2ª Edição - Por Siden*
As condições de trabalho e a pressão sobre os trabalhadores são fatores que ocupam lugar de destaque entre os indicadores externos que contribuem para os quadros depressivos e outras moléstias. Também são responsáveis por cinco das dez principais causas de afastamento de trabalho no País, conforme levantamento feito pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em parceria com o Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde (OMS).
O Magistério está entre as profissões de risco. Os professores estão mais sujeitos que outros grupos a terem transtornos psíquicos de intensidade variada, devido às condições de trabalho: excesso de tarefas e ruídos, pressão por requalificação profissional, falta de apoio institucional, docentes em número insuficiente, entre outros fatores... Essas moléstias psíquicas são as grandes responsáveis pelos pedidos de afastamento do trabalho.
A Síndrome de Burnout (cuja tradução tem o significado de queimar completamente, consumir-se) vem sendo apontada como o transtorno emocional que mais atinge professores. Os principais sintomas são cansaço excessivo, irritabilidade, insônia, baixa autoestima, mau funcionamento gastrintestinal, dores musculares, cefaléia e dificuldade na concentração.
Pesquisa nacional feita pela Universidade de Brasília (UNB), no final da década passada, entre professores, chegou a preocupante conclusão: 48% apresentavam algum sintoma da síndrome.
Um estudo realizado pelo Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e dos Ambientes de Trabalho - Diesat (2009) aponta que fatores como jornada de trabalho elástica, excesso de atividades, pressão de chefias e de alunos, estão entre os principais causadores de agravos à saúde física e mental dos professores.
Destaco alguns dados sobre a saúde dos professores segundo estudo acima citado:
· 49% fazem tratamento com medicamentos;
· 71% sentem dores no corpo após um dia de trabalho;
· 45% apresentaram problema de saúde física e mental relacionado ao trabalho;
· 20% utilizam medicamentos antidepressivos;
· 59% tiveram dificuldade para dormir nos últimos seis meses.
Como podemos observar pelos dados alarmantes apresentados pela pesquisa, urge que as autoridades competentes direcionem a gestão educacional com muita sensibilidade, pois o sinal de alerta já foi acionado.
Diante deste quadro caótico, sem desprezo das inúmeras variáveis que permeiam a educação, qualquer proposta de meritocracia deverá ser amplamente rejeitada pela categoria, sob pena de agravamento de um quadro que já apresenta sinais de desolação.
*Siden Francesch do Amaral é Professor, Diretor no 14º Núcleo do CPERS/Sindicato (São Leopoldo) e membro do Conselho Geral da entidade.
Fontes de Pesquisa:
Pesquisa Sinpro/RS/FeteeSul/Diesat
Extra Classe, Outubro 2010. (Texto original com modificações e adaptações)
O Senado francês aprovou a reforma da previdência. A briga vai continuar. A Inglaterra também vai entrar na dança. Vejo muita gente torcendo no Brasil para que franceses e ingleses percam a parada. Alguns, estranhamente, ficam felizes pensando na futura demissão de meio milhão de funcionários públicos ingleses. São os mesmos que dizem: o capital não gosta de correr riscos. O ser humano, em geral, principalmente depois de certa idade, também não. Quer segurança. Vejo gente vibrando: esses franceses nojentos vão ter de trabalhar mais. Onde já se viu querer se aposentar aos 62 anos de idade? Eu quero. Por que deveríamos passar a vida trabalhando?
Boa parte da população francesa que reclama não é comunista, como pensam os que ainda vivem com fantasmas do passado. Acredita simplesmente que a riqueza é um produto coletivo que deve ser compartilhado ainda que de modo desigual. Um empresário tem direito a lucro, mas não a todo lucro imaginável. Benefícios sociais são estratégias de redistribuição baseadas no fato de que o lucro é sempre apropriação do trabalho alheio. Nada mais legítimo do que redistribuir, ou recuperar parte desse trabalho, sob a forma de impostos coletados e direcionados para que as pessoas, depois de certo tempo de trabalho, possam fazer outras coisas com tranquilidade. Mas dá? E o rombo da previdência? Certamente é preciso negociar. A França, porém, não está quebrada. É uma potência mundial. O que está em jogo: tirar de uma parte para dar a uma outra?
