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terça-feira, 25 de agosto de 2009

Outro mundo é possível!!!

Quero compartilhar, com todos vocês, esta mensagem do Prof. João Carlos Rodrigues, aposentado mas, militante. Ex-Diretor e um dos Fundadores do nosso Núcleo. É dele, também, o Artigo que segue, mais abaixo, para nossa reflexão.

A escola recebe as crianças que a sociedade tem. A escola pública que temos é a que nos é imposta pela sociedade. Escola particular é diferente, porque ela existe para alguns e seus objetivos são também comerciais.

A escola pública é a única alternativa para a maioria esmagadora da sociedade. Ocorre que há uma injustíssima concentração da riqueza, do conhecimento e do poder em raras mãos, e para a maioria absoluta fica o sofrimento, a dor, a fome, a agonia. Isso aparece na escola pública.

A escola pública e os professores não são responsáveis pelas políticas públicas insanas do Detran, do senado, e de tudo que conhecemos, mas ambos padessem os resultados, os efeitos das injustiças; ambos tratam no dia a dia com os injustiçados.

Por isso, eu pessoalmente estive quase toda a minha vida envolvido diretamente na busca de alternativas para esse mundo, porque outro é possível, mas tem que ser construído. Acho que a melhor vertente para fazer essa discussão é no sindicato. Ele nos dá voz. Ele não tem a solução, mas ele nos ouve na busca de alternativa; ele não nos deixa só; com ele a gente percebe que não se está só. JCarlos

O SONO DO ESPANTALHO

Espantalho acordou atordoado. O sono profundo lhe colocou em lugar longe e de decisões importantes. “Um nobre senador da república, em reflexão sentida, imaginou que sua missão estava travada pela falta de dados, de informações, de vivências. Pensava como poderia legislar com justiça se não conhecia a fome, o desamparo, o abandono, o despreparo, o sofrimento de parcela da população, que falavam ser a maioria dos cidadãos brasileiros.

Comovido, o senador fez discurso da tribuna do senado, onde seus pares ficaram incrédulos ao ouvi-lo, pela argumentação precisa e preciosa e pela proposta inovadora e surpreendente que trazia. Suas excelências foram hipotecando solidariedade, concordando com o que ouviam e auxiliando nos encaminhamentos da proposta. O senador disse, sem rodeios, que para legislar com justiça era necessário que se visualizasse os concidadãos, pois não se dialogava com eles. E propunha que o Congresso recebesse os humildes do país que se dispusessem a visitar suas excelências em seus locais de trabalho, para facilitar e agilizar o contato, mas em dias diferentes em cada casa congressual, a começar pelo senado.

Foi uma comoção única e avassaladora aquela sessão do senado da república brasileira. O coração do homem público, do gestor público, do legislador público, se encontrou com sua essencialidade. O congresso não teria como prestar seus serviços sem conhecer seus compatriotas face a face. O dia da visita foi marcado e o dia marcado chegou.

Os congressistas se esmeraram no vestir, pois que aquele seria o dia mais importante da Casa. Cedo as gentes foram chegando e ficando em fila indiana na porta do Congresso, pois há a praxe de sempre: identificação com documento, traje (sapato, gravata) e criou-se uma dificuldade; as pessoas não tinham identidade, nem gravata e poucas estavam de sapato. E a multidão em fila indiana lotando sem parar os espaços a céu aberto de Brasília, silenciosa e pacata. Veio a decisão sábia: entrem todos em fila indiana, mesmo sem os quesitos exigidos regimentalmente. E começou a visita ao senado. Cada senador sentado ou inclinado em sua poltrona e a fila de gente passando em círculo, entrando por uma porta e saindo por outra.

Algo inenarrável. Suas excelências ali com o povo ao qual representavam e para os quais legislavam. Gente que jamais tinha tomado um banho com água quente; que não conhecia o mar; não conhecia boa parte de seu município; não sabia que existia senador e senado; não sabia que se vivia tão confortavelmente na terra.

O mau trato era estampado no rosto de cada cidadão brasileiro e havia velhos, crianças, doentes, muitas mulheres grávidas e mal trajadas, com cheiro de fumaça, claramente mal alimentadas e cada excelência começou a perder os sentidos, a visita foi interrompida, e aqueles homens entraram em coma, morreu um a um, começaram a inchar descomunalmente de tal forma que se trancaram uma a uma as portas de acesso e ninguém mais pode sair nem entrar no recinto e tremia a estrutura física, ameaçando desmoronar tudo.

O cheiro agora vinha dos entulhos inacessíveis, insuportável, um esbulho, e logo a visita à Câmara foi descartada definitivamente e nessa confusão acordou o Espantalho”. Horrível.

João Carlos Rodrigues

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