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terça-feira, 8 de setembro de 2009

Dorotéia vai à Luta



Siden Francesch do Amaral*

Naquela plácida manhã de setembro, a professora Dorotéia acordara com uma cantiga à mente. A melodia era uma composição de Geraldo Vandré, que se tornara o hino de resistência nos tempos de chumbo. A parte da canção preferida pela educadora era: “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.”


Dorotéia chegara à conclusão que era ingenuidade ficar esperando por dias melhores, se não houvesse disposição de ir à luta na busca de tempos mais promissores. Muitos governantes já tinham se instalado no poder com a falácia de melhorar a vida dos educadores, mas quando lá chegavam não cumpriam suas promessas.



Mais ingenuidade seria esperar essa melhora de um governo neoliberal, economicista, que utilizava uma ginástica matemática para enganar a sociedade. O Governo YEDA com seu malabarismo de números procurava iludir a população com o pseudo Déficit Zero.



A educadora sabia que a troca de uma Secretária, na prática, aos Trabalhadores em Educação, não tinha grande significado, pois o projeto de desvalorização dos trabalhadores e sucateamento dos serviços públicos continuava o mesmo. O novo secretário seria apenas uma nova carta que o governo usava para dissimular suas intenções perversas, pois tudo era arquitetado como um jogo de cartas marcadas. Era mais uma tentativa que o executivo estadual lançava com a finalidade de iludir os incautos.



Dorotéia passava por momentos de penúria pela perda nefasta do poder aquisitivo de seu salário nesses 32 meses de Gestão do PSDB. Nenhum projeto que viesse de um governo que tentava matar à mingua os trabalhadores poderia ser bom. A educadora não tinha mais esperança de negociação com esse desgoverno que se instalara no RS.



O que esperar de uma Gestão que trouxera tantos malefícios à educação? A Escola de Lata, a multisseriação, a enturmação, as bibliotecas fechadas e no episódio mais recente, da Gripe A, tinha tratado com irresponsabilidade e descaso a saúde dos educadores e alunos. Um governo que trata sindicalistas como criminosos, que lhes coloca algemas, tem a intenção evidente de querer amordaçar os que reivindicam seus direitos. Um governo de atitudes tão autoritárias quer apenas impor à força sua vontade, jamais negociar.



Então, Dorotéia, naquela manhã, colocou a camiseta de seu Sindicato, que tinha como destaque a frase: “No Meu Plano de Carreira Ninguém Mexe” empunhou a bandeira do CPERS e saiu à Marcha dos Excluídos. Na marcha tocou com carinho a faixa que fazia alusão a Elton, o Sem Terra assassinado covardemente, fazendo reverência ao novo mártir dos Movimentos Sociais. E pensou: até onde chegara a truculência de um Governo Covarde, repudiado pela sociedade e afundado num mar denúncias. Dorotéia estava consciente de que a saída honrosa à população era o Impeachment Já.


À tarde compareceu à Assembleia do Sindicato. Ouviu vários discursos, aplaudiu a coragem dos lutadores da categoria. Após o evento, saiu em caminhada com seus colegas até à Secretaria de Educação onde foi entregue o abaixo assinado com mais de trinta e cinco mil signatários em defesa dos Planos de Carreira dos Educadores. Esse documento era a verdadeira pesquisa, que colocava no lixo, àquela encomendada e manipulada do Governo do Estado.



Finalmente, Dorotéia assistiu à queima simbólica das mazelas da educação no governo atual. Enquanto às chamas ardiam no símbolo desprezível, a educadora sentia sua alma aliviada. Entretanto, a professora não se deixava enganar. Era apenas uma vitória parcial, a luta iria continuar e ela estava pronta para novos embates.

*Siden Francesch do Amaral é Professor, Conselheiro 1/1000 e Diretor do 14º Núcleo do CPERS/Sindicato

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