O problema atual é a chamada globalização: concorrência com países onde o custo do trabalho é menor. Ou seja, a exploração (velha e boa palavra) é maior. É mais justa a legislação trabalhista europeia ou a de muitos países asiáticos? Quando se pensa o cidadão como mero consumidor, a resposta é clara: interessa o preço final. O Estado emagrece, a sociedade engorda. Transfere-se o problema de um lugar para outro. Alguém ganha. Os europeus, porém, não acham "natural" perder. Recebem infinitamente mais ajuda estatal do que o pouco dado pelo Brasil. Tem bolsa para tudo. Ainda bem. Eles não entendem, em geral, que o Estado exista apenas para socorrer bancos em crise. E não temem armar barricadas e enfrentar as "forças da ordem". Defendem uma ideia que parece bizarra às nossas elites: o Estado é da sociedade e deve servir a ela. Quem ganha mais, deve pagar mais.
O problema desses europeus frios, arrogantes e egoístas é que eles defendem radicalmente velharias como solidariedade, proteção a todos e uma boa divisão do bolo produzido pela coletividade. Prova disso é que 70% da população francesa apoia as manifestações contra o governo. O mais inaceitável, porém, é o que faz boa parte da mídia: fica do lado da população insatisfeita. Isso, sinceramente, não dá para entender. É muita irresponsabilidade. Nossa mídia, em casos semelhantes, sempre fica do lado do patrocinador. Quer dizer, das autoridades legitimamente constituídas e com a obrigação de manter a prudência, a sensatez e o equilíbrio. Para os que vão me chamar de ignorante, aviso: tem Nobel de Economia que pensa como eu, futuro Nobel de Literatura.
*JUREMIR MACHADO DA SILVA é Professor, Jornalista e Escritor
Artigo publicado no jornal Correio do Povo, de Porto Alegre/RS, dia 26 de outubro de 2010.
O dilema colocado pelas eleições brasileiras era a definição sobre se o governo Lula seria um parênteses na longa história de dominação das elites no país ou se se constitui numa ponte para sair definitivamente do modelo herdado e construir um Brasil solidário, justo e soberano.
Triunfou esta via, pelo voto majoritário dos brasileiros, prioritariamente os dos beneficiários das politicas sociais que caracterizam o governo de Lula: os mais pobres, os que vivem nas regiões tradicionalmente mais pobres – o norte e o nordeste do Brasil.
Foi um voto claramente direcionado pela prioridade do social que caracterizou centralmente o governo Lula. No país mais desigual do continente mais desigual, a maior transformação que o Brasil viveu nestes oito anos foi a diminuição da desigualdade, da injustiça, como resultado das políticas sociais do governo. Nunca havia acontecido, seja em democracia ou em ditadura, em ciclos expansivos ou recessivos da economia. Aconteceu agora, de forma contundente, transferindo para o centro da pirâmide de grupos na distribuição de renda, a maioria dos brasileiros.
Esse foi o fator decisivo para que, mesmo tendo praticamente toda a imprensa, em bloco, militantemente, contra seu governo e sua candidata, Lula e Dilma saíram vencedores.
A oposição, derrotada na comparação dos dois governos, buscou um atalho para chegar por outra via aos setores da população: a questão do aborto, valendo-se dos preconceitos reinantes e da ação de religiosos.
Conseguiram um sucesso efêmero, que levou a eleição para o segundo turno, mas uma vez que a politica voltou ao centro da campanha, a comparação entre os dois governos e a condenação das privatizações levaram à vitória da Dilma.
Que representa não apenas a eleição da primeira mulher presidente da república, mas também de uma militante da resistência contra a ditadura, presa e torturada pelo regime militar. Que representa o primeiro presidente que consegue eleger seu sucessor.
Depois da reeleição de Evo Morales e de Pepe Mujica sucedendo a Tabaré Vazquez, o Brasil se soma ao grupo de países que reafirmam o caminho da integração regional e não do TLC com os EUA, da prioridade das politicas sociais em relação ao ajuste fiscal, com Dilma sucedendo a Lula.
O povo brasileiro decidiu, em meio a fortes pressões do monopólio privado da mídia e de forças obscurantistas, que o pós-Lula terá na presidência do Brasil aquela que Lula escolheu para sucedê-lo, para continuar e aprofundar as transformações que tem feito o Brasil ser um país mais justo, solidário e soberano.
