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quarta-feira, 5 de agosto de 2009

MPF pede o afastamento da governadora Yeda por improbidade administrativa

Depois de quase um ano trabalhando em silêncio, o Ministério Público Federal (MPF) anunciou, na tarde nesta quarta-feira (5), o resultado das investigações deflagradas após a descoberta da fraude no Detran, cujo prejuízo aos cofres públicos é estimado em mais de R$ 44 milhões.

Marcada para as 15h, a coletiva iniciou com atraso de cerca de 30 minutos e confirmou as informações que circulavam na Assembleia desde o final da noite de ontem e explica o súbita viagem da governadora Yeda Crusius para Canela. Ela própria é uma das nove pessoas enquadradas na ação civil de improbidade administrativa, que o MPF ajuizou na 3ª Vara Federal de Santa Maria. Os outros oito são o ex-marido de Yeda, Carlos Crusius, o deputado federal José Otávio Germano, os deputados estaduais Luiz Fernando Záchia e Frederico Antunes, o ex-secretário Delson Martini, a assessora Walna Vilarins Meneses, o presidente do Banrisul e ex-tesoureiro do PSDB Rubens Bordini e o presidente do Tribunal de Contas do Estado, João Luiz Vargas.

Diante dos fatos apresentados na tarde desta quarta-feira, o presidente do SindBancários, Juberlei Baes Bacelo, lembra que a entidade já havia manifestado apoio à criação de uma CPI na Assembleia Legislativa para a apuração das denúncias. "Participamos de atos e manifestações públicas, por isso continuaremos exigindo as apurações das acusações."

"As denúncias do MPF mostram que existem indícios fortes contra a governadora Yeda. Então o seu afastamento é mais do que recomendável e aceitável neste momento", acrescenta.

Conforme o procurador Enrico Rodrigues de Freitas, coordenador da Força-Tarefa da Operação Rodin, primeiro a falar na entrevista coletiva, o trabalho que resultou nesta ação civil por improbidade administrativa foi desenvolvido a partir do encerramento das atividades da CPI do Detran, quando o MPF recebeu uma representação assinada, entre outros, pelo então presidente da CPI, deputado Fabiano Pereira (PT).

Apesar dos dados sobre os réus permanecerem em sigilo, os procuradores anunciaram que todos eles são acusados de enriquecimento ilícito, dano ao erário ou dano à administração pública. "Alguns são acusados dos três atos, outros não. Isto ainda não podemos detalhar", informou Freitas.

A ação protocolada pelo MPF solicita, em caráter liminar, o fim do sigilo das provas que embasam a denúncia, a decretação da indisponibilidade dos bens dos réus e o afastamento temporário dos agentes públicos, entre eles a governadora Yeda Crusius, enquanto o processo não for julgado.

A partir de agora, todas as atenções do Estado se voltam à juiza Simone Barbisan Fortes, de Santa Maria, que já havia recebido a ação penal da Operação Rodin. É ela que vai decidir o afastamento ou não de Yeda Crusius do Palácio Piratini.
http://www.sindbancarios.org.br/site2007/cms/php/site_monta_internas.php?id=8788&tabela=site_noticias&area=noticias

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