Emílio Carlos Rodriguez Lopez* - 08/08/2011
O jornal Estado de S. Paulo do dia 1º de agosto trouxe a informação que 62% da rede estadual enfrenta problemas de violência dentro do ambiente escolar, de acordo com relatos dos próprios diretores. São roubos, depredações, pichações, violência contra professores, alunos, e funcionários e até brigas entre estudantes. Hoje a rede tem aproximadamente 5271 escolas, ou seja, 3268 escolas tiveram cenas de violência, que como a matéria mostra se tornou algo do cotidiano escolar.
Ocorre que este problema tem uma raiz mais profunda: a ausência do Estado nas escolas e a consequente ausência da autoridade na rede estadual. Devemos lembrar que o governo do Estado na gestão desastrosa de Rose Neubauer/Mário Covas promoveu uma série de reformas educacionais, que visavam “economizar recursos para o cofre do Tesouro Estadual” e alcançar as famosas metas de superávit primário, deste modo é que se implanta a aprovação automática.
A pretensa economia visava diminuir os índices de repetência e evasão. No fundo, foi transferido para a sociedade e empresas o custo de reciclar a mão de obra, devido às precárias condições de ensino oferecidas. Desta forma, em 2010, a secretaria de Educação gastou R$ 18 bilhões e por aluno a despesa chegou a 4,4 mil reais por ano. Como hipótese, se devido a má formação recebida na escola, as empresas tiverem de aplicar vinte por cento dos gastos realizado pela secretaria de Educação, isto representaria R$ 3,6 bilhões por ano. Isto implica no aumento do custo São Paulo para que se possa cobrir as deficiência da educação pública paulista.
A garantia da não repetência, ou seja, o “passa-passa” nas escolas públicas de São Paulo na Educação simbolizou para os alunos a possibilidade de agir na escola com a certeza de que não haverá consequência. A sensação da impunidade, aliada a destruição de laços familiares, do desmoronamento de valores éticos e do avanço do crime organizado levaram a rede estadual a se transformar em um depósito de alunos e não em escolas. Por isso, as más notas e a baixa qualidade educacional.
Para que a Educação dê frutos é necessário disciplina e respeito entre professor e aluno; e para isto é preciso que o Estado esteja presente no cotidiano escolar, coíba a violência contra o educador, melhore as condições de trabalho e permita que o professor seja professor, e não um mero estafeta que cuida do amontoado de alunos.
Além do mais, vivemos um sistema que o bom aluno é punido, visto que ele e o mau aluno passam igualmente de ano, com isso, o mérito do bom aluno e esforço de aprender são jogados na lata do lixo. Uma rede que apenas quer dar conta de tirar o aluno da rua e não educá-lo, só pode ser ineficaz e ser o reino completo da violência e da barbárie.
A primeira providência neste sentido seria o fim do grotesco modelo do ciclo-série paulista, uma mistura de série e ciclo, feita para promover a economia de recursos para o Tesouro Estadual. Neste momento, o melhor seria a volta da seriação que contribuiria para diminuir a sensação de impotência do educador e início da restauração da autoridade.
Antes de qualquer coisa é preciso lembrar que autoridade não quer dizer autoritarismo. A ideia de autoridade estava vinculada ao direito legítimo do exercício do poder e ao seu valor pessoal. Já o autoritarismo, tem a ver com o despotismo, o domínio pela força física e violência, que pressupõe a ausência do diálogo, como condição fundamental para o exercício democrático. O autoritarismo se manifesta quando a autoridade é surda para os demais e se impõem pela força, e não por um conjunto de ideias.
Nos 16 anos do PSDB temos visto muito autoritarismo e pouca autoridade, basta citar as constantes violências sofridas pelos educadores na escola, veiculada pela mídia. Por que o Estado usa polícia para punir o professor ou servidor que faz greve e o mesmo governo não oferece segurança para o funcionário público poder exercer a sua função??? Quantos professores não se encontram desiludidos por não poderem repartir o que levaram anos estudando?
A mídia muitas vezes faz o papel que este Estado ausente da escola quer: responsabiliza o professor pela crise na Educação e faz a grande transformação: de vítima passa a ser o responsável pelo caos. Quanto ao governo, este não é responsabilizado pelo que ocorre.
A melhora na Educação passa por fortalecer o núcleo familiar e melhorar as relações humanas. Os pais deveriam lembrar que dinheiro nenhum paga a atenção e o carinho com os filhos. Lembro ainda, que segundo pesquisa da Unicamp publicada a dois anos atrás, 70% da educação depende da família; inclusive o hábito de leitura se aprende em casa. O aluno deveria ser burilado, mas agora querem que a escola faça o trabalho da família, mas isto é impossível devido às condições reinantes.
Creio, como foi mostrada em muitos lugares, quando a autoridade do Estado está presente à violência diminui. Como os tucanos adoram passar os problemas para os outros resolverem, já aviso, não há como terceirizar a autoridade.