*Emir Sader é Jornalista
http://www.cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=1&post_id=597
Toda vez que comprar uma lata de refrigerante, tome cuidado de lavar a parte de cima com água corrente e sabão, se possível, use canudo. Faça com que seja obrigatório lavar as latas com desinfetantes mesmo as que vão à geladeira. ... e a lata estava suja com urina seca de rato, que contém substâncias tóxicas e letais, inclusive leptóspiras, causadoras da leptospirose.
Bebidas em lata e outros alimentos enlatados ficam guardados em armazéns que geralmente estão infestados de roedores , e posteriormente são transportados para as lojas de venda sem a devida limpeza.
Complementando: Uma pesquisa do INMETRO confirmou que a tampa da latinha do refrigerante é mais poluída que um banheiro público.Segundo essa pesquisa, a quantidade de vermes e bactérias era tão intensa que eles sugeriam que se lavasse a tampa da latinha com água e sabão' .
Dr. Fabio Lopes Olivares Setor de Citologia Vegetal Laboratório de Biologia Celular e Tecidual (LBCT) Centro de Biociências e Biotecnologia (CBB) Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) Av. Alberto Lamego, 2000 - Horto 28015-620 - Campos dos Goytacazes(RJ) Tel: (24) 726.3838 / Tel(fax): (24) 726.3714
Por favor, encaminhe este aviso às pessoas com quem você se preocupa.
“A distância que você consegue percorrer na vida depende da sua ternura para com os jovens, compaixão pelos idosos, solidariedade com os esforçados e tolerância para com os fracos e os fortes, porque chegará o dia em que você terá sido todos eles.” (George Washington)
Por Sergio Weber, Professor e Diretor no 14º Núcleo.
O Brasil é um país de mais de 190 milhões de habitantes, dentre os quais estão os 135 milhões de eleitores, que se apresentam mais concisos em suas escolhas eleitorais. Porém esse número tão representativo não significa que há maior criticidade por parte do eleitorado. Este breve texto pretende apresentar algumas considerações a respeito das eleições brasileiras do ano de 2010. Não entraremos no mérito dos partidos e candidatos vencedores. Nosso objetivo é apresentar alguns dos desafios do novo cenário político brasileiro.
Para muitos eleitores, a política é simplesmente o fenômeno social mais assombroso e surpreendente que existe. há somente regras simbólicas de como os eleitores e eleitos devem se comportar. Neste sentido, não é exagero dizer que os cidadãos não percebem, ou talvez nem queiram perceber, a importância do contexto eleitoral. Como também não é exagero dizer que os candidatos, depois de eleitos, partem para novos desafios, ou seja, montar seu esquema de governo.
Cidades ficam paradas
Desse modo, os candidatos eleitos organizam a estrutura de trabalho do novo governo baseados nos acordos fixados em suas campanhas eleitorais. A impressão ainda prevalecente nos últimos anos de democracia brasileira é a de que a consciência e o consenso social evaporam no calor dos procedimentos de escolha dos ocupantes dos cargos majoritários. Geralmente, os oportunismos e fisiologismos partidários acabam tomando conta das principais pastas ministeriais. No nosso entendimento, o problema está na cultura política brasileira que é, simplesmente, uma cultura de acúmulo de cargos e funções distribuídas por autoconfiança do governante, mas esse é assunto para um próximo artigo.
As supostas autonomia e autossuficiência dos partidos políticos continuam a explorar a vasta porta eleitoral brasileira, que parece não ter fim, pois uma campanha eleitoral não termina nunca. Logo que uma eleição acaba, os partidos se organizam para uma nova batalha. Assim é, de dois em dois anos. Os critérios, embora desconhecidos por grande parte da população, parecem não deixar de fazer parte do cotidiano brasileiro. A dependência política é tão grande que a cada ano eleitoral as cidades ficam paradas em si mesmas, ou seja, projetos param, licitações deixam de acontecer e o centro das atenções são os candidatos e os eleitores.
