14.02.12
Na madrugada, navegando na internet me deparo com a seguinte notícia: A PUC-SP deixa nove cursos sem turmas em 2012.Lendo a matéria percebo que entre os cursos que não ocorrerão novas turmas no presente ano estão: Letras (espanhol e francês) e Licenciatura em matemática. Os cursos de Filosofia e Pedagogia, diz a informação, estão em situação difícil, mas conseguiram formar uma turma.
Outro dia, examinando o Concurso Vestibular da UFRGS-2012, percebo que o número, dos candidatos aos cursos de Licenciatura é extremamente pequeno, se comparado com outros cursos. Exemplificando, enquanto que a densidade (número de candidatos por vaga) para o Curso Direito (diurno) é de 13,31, para o Curso de Física- Licenciatura, a densidade não alcança o minguado índice de 2,1. (também diurno).
Pretendo em outra oportunidade, examinar com mais detalhes, os números do vestibular supracitado, com relação ao número de candidatos às Licenciaturas.
Antecipo que os números não são animadores para um país que alardeia que quer melhorar a qualidade da educação.
Começam a aparecer as consequências dos discursos vazios, que não conseguem descer dos palanques eleitorais, de valorização dos educadores. Após eleitos, enrolam, desconversam e, o velho filme, de enredo repetitivo volta à cena: Não tem dinheiro à educação.
Com essas promessas não cumpridas, o que conseguem, na verdade, é ameaçar o futuro do país.
Melhorar a qualidade da educação! Parece que começam a faltar candidatos à façanha. Ou minha avaliação está equivocada? Sinceramente, desejo ter errado nessa leitura.
Finalmente, o que não tenho dúvida: se o salário dos trabalhadores em educação não fosse um vencimento miserável, se os governantes levassem a sério as reivindicações dos educadores, esses números seriam diferentes. Enquanto isso, o sonho de grande potência, vai sendo postergado... Melancólica conclusão!
Siden Francesch do Amaral, Diretor Geral do 14º Núcleo do CPERS/Sindicato.
Tarso prevê equilíbrio financeiro em três anos
Adriana Lampert - 14/02/2012
O governador Tarso Genro (PT) afirmou ontem em seminário com o secretariado que os próximos três anos serão de “conforto orçamentário” para o Rio Grande do Sul. Ele avaliou que ao final de seu primeiro ano de gestão, a situação orçamentário-financeira do Estado “está organizada” e equacionada em curto prazo.Para manter o equilíbrio das contas mesmo com os aumentos ao funcionalismo, Tarso voltou a projetar um aumento na arrecadação pela capacidade de cobrança da Secretaria Estadual da Fazenda – ele estima que a receita cresça R$ 1,3 bilhão neste ano, mesmo considerando a arrecadação recorde de 2011 (19,88 bilhões em ICMS) e a estiagem que castiga o Estado.
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O governador completa que o trabalho de articulação com os organismos de financiamento nacionais e internacionais também permitiu retirar do orçamento um volume grande de recursos próprios para investimento. “Isso descontraiu um pouco o orçamento e nos deu condições de melhorar o salário dos servidores.”
Isso não significa, segundo petista, que esteja resolvida a crise financeira estrutural do Estado, que deve mais de R$ 40 bilhões para a União. “Só será solucionada a médio e longo prazo, a partir de uma nova articulação com o governo federal com todos os estados que têm problemas em relação a excesso de deslocamentos de recursos da sua receita própria para os cofres da União.”
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Tarso Genro afirma que pretende investir R$ 6,8 bilhões em programas estaduais
Paula Coutinho
O governador Tarso Genro (PT) afirmou que o Executivo estadual pretende investir R$ 6,8 bilhões em programas estaduais nos quatro anos de mandato. São R$ 2,6 bilhões para estradas e R$ 4,2 bilhões para demais projetos, garantiu ao encerrar o Seminário Ampliado do Secretariado, realizado ontem no Hotel Plaza São Rafael. No encontro, foram definidos como prioritários 86 projetos.“A prioridade é infraestrutura. A principal demanda é por estradas e, dentro desse tema, as ligações municipais. São 106 (acessos asfálticos), estamos fazendo alguns agora, outros já entregamos e queremos chegar ao fim do governo com todos em dia”, projetou. Tarso negou que tenha havido redução no número de projetos acompanhados pela Sala de Gestão, fórum que faz o monitoramento das ações estratégicas do governo do Estado.
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Sobre a política de governo para o funcionalismo, Tarso explicou que gradativamente pretende melhorar as condições de trabalho e de salário dos servidores. “Os investimentos também são graduais, nenhum é concentrado exclusivamente num ano”, justificou, ao citar os recursos para as estradas, e acrescentou: “Quanto aos servidores, o governo já começou a melhorar os salários e vai continuar até o fim do nosso mandato”.
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http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=86487&fonte=nw
Tarso e sua política de recursos humanos
ERICO CORRÊA* - 14/02/2012
Passado mais de um ano do governo, podemos considerar a sua política de pessoal como, no mínimo, incoerente. Afora os velhos problemas, como a questão da previdência, quantidade e salários dos cargos em comissão ou a famosa independência entre os poderes, que leva magistrados e procuradores ao patamar de vencimentos em que se encontram, existem outras questões. A primeira diz respeito ao cumprimento da lei. Economistas que defendem não existirem recursos para pagar o piso salarial dos professores, por exemplo, deveriam calcular quanto o governo gastou com reajustes concedidos aos maiores salários ou criando cargos.A segunda questão se refere ao texto constitucional, em seu artigo 37. A revisão anual dos vencimentos é determinada por este artigo, e o governo simplesmente não cumpre. Enquanto várias categorias comemoraram suas conquistas ao longo de 2011, o quadro geral e aqueles a ele vinculados, simplesmente não receberam nem mesmo a reposição da inflação. Neste momento, funcionários da segurança pública manifestam sua frustração com as negociações. A proposta para os educadores está muito aquém de atingir o piso. Setores como agricultura, saúde, administração e tantos outros, como os trabalhadores da extinta Caixa Estadual, tiveram reajuste zero e veem estarrecidos setores como a Fazenda, a PGE, além de delegados, TC, MP, Judiciário e outros serem muito bem tratados pelo governador.
Uma política séria e consequente deveria partir da negociação das perdas e buscar um objetivo comum: diminuir o abismo existente entre os maiores e os menores salários. Do jeito que vai, o governo Tarso irá aprofundar ainda mais este abismo. Enquanto uns ganham pequenas fortunas todo mês, outros recebem completivo para atingir o salário-mínimo. O governador deveria explicar os seus critérios. E cumprir a lei. Os servidores, até agora, não entenderam!
*ERICO CORRÊA é funcionário público e integrantes da CSP-Conlutas
http://www.cpers.com.br/index.php?&cd_artigo=411&menu=36
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