31.01.12
O governo federal gastou, em 2011, 45,05% do seu orçamento executado - R$ 708 bilhões - em pagamentos de juros e amortização da dívida pública. "Essa informação deixa evidente porque o governo não tem condições de investir em outras áreas, como saúde e educação", afirmou a coordenadora nacional da Auditoria Cidadã da Dívida, auditora fiscal Maria Lúcia Fattorelli, em debate promovido pelo Cpers/Sindicato, no Centro de Eventos do Plaza São Rafael, na Capital. A iniciativa integrou as atividades do Fórum Social Temático.Ela ressaltou que a dívida é um assunto normalmente deixado de lado, mas tem grande impacto nas contas públicas. "Como pode o Brasil melhorar se gasta mais de 45% do nosso dinheiro público pagando dívidas e nem 3% com educação? Assim, o país nunca vai avançar", frisou. A auditora fiscal criticou ainda o fato de o governo ainda ter que propor o contingenciamento dos gastos. Em 2011, foram R$ 60 bilhões e, neste ano, já acenou com cortes de R$ 70 bilhões.
Um ponto que provoca maior divergência, segundo ela, está na origem da dívida. "Estamos pagando uma conta que não sabemos como foi feita. Pagamos altíssimos juros e impostos para que o governo, ao invés de nos dar bons serviços, acabe pagando uma conta que ninguém ao certo sabe", disse Maria Lúcia.
Para a presidente do Cpers/Sindicato, Rejane Oliveira, o debate ocorre no momento em que as categorias de trabalhadores são prejudicadas com o achatamento de salários. "Enquanto isso, o governo aumenta os salários dos cargos de confiança", criticou. Rejane ressaltou que governo gaúcho aplicou, em 2011, R$ 10 bilhões em concessões de impostos a grandes empresas, e 13% da sua receita ao pagamento da dívida com a União. "Essa não pode ser a prioridade do governo", alertou.
Foto: Cristiano Estrela
http://www.cpers.com.br/index.php?menu=1&cd_noticia=3123
Decisão de cortar salários de 101 servidores da Assembleia Legislativa será revista
Carlos Rollsing - 31/01/2012 | 03h19
Com posse na presidência da Assembleia marcada para esta terça-feira, Alexandre Postal (PMDB) está disposto a rever a decisão de cortar os salários de 101 servidores da Casa.O deputado diz que vai avaliar as situações individualmente, mas antecipa que, em alguns casos, já foi detectado o direito legítimo de o servidor manter os rendimentos questionados, provenientes da incorporação de Funções Gratificadas (FGs).
A decisão de cortar os salários foi anunciada pela Mesa Diretora e pelo presidente Adão Villaverde (PT) em novembro de 2011, após inspeção do Tribunal de Contas do Estado (TCE) ter feito apontamento de irregularidade.
O parecer dos técnicos da Corte, que ainda não foi analisado pelos conselheiros, afirma que, nos últimos oito anos, os 101 servidores concursados de nível 2 receberam de forma irregular cerca de R$ 32 milhões.
[...]
Quando anunciou a decisão de cortar os vencimentos, o Legislativo abriu processos administrativos para cada um dos funcionários. A intenção inicial era de que a redução no contracheque passasse a vigorar em março, após o encerramento do período de apresentação de defesa dos servidores.
Na prática, Postal não está inclinado a suspender os cortes (isso porque eles ainda não foram efetivados), mas sim a modificar o entendimento de que as incorporações das FGs são ilegais.
[...]
O caso teve origem em 2003, quando Vilson Covatti (PP), então presidente, decidiu que os servidores de nível 2 incorporariam uma gratificação (equivalente a um salário mínimo) referente ao período de 1988 a 1993. O retroativo nunca foi pago, mas, na prática, a medida permitiu o uso do mecanismo para impulsionar a incorporação de benefícios maiores.
http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/politica/noticia/2012/01/decisao-de-cortar-salarios-de-101-servidores-da-assembleia-legislativa-sera-revista-3648834.html
R$ 6,4 mi em doações do CNJ a tribunais estaduais desapareceram
Da Redação - 30/01/12 | 10:55
Uma investigação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) revelou que cerca de R$ 6,4 milhões em bens doados pelo órgão a tribunais estaduais desapareceram. O relatório inédito mostra que as cortes regionais não sabem explicar onde foram parar 5.426 equipamentos, entre computadores, notebooks, impressoras e estabilizadores, entregues pelo CNJ para aumentar a eficiência do Judiciário.Segundo a auditoria, os tribunais mantêm parados R$ 2,3 milhões em bens repassados. Todo esse material foi considerado “ocioso” pelo conselho na apuração, encerrada no dia 18 de novembro.
O CNJ passa por uma crise interna, envolvendo, entre outras coisas, a fiscalização nos Estados, principalmente os pagamentos a magistrados. Com esta auditoria, o CNJ revela que o descontrole no uso do dinheiro pelos tribunais não se restringe às folha de pagamento.
Diante da situação, o CNJ decidiu suspender o repasse a quatro Estados: Paraíba, Tocantins, Rio Grande do Norte e Goiás. Os três primeiros estão com um índice acima de 10% de bens “não localizados”, limite estabelecido para interromper o repasse. Já o tribunal goiano, segundo a auditoria, descumpriu regras na entrega de seus dados.
Além desses quatro, a investigação atingiu outros 12 Estados que, numa análise preliminar, também apresentaram irregularidades. Desses, apenas Espírito Santo e Rio Grande do Sul encontraram todos os bens. Os R$ 6,4 milhões em bens não encontrados englobam todos esses tribunais auditados.
No relatório, o CNJ ressalta que “trata-se de recursos públicos que estão sendo distribuídos ao Poder Judiciário com um objetivo específico: informatizar o Poder Judiciário a fim de tornar a Justiça mais célere”. A investigação do conselho abrangeu um universo de R$ 65 milhões em bens doados entre 2010 e 2011.
O tribunal da Paraíba é o campeão de equipamentos desaparecidos. O valor chega a R$ 3,4 milhões, pouco mais da metade do que o CNJ não localizou no País. De acordo com o conselho, 62% do que foi doado à corte paraibana tomou um destino incerto.
http://sul21.com.br/jornal/2012/01/r-64-mi-em-doacoes-do-cnj-a-tribunais-estaduais-desapareceram/
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário