Siden Francesch do Amaral*
Confesso a vocês que no momento de intitular esse artigo fiquei em dúvida, pois outra expressão caberia perfeitamente ao mesmo. Sim, no meu entendimento, serviria com perfeição o título Maldades de Final de Ano (Parte II). Devo dizer ainda, que a inspiração para ambos os títulos vieram da mídia tradicional, porém de forma antagônica. Percebam, logo, que não estou sendo original, mas por favor, compreendam que, também é uma forma de ironizar as inverdades que giram no mundo das notícias.
Pois, logo após o anúncio do pacote da governadora, naveguei na internet em busca de informações e fiquei embasbacado com as manchetes que encontrei em diversos jornais virtuais. Declino algumas para vocês também se deliciarem:
Então, pensei ou esses formadores de opinião, muitos deles arrogantes, estão mal informados ou são tendenciosos. O grande paradoxo é que o fenômeno parte de setores cuja função é, ou deveria ser, esclarecer a opinião pública. O que ocorreu na verdade foi um desserviço à informação. Mas, esse assunto por ser complexo, amplo, pretendo escrever sobre ele em outro artigo.
Examinando o pacote de YEDA é evidente que de bondade não tem nada. Nem muito menos pode ser denominado como algo do bem. Mais uma vez, o governo tucano, esses dinossauros da política econômica neoliberal, tenta meter a mão no Plano de Carreira dos Educadores e transformar o Piso Nacional numa caricatura irreconhecível.
Na verdade, o Pacote do Mal de YEDA nivela por baixo, sendo que educadores com melhor formação e já com algum tempo de docência terão reajuste Zero. As medidas propostas pelo governo do Estado ignoram a qualificação diferenciada dos professores, passa uma régua sobre o tempo de serviço dos educadores, deletando, sem o mínimo constrangimento, as conquistas do nosso Plano de Carreira. Simultaneamente, transforma o Piso nacional em, praticamente, salário máximo. Como diz, o adágio popular, “com apenas uma cajadada, mata dois coelhos”. Ou seja, com as maldades contidas no Pacote de final de ano, YEDA converte o Piso Nacional e o Plano de Carreira dos educadores em pó.
As propostas contidas “nas maldades de final de ano” são ruins inclusive àqueles que ora poderão ser beneficiados, pois anula qualquer perspectiva de avanço na carreira no futuro. Logo, esse governo viciado no Zero, potencializa a esse número, as possibilidades de melhoria salarial dos educadores no momento beneficiados.
Assim, o governo tucano, novamente, quer transformar as festas natalinas dos educadores, num filme de terror, elencado por personagens macabros, cujo final pode ser lúgubre aos educadores, se estes não forem à luta, inclusive à Greve, mostrando ao Governo do PSDB, mais uma vez, que o Rio Grande do Sul, não é São Paulo, nem Minas Gerais.
Quanto ao 14º salário, esse é outro engodo, malabarismo esquizofrênico da Meritocracia, em que a maioria dos que estão na ativa nunca é contemplada e os inativos são, literalmente, esquecidos. Por falar em Meritocracia, esse é um subterfúgio perverso criado pelos tucanos, para não discutir com seriedade a questão salarial dos trabalhadores. É outra tentativa para dissimular a sua política de Estado mínimo aos que produzem o conhecimento, as riquezas e Estado Máximo para empresários e sonegadores. Vale ainda acrescentar, quanto ao famigerado 14º salário, numa oportunidade que estive em Brasília pela Luta do Piso Nacional, conversando com professores de São Paulo e Minas, esses me diziam que nunca “viram a cor do dinheiro”, sendo que a justificativa governamental era que ou a Escola não tinha cumprido as Metas ou professores, por estarem doentes, tiveram uma ou outra falta.
Finalmente, pelo exposto é enganoso dizer que o Pacote de YEDA valoriza os servidores. A nossa única saída é lotarmos o Gigantinho no próximo dia 20, se necessário partirmos ao confronto, inclusive, inviabilizando o ano Letivo. Toda a responsabilidade caberá ao governo, que mais uma vez, ao apagar das luzes do ano e as vésperas do cumprimento da Lei do Piso Nacional parte a provocações à categoria. Novamente, subestimam nossa capacidade de resistência. Boa Luta a todos!
*Siden Francesch do Amaral é Professor, escritor e Diretor no 14 Núcleo-Cpers/Sindicato
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