*Emílio Carlos Rodriguez Lopez é formado em História pela USP
http://www.cpers.com.br/index.php?&cd_artigo=385&menu=36
Por Siden Francesch do Amaral, Professor e Diretor no 14 Núcleo.
Ocorre que este problema tem uma raiz mais profunda: a ausência do Estado nas escolas e a consequente ausência da autoridade na rede estadual. Devemos lembrar que o governo do Estado na gestão desastrosa de Rose Neubauer/Mário Covas promoveu uma série de reformas educacionais, que visavam “economizar recursos para o cofre do Tesouro Estadual” e alcançar as famosas metas de superávit primário, deste modo é que se implanta a aprovação automática.
A pretensa economia visava diminuir os índices de repetência e evasão. No fundo, foi transferido para a sociedade e empresas o custo de reciclar a mão de obra, devido às precárias condições de ensino oferecidas. Desta forma, em 2010, a secretaria de Educação gastou R$ 18 bilhões e por aluno a despesa chegou a 4,4 mil reais por ano. Como hipótese, se devido a má formação recebida na escola, as empresas tiverem de aplicar vinte por cento dos gastos realizado pela secretaria de Educação, isto representaria R$ 3,6 bilhões por ano. Isto implica no aumento do custo São Paulo para que se possa cobrir as deficiência da educação pública paulista.
A garantia da não repetência, ou seja, o “passa-passa” nas escolas públicas de São Paulo na Educação simbolizou para os alunos a possibilidade de agir na escola com a certeza de que não haverá consequência. A sensação da impunidade, aliada a destruição de laços familiares, do desmoronamento de valores éticos e do avanço do crime organizado levaram a rede estadual a se transformar em um depósito de alunos e não em escolas. Por isso, as más notas e a baixa qualidade educacional.
Para que a Educação dê frutos é necessário disciplina e respeito entre professor e aluno; e para isto é preciso que o Estado esteja presente no cotidiano escolar, coíba a violência contra o educador, melhore as condições de trabalho e permita que o professor seja professor, e não um mero estafeta que cuida do amontoado de alunos.
Além do mais, vivemos um sistema que o bom aluno é punido, visto que ele e o mau aluno passam igualmente de ano, com isso, o mérito do bom aluno e esforço de aprender são jogados na lata do lixo. Uma rede que apenas quer dar conta de tirar o aluno da rua e não educá-lo, só pode ser ineficaz e ser o reino completo da violência e da barbárie.
A primeira providência neste sentido seria o fim do grotesco modelo do ciclo-série paulista, uma mistura de série e ciclo, feita para promover a economia de recursos para o Tesouro Estadual. Neste momento, o melhor seria a volta da seriação que contribuiria para diminuir a sensação de impotência do educador e início da restauração da autoridade.
Antes de qualquer coisa é preciso lembrar que autoridade não quer dizer autoritarismo. A ideia de autoridade estava vinculada ao direito legítimo do exercício do poder e ao seu valor pessoal. Já o autoritarismo, tem a ver com o despotismo, o domínio pela força física e violência, que pressupõe a ausência do diálogo, como condição fundamental para o exercício democrático. O autoritarismo se manifesta quando a autoridade é surda para os demais e se impõem pela força, e não por um conjunto de ideias.
Nos 16 anos do PSDB temos visto muito autoritarismo e pouca autoridade, basta citar as constantes violências sofridas pelos educadores na escola, veiculada pela mídia. Por que o Estado usa polícia para punir o professor ou servidor que faz greve e o mesmo governo não oferece segurança para o funcionário público poder exercer a sua função??? Quantos professores não se encontram desiludidos por não poderem repartir o que levaram anos estudando?
A mídia muitas vezes faz o papel que este Estado ausente da escola quer: responsabiliza o professor pela crise na Educação e faz a grande transformação: de vítima passa a ser o responsável pelo caos. Quanto ao governo, este não é responsabilizado pelo que ocorre.
A melhora na Educação passa por fortalecer o núcleo familiar e melhorar as relações humanas. Os pais deveriam lembrar que dinheiro nenhum paga a atenção e o carinho com os filhos. Lembro ainda, que segundo pesquisa da Unicamp publicada a dois anos atrás, 70% da educação depende da família; inclusive o hábito de leitura se aprende em casa. O aluno deveria ser burilado, mas agora querem que a escola faça o trabalho da família, mas isto é impossível devido às condições reinantes.
Creio, como foi mostrada em muitos lugares, quando a autoridade do Estado está presente à violência diminui. Como os tucanos adoram passar os problemas para os outros resolverem, já aviso, não há como terceirizar a autoridade.
*Emílio Carlos Rodriguez Lopez é formado em História pela USP
http://www.cpers.com.br/index.php?&cd_artigo=385&menu=36
Por Siden Francesch do Amaral, Professor e Diretor no 14 Núcleo.