Terrorismo eleitoral
Tal como se dá em outros setores da nossa vida, a política atinge patamares de importância altíssima. Isto se traduz nas características burocráticas da organização eleitoral, onde nem mesmo a Suprema Corte consegue julgar e decidir convictamente os fatos. Seria injusto apontar somente as deficiências das eleições brasileiras, porém atentando-se ao quadro de responsabilidade dos candidatos, especialmente no 2º turno, torna-se impossível não repugnar o comportamento de alguns que se propõem a dirigir os rumos do nosso país.
É preciso compreender que a democracia não deve ser praticada apenas quando convém a um ou outro candidato, mas está acima de quaisquer interesses pessoais. Infelizmente, hoje em dia acha-se largamente disseminada, nos grandes meios de comunicação, a ideia de que a democracia está associada a corrupção e impunidade. Contudo, não podemos deixar de nos manifestar a respeito do terrorismo eleitoral (2) a que fomos submetidos. O oportunismo de alguns partidos políticos nos envergonha enquanto cidadãos e afasta até mesmo a possibilidade de respeito entre os candidatos.
Finalizando, as perguntas a que devemos dar resposta são as seguintes: Que atitudes e decisões significativas esperamos do novo governo? Continuaremos aprisionados ao modo de fazer política especulativa e, ultimamente, terrorista? O progresso brasileiro esta indubitavelmente vinculado a essas questões e não são os partidos que devem dar essas respostas. Na verdade, essas são preocupações fundamentais dos eleitores brasileiros.
(1) http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=614FDS007
(2) http://www.cartacapital.com.br/destaques_carta_capital/site-oficial-de-serra-patrocina-terrorismo-eleitoral
Marlos Mello
Psicólogo CRP-07/17591
Por Sergio Weber, Professor Estadual.
O Magistério está entre as profissões de risco. Os professores estão mais sujeitos que outros grupos a terem transtornos psíquicos de intensidade variada, devido às condições de trabalho: excesso de tarefas e ruídos, pressão por requalificação profissional, falta de apoio institucional, docentes em número insuficiente, entre outros fatores... Essas moléstias psíquicas são as grandes responsáveis pelos pedidos de afastamento do trabalho.
A Síndrome de Burnout (cuja tradução tem o significado de queimar completamente, consumir-se) vem sendo apontada como o transtorno emocional que mais atinge professores. Os principais sintomas são cansaço excessivo, irritabilidade, insônia, baixa autoestima, mau funcionamento gastrintestinal, dores musculares, cefaléia e dificuldade na concentração.
Pesquisa nacional feita pela Universidade de Brasília (UNB), no final da década passada, entre professores, chegou a preocupante conclusão: 48% apresentavam algum sintoma da síndrome.
Um estudo realizado pelo Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e dos Ambientes de Trabalho - Diesat (2009) aponta que fatores como jornada de trabalho elástica, excesso de atividades, pressão de chefias e de alunos, estão entre os principais causadores de agravos à saúde física e mental dos professores.
Destaco alguns dados sobre a saúde dos professores segundo estudo acima citado:
· 49% fazem tratamento com medicamentos;
· 71% sentem dores no corpo após um dia de trabalho;
· 45% apresentaram problema de saúde física e mental relacionado ao trabalho;
· 20% utilizam medicamentos antidepressivos;
· 59% tiveram dificuldade para dormir nos últimos seis meses.
Como podemos observar pelos dados alarmantes apresentados pela pesquisa, urge que as autoridades competentes direcionem a gestão educacional com muita sensibilidade, pois o sinal de alerta já foi acionado.
Diante deste quadro caótico, sem desprezo das inúmeras variáveis que permeiam a educação, qualquer proposta de meritocracia deverá ser amplamente rejeitada pela categoria, sob pena de agravamento de um quadro que já apresenta sinais de desolação.
*Siden Francesch do Amaral é Professor, Diretor no 14º Núcleo do CPERS/Sindicato (São Leopoldo) e membro do Conselho Geral da entidade.
