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Parabéns Educadores e Demais Cidadãos Gaúchos!!! Yeda (Nota Zero, Déficit Zero e Aumento Salarial Zero) Já Foi Demitida, MAS, deixou seus representantes no Governo e na Assembleia Legislativa!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Olá Colegas, Trabalhadores em Educação!

Já passam de 30 horas que estamos acampados na Praça da Matriz (Praça da Sineta), pressionando o Parlamento Gaúcho pela NÃO aprovação do Pacote de Maldades do Governo YEDA. Ontem, (terça) o Executivo Estadual sofreu sua primeira derrota em relação à aprovação dos Projetos  do Famigerado Pacote. Naquela votação,  o Governo prevendo sua derrota retirou sua Base Aliada (já com dissidentes) e a votação terminou 25 X 0 contra o Governo. O referido Projeto era com relação à Previdência dos brigadianos.

O Governo prevendo futuras derrotas já alardeia na mídia que vai adiar para o ano que vem os Projetos que destroem os Planos de Carreiras dos Educadores e o Piso Nacional.
Como em Política, o impossível está desacreditado, continuamos aqui em Vigília para conferir.

Não arredaremos pé enquanto o Governo do Estado não retirar os Projetos ou adiá-los oficialmente. Se o Governo não tiver força política para aprovar seu Pacotes de Maldades agora, também não a  terá em 2010, pois como todos vocês sabem, é um ano eleitoral.
Detalhes das dificuldades enfrentadas para colocação das barracas (que agora são mais de 50), bem como outros detalhes da Luta, contarei na volta do acampamento.

Um abraço a todos(as)!
Siden Francesch do Amaral
Diretor da 14º Núcleo CPERS/Sindicato e membro do Conselho Geral da Entidade.


Mais uma vez o medo da derrota leva governo a retirar quorum

Sem ter maioria para votar os projetos que retiram direitos dos servidores públicos, a bancada governista mais uma vez não compareceu ao plenário da Assembleia Legislativa na tarde desta quarta-feira 16. A pressão sobre o governo e sua base no Legislativo será mantida nos próximos dias.



O acampamento organizado pelos trabalhadores da educação na Praça da Matriz, em Porto Alegre, com o apoio de outras entidades de servidores, será mantido na quinta-feira 17, dia em que os educadores estarão na Assembleia pressionando pela retirada dos projetos.


O governo do estado continua querendo sacrificar os servidores e a população do Rio Grande do Sul. O CPERS/Sindicato fez todos os movimentos para que a greve iniciada ontem pudesse ser finalizada, mas o governo não fez nenhum movimento neste sentido.


João dos Santos e Silva, assessor de imprensa do CPERS/Sindicato

Greve do magistério

Como gosta de dizer Edgar Morin, citando Pascal, o contrário de uma verdade profunda pode não ser um erro ou uma mentira, mas outra verdade profunda. O magistério estadual entrará em greve na próxima terça-feira. É verdade que essa medida extrema trará prejuízos para alunos e pais. Mas é verdade também que o magistério não tem saída. Se a sociedade não se mobiliza para valorizar o magistério, resta ao magistério se mobilizar para interpelar a sociedade. O governo tenta jogar pais e alunos contra professores numa chantagem clara e banal.

Os salários do magistério são baixíssimos. É inadmissível que aqueles que devem alfabetizar e formar nossas crianças e jovens ganhem tão pouco. Muita gente ataca o CPERS para desqualificar as demandas dos professores alegando que as ações do sindicato têm viés político-partidário. Pode ser. Mas essas criticas, em geral, também têm viés político-partidário. São motivadas por um antipetismo ou por um antiesquerdismo visceral que não perde oportunidade para se manifestar e não quer entrar no mérito das questões em jogo. Desta vez, o CPERS tem razão. O plano de valorização do governo para o magistério é, na verdade, um plano de desvalorização. Em lugar de adotar um piso (salário inicial sobre o qual devem incidir todas as vantagens da carreira), prefere um abono, o que levará parte da categoria para um salário maior e deixará outra parte com salários congelados..

