30-06-2011
Em 2003, Goiás estava entre os dez Estados brasileiros que apontaram um cenário problemático para a docência nas redes públicas de ensino. Naquele ano, pesquisa realizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) com 4.656 profissionais mostrou que em 15 anos o Brasil poderia ficar sem professores em diversas áreas do ensino público. Números de vagas remanescentes na Universidade Federal de Goiás (UFG) e na Universidade Estadual de Goiás (UEG) revelam que a premissa daquela pesquisa não está distante da realidade oito anos depois.Pró-reitora de Graduação da UFG, a professora Sandramara Matias Chaves concorda que as dificuldades encontradas pelos docentes da rede pública de ensino estão relacionadas à baixa demanda de candidatos para cursos de licenciatura oferecidos pela instituição, principalmente nos campi da UFG no interior do Estado. No processo de seleção da UFG no início do ano, as 223 vagas remanescentes são todas de licenciaturas.
O POPULAR mostrou ontem que a falta de docentes com qualificação específica criou a figura do professor "multiuso", que acumula outras disciplinas além daquelas de sua área de formação.
As vagas remanescentes na UFG, que ficam em torno de 10% do total oferecido a cada processo seletivo, não são preenchidas nos campi de Catalão, Jataí e cidade de Goiás. No primeiro vestibular deste ano, das 223 vagas que continuaram abertas, 100 são de Catalão.
Ex-secretária estadual de Educação e atual vice-reitora da UEG, Eliana França ressalta que na instituição, embora sobrem muitas vagas em licenciatura, os cursos de deformação de tecnólogos também não têm atraído candidatos.
Na UEG, dos 19.304 alunos atualmente matriculados, 2.008 alunos não têm freqüentado as aulas, o que corresponde a 10,4% do corpo discente. Em Posse, 21 alunos desistiram este semestre do curso de Letras e outros 16, do de Matemática. Em uma das unidades de Goiânia, 32 abandonaram o curso de Geografia. (O Popular)
Fonte: CNTE
Comentário:
No início do ano escrevi artigo cujo título era O Futuro ameaçado.
No mesmo, faço referências preocupantes quanto à desistência dos jovens dos cursos de Licenciaturas. Enquanto a sociedade e os Governos não valorizam os professores, os Cursos de Licenciaturas vão se esvaziando...
Por falar em valorização dos educadores, uma pergunta que não quer calar: E o Piso Salarial Nacional, Sr. Governador???
PISO SALARIAL JÁ! CUMPRA-SE A LEI!
Siden Francesch do Amaral
Diretor do 14º Núcleo do CPERS/Sindicato e conselheiro 1/1000
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