Fontes de Pesquisa:
Pesquisa Sinpro/RS/FeteeSul/Diesat
Extra Classe, Outubro 2010. (Texto original com modificações e adaptações)
Crise na França
Juremir Machado da Silva*
O Senado francês aprovou a reforma da previdência. A briga vai continuar. A Inglaterra também vai entrar na dança. Vejo muita gente torcendo no Brasil para que franceses e ingleses percam a parada. Alguns, estranhamente, ficam felizes pensando na futura demissão de meio milhão de funcionários públicos ingleses. São os mesmos que dizem: o capital não gosta de correr riscos. O ser humano, em geral, principalmente depois de certa idade, também não. Quer segurança. Vejo gente vibrando: esses franceses nojentos vão ter de trabalhar mais. Onde já se viu querer se aposentar aos 62 anos de idade? Eu quero. Por que deveríamos passar a vida trabalhando?
Boa parte da população francesa que reclama não é comunista, como pensam os que ainda vivem com fantasmas do passado. Acredita simplesmente que a riqueza é um produto coletivo que deve ser compartilhado ainda que de modo desigual. Um empresário tem direito a lucro, mas não a todo lucro imaginável. Benefícios sociais são estratégias de redistribuição baseadas no fato de que o lucro é sempre apropriação do trabalho alheio. Nada mais legítimo do que redistribuir, ou recuperar parte desse trabalho, sob a forma de impostos coletados e direcionados para que as pessoas, depois de certo tempo de trabalho, possam fazer outras coisas com tranquilidade. Mas dá? E o rombo da previdência? Certamente é preciso negociar. A França, porém, não está quebrada. É uma potência mundial. O que está em jogo: tirar de uma parte para dar a uma outra?
O problema atual é a chamada globalização: concorrência com países onde o custo do trabalho é menor. Ou seja, a exploração (velha e boa palavra) é maior. É mais justa a legislação trabalhista europeia ou a de muitos países asiáticos? Quando se pensa o cidadão como mero consumidor, a resposta é clara: interessa o preço final. O Estado emagrece, a sociedade engorda. Transfere-se o problema de um lugar para outro. Alguém ganha. Os europeus, porém, não acham "natural" perder. Recebem infinitamente mais ajuda estatal do que o pouco dado pelo Brasil. Tem bolsa para tudo. Ainda bem. Eles não entendem, em geral, que o Estado exista apenas para socorrer bancos em crise. E não temem armar barricadas e enfrentar as "forças da ordem". Defendem uma ideia que parece bizarra às nossas elites: o Estado é da sociedade e deve servir a ela. Quem ganha mais, deve pagar mais.
O problema desses europeus frios, arrogantes e egoístas é que eles defendem radicalmente velharias como solidariedade, proteção a todos e uma boa divisão do bolo produzido pela coletividade. Prova disso é que 70% da população francesa apoia as manifestações contra o governo. O mais inaceitável, porém, é o que faz boa parte da mídia: fica do lado da população insatisfeita. Isso, sinceramente, não dá para entender. É muita irresponsabilidade. Nossa mídia, em casos semelhantes, sempre fica do lado do patrocinador. Quer dizer, das autoridades legitimamente constituídas e com a obrigação de manter a prudência, a sensatez e o equilíbrio. Para os que vão me chamar de ignorante, aviso: tem Nobel de Economia que pensa como eu, futuro Nobel de Literatura.
*JUREMIR MACHADO DA SILVA é Professor, Jornalista e Escritor
Artigo publicado no jornal Correio do Povo, de Porto Alegre/RS, dia 26 de outubro de 2010.
O pós-Lula é Dilma
Por Emir Sader*
Os brasileiros decidiram que depois do Lula querem a continuação e o aprofundamento do seu governo. Preferiram a Dilma – a coordenadora e responsável central pelo desempenho ascendente dos últimos 5 anos do governo, que desemboca no recorde de 83% de apoio e 3% de rejeição – para sucedê-lo.O dilema colocado pelas eleições brasileiras era a definição sobre se o governo Lula seria um parênteses na longa história de dominação das elites no país ou se se constitui numa ponte para sair definitivamente do modelo herdado e construir um Brasil solidário, justo e soberano.
Triunfou esta via, pelo voto majoritário dos brasileiros, prioritariamente os dos beneficiários das politicas sociais que caracterizam o governo de Lula: os mais pobres, os que vivem nas regiões tradicionalmente mais pobres – o norte e o nordeste do Brasil.
