grande do Sul, vice-presidente estadual do PT gaúcho quando eu fui seu presidente, Marco Maia presidente da Câmara Federal, que conheci com 18 anos, metalúrgico e participante de grupo de jovens em Canoas, RS, Adão Villaverde, antigo companheiro de jornada, presidente da Assembléia do Rio Grande do Sul.
Em 1986, o PT/RS elegeu a primeira bancada de 4 deputados estaduais, da qual eu fazia parte. Hoje tem 14 deputados estaduais. Elegeu 2 deputados federais, hoje tem 7, mais um senador. Elegeu 16 deputados federais no Brasil inteiro, hoje tem 88, nenhum senador, hoje tem 14. Elegeu os primeiros quatro prefeitos gaúchos em 1988. Hoje, só no Rio Grande tem cerca de 70 prefeitos, outros 70 vice-prefeitos em coligações e está presente em mais outros 70 governos municipais. E governa Venâncio Aires, com o PDT e outros aliados.
10 de fevereiro de 1980. Um grupo de abnegados militantes e lideranças sociais da Lomba do Pinheiro, conjunto de vilas entre Porto Alegre e Viamão, funda o núcleo do PT da Lomba. Concorre em 1982 com dois pedreiros a prefeito e vice em Viamão. Hoje governa o município de Viamão há 4 mandatos. 31 anos depois, o PT é governo em todos os níveis, é o maior partido brasileiro, o partido de esquerda mais importante do mundo.
Escrevo na Folha do Mate: “A vida passa, a história acontece. Se alguém em janeiro de 1986 (mais ainda em fevereiro de 1980) perguntasse a qualquer um dos participantes daquele ato em Venâncio Aires que o Partido dos Trabalhadores teria a trajetória que hoje, olhando para trás, ajudamos a construir, nenhum de nós imaginaria ou acreditaria, nem no melhor dos seus sonhos. É preciso ter ideais, perseguir sonhos e manter a coerência básica. Aí está a força do PT, de sua militância e o acerto da maioria dos seus governos.”
Mas será isso mesmo que aconteceu nestes 31 anos de história e luta? É possível dizer que o PT manteve a coerência básica, os ideais e os sonhos? Não é fácil construir um partido político no Brasil, um país onde a democracia ainda está em consolidação, onde partidos políticos pela primeira vez ultrapassam os 30 anos na legalidade, onde o povo sofrido começa a ter vez e voz no terceiro milênio e no século XXI, à base de muita luta, mobilização, ocupações, greves e protestos.
Todos os que participamos dessa construção certamente podemos afirmar com orgulho algumas coisas (e outras nem tanto). O PT ajudou a construir a democracia, nas Diretas-Já, na Constituinte, na conquista e ocupação de espaços institucionais. O PT ajudou a construir os movimentos sociais, com todo seu enraizamento na sociedade e construção de direitos para todos e todas. Nos governos, o PT chamou a atenção para a desigualdade social e econômica e colocou como prioridade os direitos dos trabalhadores e dos mais pobres, contribuiu na democratização do Estado e da sociedade com práticas como o Orçamento Participativo, a participação social, o diálogo e a parceria com a sociedade nas políticas públicas, apostou no desenvolvimento de um mercado interno de massas, afirmou a soberania nacional.
Mas se no seu início, anos oitenta, como dizia o saudoso deputado Adão Pretto, tinha um pé na luta social, outro pé na institucionalidade, com o passar dos anos o segundo pé foi ficando muitas vezes mais forte, às vezes até sufocando o pé da luta social e da construção coletiva. Nem sempre a ética, um dos princípios básicos de sua fundação, permaneceu como referência no trato com a coisa pública. Tampouco os sonhos de mudança e de transformação radical continuam todos vivos e presentes no dia a dia da ação política. Muitas vezes o pragmatismo tomou conta e sufocou a ousadia libertária e a construção democrática e coletiva.
*Selvino Heck é Assessor Especial da Secretaria Geral da Presidência da República
http://rsurgente.opsblog.org/
Um comentário:
A força do ENEM-.-
A vida, às vezes, é surpreendente! E, de tão surpreendente, torna-se maravilhosa...
Cora Coralina publicou seu primeiro livro de poesias aos 83 anos de idade.
Pensando bem, com a longevidade cada vez mais avançando, os cientistas afirmam que o homem pode chegar aos 120 anos, Paulo, o homem de 62 anos que quer ingressar na universidade é apenas um adolescente...Vai Paulo, se não der esse ano tenta novamente ano que vem...Estamos torcendo por você... Boa Sorte!
Pronunciamento de Dilma-.-
Vi na tv o pronunciamento da nossa 1ª Presidente. Ouvi atentamente.
Seu pronunciamento esteve próximo à perfeição. Se o Brasil, realmente, acordar para a importância da educação (e para isso tem de investir pesado), principalmente, dando salários dignos aos educadores, seremos uma potência num futuro próximo.Entretanto, devemos estar conscientes, que não bastam discursos eloquentes. Na prática tem que haver disposição política de tratar a educação como investimento e não como despesa.
O investimento do ano passado em educação não chegou a 5% PIB. É pouco. Temos que chegar aos 7%e depois avançar aos 10%. Se isso não acontecer, será então apenas marketing. E marketing não resolve os problemas da educação. É só ver o que aconteceu no Governo YEDA, onde as escolas monumentais ficaram nos outdoors. Na prática tivemos as Escolas de Lata...
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