Segundo os procuradores, o valor da propina era de R$ 450 mil mensais --R$ 175 mil para os "partidos", R$ 175 mil para o "governo" e os R$ 100 mil restantes divididos entre o deputado federal José Otávio Germano (PP, R$ 70 mil), que indicou afilhados para a presidência do Detran-RS, e o presidente do TCE (Tribunal de Contas do Estado), João Luiz Vargas.
Essa partilha, segundo a denúncia, foi feita no segundo semestre de 2007, antes de a Polícia Federal deflagrar a Operação Rodin, que prendeu 13 acusados em novembro daquele ano. Em 2007, após Yeda assumir o cargo, a fraude teria sido reestruturada, com mudanças no comando do Detran e das empresas pelas quais era escoado o dinheiro da autarquia.
Os procuradores não detalharam quais partidos foram beneficiários do esquema, mas acusaram, na ação, dois deputados estaduais --Frederico Antunes (PP) e Luiz Fernando Záchia (PMDB), que ocupou a chefia da Casa Civil gaúcha em 2007-- como supostos destinatários do dinheiro dos "partidos". PP e PMDB são os maiores partidos de sustentação da tucana na Assembleia, cada um com nove deputados.
Na parcela identificada como "governo", os procuradores afirmam que o dinheiro foi entregue a emissários de Yeda.
De acordo com o MPF, a fraude na autarquia de trânsito começou em 2003, ainda no governo do peemedebista Germano Rigotto, e teria como idealizador o então secretário de Segurança, José Otávio Germano.
Mesmo após deixar a Secretaria de Segurança, à qual o Detran era vinculado, para se reeleger, Germano conseguiu indicar Flávio Vaz Netto, um correligionário do PP, para o órgão durante o governo Yeda.
O MPF disse que a influência do deputado sobre o órgão foi mantida no governo tucano por meio da captação de R$ 400 mil com empresas fumageiras para um suposto caixa dois da campanha de Yeda no segundo turno da eleição de 2006.http://www.camera2.com.br/noticia_ler.php?id=180864
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