Foi um voto claramente direcionado pela prioridade do social que caracterizou centralmente o governo Lula. No país mais desigual do continente mais desigual, a maior transformação que o Brasil viveu nestes oito anos foi a diminuição da desigualdade, da injustiça, como resultado das políticas sociais do governo. Nunca havia acontecido, seja em democracia ou em ditadura, em ciclos expansivos ou recessivos da economia. Aconteceu agora, de forma contundente, transferindo para o centro da pirâmide de grupos na distribuição de renda, a maioria dos brasileiros.
Esse foi o fator decisivo para que, mesmo tendo praticamente toda a imprensa, em bloco, militantemente, contra seu governo e sua candidata, Lula e Dilma saíram vencedores.
A oposição, derrotada na comparação dos dois governos, buscou um atalho para chegar por outra via aos setores da população: a questão do aborto, valendo-se dos preconceitos reinantes e da ação de religiosos.
Conseguiram um sucesso efêmero, que levou a eleição para o segundo turno, mas uma vez que a politica voltou ao centro da campanha, a comparação entre os dois governos e a condenação das privatizações levaram à vitória da Dilma.
Que representa não apenas a eleição da primeira mulher presidente da república, mas também de uma militante da resistência contra a ditadura, presa e torturada pelo regime militar. Que representa o primeiro presidente que consegue eleger seu sucessor.
Depois da reeleição de Evo Morales e de Pepe Mujica sucedendo a Tabaré Vazquez, o Brasil se soma ao grupo de países que reafirmam o caminho da integração regional e não do TLC com os EUA, da prioridade das politicas sociais em relação ao ajuste fiscal, com Dilma sucedendo a Lula.
O povo brasileiro decidiu, em meio a fortes pressões do monopólio privado da mídia e de forças obscurantistas, que o pós-Lula terá na presidência do Brasil aquela que Lula escolheu para sucedê-lo, para continuar e aprofundar as transformações que tem feito o Brasil ser um país mais justo, solidário e soberano.
*Emir Sader é Jornalista
http://www.cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=1&post_id=597
MUITO CUIDADO !!! AVISO AOS CONSUMIDORES:
A Record exibiu ontem reportagem com relação a lavar as latas de ervilhas,leite condensado etc (todo e qualquer tipo de lata com alimentos) antes de guarda-las em armários ou geladeira. Após abertas se não utilizar inteira, despejar o que sobrou num pote plástico com tampa.Isso evitará o acumulo e aumento de bactérias.Toda vez que comprar uma lata de refrigerante, tome cuidado de lavar a parte de cima com água corrente e sabão, se possível, use canudo. Faça com que seja obrigatório lavar as latas com desinfetantes mesmo as que vão à geladeira. ... e a lata estava suja com urina seca de rato, que contém substâncias tóxicas e letais, inclusive leptóspiras, causadoras da leptospirose.
Bebidas em lata e outros alimentos enlatados ficam guardados em armazéns que geralmente estão infestados de roedores , e posteriormente são transportados para as lojas de venda sem a devida limpeza.
Complementando: Uma pesquisa do INMETRO confirmou que a tampa da latinha do refrigerante é mais poluída que um banheiro público.Segundo essa pesquisa, a quantidade de vermes e bactérias era tão intensa que eles sugeriam que se lavasse a tampa da latinha com água e sabão' .
Dr. Fabio Lopes Olivares Setor de Citologia Vegetal Laboratório de Biologia Celular e Tecidual (LBCT) Centro de Biociências e Biotecnologia (CBB) Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) Av. Alberto Lamego, 2000 - Horto 28015-620 - Campos dos Goytacazes(RJ) Tel: (24) 726.3838 / Tel(fax): (24) 726.3714
Por favor, encaminhe este aviso às pessoas com quem você se preocupa.
“A distância que você consegue percorrer na vida depende da sua ternura para com os jovens, compaixão pelos idosos, solidariedade com os esforçados e tolerância para com os fracos e os fortes, porque chegará o dia em que você terá sido todos eles.” (George Washington)
Por Sergio Weber, Professor e Diretor no 14º Núcleo.
