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quarta-feira, 2 de setembro de 2009

ESPANTALHO E O TATU


Artigo de João Carlos Alves Rodrigues*

Espantalho - o rezador de terço - resolveu alfabetizar-se e foi estudar com uma esforçada professora. Logo quis escrever a palavra ‘tatu’. A professora solicitou-lhe que digitasse ‘ta’, de ‘taça’; e ‘tu’, de ‘tutano’. Agora, disse ela, junte as duas sílabas.  Espantalho juntou e disse: ’tatu’. Repetiu: ‘tatu’. Levantei a ‘taça no tutano’, gritou o alfabetizando.

Ele entendeu e ficou tão contente que desejou saber quanto a mestra ganhava por mês, imaginando coisas. Ela disse e ele ficou indignado. Só, professora! Mas tem aumento, é claro. O reajuste tem sido zero, disse ela. Para todos, perguntou o aluno? Não, tem reajuste de 7 para 17, mais ou menos. Dezessete reais por dia, perguntou ele? Não, de sete para dezessete mil reais por mês, disse ela. Nossa, falou Espantalho; que pulo, é como sair de um casebre e entrar num palacete. Acabou a aula, Espantalho se recolheu e o sono da noite lhe trouxe em sonho vontade de doar um tatu para sua professora, demarcando aquela façanha. Era ‘tatu-de-rabo-mole’. Levou o bicho, a professora lhe agradeceu, lembrando que era animal em extinção e por isso veria como proceder e o colocou no quintal.

O animal iniciou uma toca e não parava de trabalhar, fazendo suas necessidades fisiológicas num canto, meio junto da terra que removia, sem     parar de cavar. A professora estranhava a cor e a textura das fezes do bicho, mas não conhecia isso. Depois de horas de escavação, ele trouxe algo parecido com metal, um pequeno pedaço de metal. Ela resolveu amarrar um cordão, no rabo do tatu, para medir o comprimento da furna e descobriu ter uns cem metros. Dia seguinte, o tatu apareceu adoentado, meio afogado e num exame superficial, a professora notou tratar-se de uma cédula de cem reais, presa na garganta do bicho. Retirada a nota, o animal recuperou-se. Exploradas as redondezas, verificou-se que cem metros não passavam do prédio do DETRAN, isto é, do cofre DELE, onde havia 44 milhões.

O sonho continuava com a professora levando a informação à direção de seu Sindicato. O Sindicato fez discussão, descobriu que o tatu não era de ‘rabo-mole’, mas de ‘rabo-preso’, e resolveu propor à categoria   um esforço coletivo para recolher, no Estado, tatus-de-rabo-preso’ – não estavam em extinção - para expô-los em caminhada no centro de Porto Alegre, concentrando na Praça da Matriz, porque havia suspeita de que esses tatus poderiam ter comido o dinheiro sumido do DETRAN. Havia muito bicho e foi difícil mantê-los sob controle, na Praça, pois ficaram todos de pé e virou confusão. Espantalho acordou. Contou o acontecido à professora e ela ficou imaginando o sonho do Espantalho: 44 milhões!  Furo no cofre! Tatu-de-rabo-preso! Tatu estercando o Rio Grande!

A professora resolveu pesquisar sobre o assunto, para tentar entender o sonho do Espantalho, e apresentará o resultado de seu trabalho.


*João Carlos Alves Rodrigues é Professor Aposentado e Militante em defesa do Plano de Carreira e do Piso Nacional dos Trabalhadores em Educação

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