Professores completam dois meses de greve
Da redação - Brasil de Fato - 08/08/2011
Foto: Samuel Tosta |
Segundo o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio (Sepe-RJ), a assembleia dos docentes ocorre a partir das 14h, na escadaria da Alerj. O projeto de Cabral prevê que reajuste salarial de 3,5% aos professores, descongelamento do plano de carreira dos funcionários administrativos, além da incorporação da gratificação Nova Escola – com a incorporação de todas as parcelas para os funcionários e o adiantamento da parcela de 2012 para os professores.
Caso as propostas sejam aprovadas, os professores que ganham os salários de menor piso (R$ 680 para 16 horas) devem receber aumento de apenas R$ 23,00. Se o movimento conquistar a reivindicação da categoria, de reajuste de 26%, os salários com menor piso aumentarão R$ 180.
“Mesmo com o acréscimo de R$ 180 o salário vai continuar defasado. Nós estamos há três anos sem reajuste salarial, com histórico de mais de 15 anos com salários congelados. Tivemos reajustes apenas nos dois primeiros anos no mandado passado do governo do Cabral”, destaca Ivonete Conceição da Silva, diretora do Sepe-Central no interior.
“O restante dos anos só tivemos a política de gratificação, com valores diferenciados dependendo da escola. Mesmo assim, todos os profissionais que entraram na rede depois de 2007 não recebem a gratificação”, acrescenta.
No caso dos funcionários administrativos, que há mais de 20 anos estão sem concurso público, a proposta do governo deve significar renovação no quadro de funcionários e aumento no salário líquido para aproximadamente R$ 560. Hoje é de R$ 433.
Na última sexta-feira (05), o governador se irritou com uma manifestação dos professores em Nilópolis (RJ), durante a inauguração de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), chamando-os de vagabundos.
"O movimento de 2011 tem sido muito forte, a categoria tem respondido às mobilizações, às atividades de ruas, ao acampamento na Rua da Ajuda. Por conta disso acreditamos que essas medidas apresentadas pelo governo, mesmo que limitadas, só surgiram por conta da mobilização. Até então não tínhamos nada”, afirma Ivonete, que acredita que a greve não termine amanhã.
Segundo ela, o Sindicato foi informado de que alguns parlamentares devem propor emendas ao projeto do governo, como os deputados Marcelo Freixo e Janira Rocha, ambos do Psol. Eles devem apresentar a proposta dos professores de reajuste emergencial de 26%. Já o presidente da Alerj, deputado Paulo Melo (PMDB), pode apresentar proposta de 6,5%.
Governo adota práticas anti-greve
Segundo o governo, a partir de 1º de agosto, os professores que permanecerem em greve terão os pontos cortados. “Quem está fazendo greve já está sabendo que tem corte de ponto. Tem uma certa influência, mas a categoria está com pique e o Sindicato já entrou com o recurso no Tribunal de Justiça Estadual”.
Segundo Ivonete, nos meses de junho e julho não houve corte de ponto, mas até o momento está acordado que as aulas terão que ser repostas até dezembro. Esta é a segunda semana de retorno às aulas.
Outra prática que desrespeita o direito à greve é a ameaça de escolas de contratar professores temporários em substituição aos grevistas. Segundo o Sepe, o subsecretário estadual de Educação, Antonio Neto, negou que o governo esteja instruindo às escolas para que façam isso.
http://brasildefato.com.br/node/7076
Faturamento das empresas tem alta de 5,9%
09/08/2011
O faturamento real da indústria foi o único índice que apresentou aumento em junho, segundo dados divulgados ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O crescimento ficou em 0,7% ante maio. Quando comparada ao mesmo período do ano passado, a variação foi positiva em 5,9%. Os demais indicadores recuaram ou ficaram estáveis em junho na comparação com maio.[...]
O crescimento do faturamento real, em junho deste ano em relação a maio, foi muito menor do que o registrado em junho do ano passado, na comparação com maio do mesmo ano, 11,7%. Após ajuste da sazonalidade, o número de empregos se manteve estável em junho. No comparativo com o mesmo mês de 2010, houve acréscimo de 2,5%. A massa salarial real teve queda de 0,9% em junho ante maio. O recuo da massa salarial é atribuído à redução do rendimento do trabalhador. Na comparação com junho do ano passado, o indicador teve alta de 4,1%.
[...]
Segundo Castelo Branco, apesar da preocupação com a queda nos indicadores, o setor industrial está otimista com a preocupação do governo federal, em adotar medidas de incentivo ao segmento industrial brasileiro visando ao aumento da competitividade do setor, com o Plano Brasil Maior, anunciado na semana passada.
[...]
http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=69745&fonte=nw
Nota do Tio Noé: Se tudo na indústria aumentou, (preço, faturamento, lucros, exportações, etc) por que só a massa salarial diminuiu? E por que a desculpa de menor rendimento do trabalhador? Como seu trabalho estaria rendendo menos, se ele cumpre funções de outros quatro funcionários ao mesmo tempo, produz tanto quanto e, as vendas da empresa aumentaram?
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