Oportunismo Partidário
Por Marlos Mello em 2/11/2010
As eleições cumprem o papel fundamental de dar dimensão pública às questões políticas. Numa democracia, como a brasileira, os políticos sabem disso e, dependentes do voto e da avaliação popular, estão sempre em busca de espaço nos diversos meios de exposição. Sabe-se que somente os horários gratuitos de televisão e rádio não dão conta dessa almejada popularidade. Por isso, como forma de atrair a atenção dos eleitores, os candidatos não poupam discursos, nem mesmo atitudes que possam ampliar sua visibilidade.O Brasil é um país de mais de 190 milhões de habitantes, dentre os quais estão os 135 milhões de eleitores, que se apresentam mais concisos em suas escolhas eleitorais. Porém esse número tão representativo não significa que há maior criticidade por parte do eleitorado. Este breve texto pretende apresentar algumas considerações a respeito das eleições brasileiras do ano de 2010. Não entraremos no mérito dos partidos e candidatos vencedores. Nosso objetivo é apresentar alguns dos desafios do novo cenário político brasileiro.
Para muitos eleitores, a política é simplesmente o fenômeno social mais assombroso e surpreendente que existe. há somente regras simbólicas de como os eleitores e eleitos devem se comportar. Neste sentido, não é exagero dizer que os cidadãos não percebem, ou talvez nem queiram perceber, a importância do contexto eleitoral. Como também não é exagero dizer que os candidatos, depois de eleitos, partem para novos desafios, ou seja, montar seu esquema de governo.
Cidades ficam paradas
Desse modo, os candidatos eleitos organizam a estrutura de trabalho do novo governo baseados nos acordos fixados em suas campanhas eleitorais. A impressão ainda prevalecente nos últimos anos de democracia brasileira é a de que a consciência e o consenso social evaporam no calor dos procedimentos de escolha dos ocupantes dos cargos majoritários. Geralmente, os oportunismos e fisiologismos partidários acabam tomando conta das principais pastas ministeriais. No nosso entendimento, o problema está na cultura política brasileira que é, simplesmente, uma cultura de acúmulo de cargos e funções distribuídas por autoconfiança do governante, mas esse é assunto para um próximo artigo.
As supostas autonomia e autossuficiência dos partidos políticos continuam a explorar a vasta porta eleitoral brasileira, que parece não ter fim, pois uma campanha eleitoral não termina nunca. Logo que uma eleição acaba, os partidos se organizam para uma nova batalha. Assim é, de dois em dois anos. Os critérios, embora desconhecidos por grande parte da população, parecem não deixar de fazer parte do cotidiano brasileiro. A dependência política é tão grande que a cada ano eleitoral as cidades ficam paradas em si mesmas, ou seja, projetos param, licitações deixam de acontecer e o centro das atenções são os candidatos e os eleitores.
Terrorismo eleitoral
Tal como se dá em outros setores da nossa vida, a política atinge patamares de importância altíssima. Isto se traduz nas características burocráticas da organização eleitoral, onde nem mesmo a Suprema Corte consegue julgar e decidir convictamente os fatos. Seria injusto apontar somente as deficiências das eleições brasileiras, porém atentando-se ao quadro de responsabilidade dos candidatos, especialmente no 2º turno, torna-se impossível não repugnar o comportamento de alguns que se propõem a dirigir os rumos do nosso país.
É preciso compreender que a democracia não deve ser praticada apenas quando convém a um ou outro candidato, mas está acima de quaisquer interesses pessoais. Infelizmente, hoje em dia acha-se largamente disseminada, nos grandes meios de comunicação, a ideia de que a democracia está associada a corrupção e impunidade. Contudo, não podemos deixar de nos manifestar a respeito do terrorismo eleitoral (2) a que fomos submetidos. O oportunismo de alguns partidos políticos nos envergonha enquanto cidadãos e afasta até mesmo a possibilidade de respeito entre os candidatos.
Finalizando, as perguntas a que devemos dar resposta são as seguintes: Que atitudes e decisões significativas esperamos do novo governo? Continuaremos aprisionados ao modo de fazer política especulativa e, ultimamente, terrorista? O progresso brasileiro esta indubitavelmente vinculado a essas questões e não são os partidos que devem dar essas respostas. Na verdade, essas são preocupações fundamentais dos eleitores brasileiros.
(1) http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=614FDS007
(2) http://www.cartacapital.com.br/destaques_carta_capital/site-oficial-de-serra-patrocina-terrorismo-eleitoral
Marlos Mello
Psicólogo CRP-07/17591
Por Sergio Weber, Professor Estadual.
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