O governo tem usado uma estratégia pesada de comunicação, apoiado por boa parte da mídia conservadora, com o objetivo de desqualificar os ganhos do magistério. Por que pagar vantagens por tempo de serviço? Para estimular as pessoas ao longo do tempo. Professores, assim como jogadores de futebol, são pessoas que precisam de incentivos. Essas vantagens servem, ao mesmo tempo, para melhorar parte dos salários, que são baixos, sem precisar melhorar o todo. É uma maneira homeopática de corrigir o que é apresentado como incorrigível. Talvez a licença-prêmio tenha ficado anacrônica. Ela pode muito bem ser substituída por licenças para cursos de atualização. É preciso que isso seja regulamentado, valha para todos e não dependa da boa vontade dos chefes.

Por enquanto, o governo quer transformar o pouco em menos ainda. Aproveita-se da mídia amiga para jogar a população contra os professores, a quem não dá alternativa e nos quais tenta colar o rótulo de radicais ou até de vagabundos. Ao jogar com a palavra piso, que não entende como salário inicial sobre o qual se acrescentam as vantagens da carreira, contrariando lei federal, induz a sociedade a pensar que pretende dar um piso de R$ 1500 enquanto o CPERS, num surto de birra, estaria lutando por R$ 950. Ou seja, o CPERS estaria propondo greve para ter menos. O único argumento plausível do governo seria provar que não pode dar o piso (salário inicial) de R$ 950. Não basta dizer que isso quebraria o governo. Precisa discutir prioridades.

Para quem está achando isso abstrato, aqui vai o e-mail que me enviou a professora Lea Camelo: “O básico hoje, já incluindo a lei Britto, é de 640,00 para 40 horas. O governo paga como piso R$ 860,00, que passará para 1500,00. Acontece que todas as vantagens são calculadas sobre esse básico miserável de R$ 640,00. Veja bem: eu tenho pós graduação, tendo 100% sobre o básico, que fica em R$ 1280,00, abono de R$ 85,00, mais três triênios de R$ 192,00. Então eu com pós e 10 anos de magistério recebo bruto R$ 1557,00. Um professor só com segundo grau, em inicio de carreira, receberá R$ 1500,00 Esta sendo feito um nivelamento por baixo. O Plano de Carreira foi criado para estimular o professor a se qualificar, mas, te pergunto, que estimulo é esse se todos vão ganhar quase o mesmo? O governo argumenta que o CEPRS não quer o aumento. Eu sei que eles só fazem politicagem, mas agora eles estão com a razão. O governo argumenta que quer aproximar os salários de quem ganha mais dos que ganham menos e que não mexe com o plano de carreira, mas é uma mentira, pois o básico continuará nos mesmos R$ 640,00. Os R$ 1500,00 serão completados com uma parcela autônoma e nesse governo não recebemos nem um tostão de aumento fora a lei Britto”. Está claro?

Em resumo, o governo gaúcho que dar um abono para que nenhum professor ganhe menos de R$ 1500. Quem estiver ganhando isso ou mais do que isso não terá um centavo de aumento. O governo estadual chama de “piso”, algo que aparece até na linguagem da professora Lea Camelo, o básico (atualmente em R$ 640 para 40 horas) mais um abono (resultando em R$ 860), mas as vantagens incidem apenas sobre o básico (R$ 640). O piso estabelecido por lei federal (salário inicial sobre o qual incidem as vantagens) é de R$ 950. Yeda Crusius foi ao STF para não pagar esse piso-básico. Não poderia agora querer pagar R$ 1500.. Quer manter o básico em R$ 640 e aumentar o abono, o que, embora melhorando a vida de uma parcela do magistério, representará uma enorme economia para os cofres públicos às custas do professores. Simples assim.

Com o abono do governo a professora Lea Camelo não ganhará um centavo de aumento. Se o piso-básico saltasse de R$ 640 para R$ 950, valor sobre o qual incidiriam as vantagens, a professora Lea, que ganha atualmente R$ 1557, passaria a ganhar quanto? Calculem vocês. Uma pista: apenas os 100% de acréscimo sobre o básico (que tem de ser visto como piso) por ter pós-graduação já fariam o salário dela saltar para R$ 1900. Sacaram?

Postado por Juremir Machado da Silva - juremir@correiodopovo.com.br
Jornal Correio do Povo - 13.12.09

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