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Parabéns Educadores e Demais Cidadãos Gaúchos!!! Yeda (Nota Zero, Déficit Zero e Aumento Salarial Zero) Já Foi Demitida, MAS, deixou seus representantes no Governo e na Assembleia Legislativa!

sábado, 21 de novembro de 2009

Sei que nada sei


Essa famosa expressão de Sócrates poderia ilustrar minha condição de Funcionário de Escola, já que, como tantos outros Colegas, sou desvalorizado por não exercer uma profissão dita intelectual. Temos, porém, o compromisso de realizar consertos eletro-hidro-sanitários e a limpeza da escola, como no pátio, nas salas e nos banheiros. Especialmente os vasos sanitários precisam de um cuidado especial. E nós fazemos isso como muita competência, higiene e profissionalismo.

Não menos importante é a nossa relação com os estudantes, pois somos, antes de mais nada, Agentes Educacionais e contribuimos muito na educação dos filhos da classe trabalhadora. Assim, o MEC, através da luta e da pressão da CNTE e dos sindicatos afiliados, como por exemplo o Cpers, elevou nossa condição para Trabalhadores em Educação.

Nós, Funcionários de Escola, seja da manutenção, da secretaria, da monitoria, da portaria ou da alimentação, estamos presentes em todos os espaços escolares, inclusive no Conselho Escolar, e garantimos o funcionamento dessa instituição de ensino. Fazemos parte do Cpers, seja na Direção Central ou dos Núcleos e defendemos os Planos de Carreira, tanto o nosso quanto o do Magistério. E defendemos com unhas e dentes o Piso Nacional, mesmo que não sejamos ainda contemplados por ele, pois não nos foi concedido pelo governo estadual realizar o curso Pró-Funcionário.

Contudo, participei da Marcha pelo Piso Nacional em Brasília, juntamente com outros novecentos e oitenta Educadores gaúchos e, milhares de outros dos demais Estados no ano de 2005 e depois em 2007 novamente, por que sabemos da importância dessa luta para a Categoria. Nossa proposta em 2003 era de um básico de R$ 1.150,00, mas foi aprovado em 2008 o valor de R$ 950,00. Todavia, superior aos atuais R$ 322,00 do Governo Yeda. O Governo Federal reajustou para R$ 1.132,00 em janeiro deste ano e é por este valor que lutamos. Por isso recusamos o Piso-Teto da governadora, pois ele inviabiliza o Piso Nacional e, portanto, deflagramos estado de greve na recente Assembleia.

Por todos esses motivos, já nos acorrentamos junto aos Professores em frente ao Piratini, já fomos espancados, nos feriram com balas de borracha e até com bombas, nos expulsaram das proximidades da Mansão e, mesmo assim, continuamos gritando em alto e bom som: Fora Yeda. No Meu Plano de Carreira NINGUÉM Mexe! Situação diferente de muitos ocupantes do Quadro do Magistério, que não se deram conta, ainda, da importância dessas lutas, e continuam fechados em seu mundo de faz-de-conta, como se nada estivesse acontecendo.

Como pode uma pessoa pagar R$ 800,00 por mês a uma universidade, para cursar três disciplinas e, receber apenas R$ 750,00 bruto por um mês inteiro de dedicação, para ensinar Filosofia à vinte turmas semanalmente, deslocando-se entre três ou quatro escolas?

Para quê continuar trabalhando como servidor estadual durante trinta anos ou mais sem receber nem ao menos 5% sobre um básico de R$ 320,00 a cada três anos?

Será que a sociedade e os professores concordam que trezentos e vinte reais são indignos para quem cursou durante cinco ou dez anos uma faculdade, independente de ser pública ou particular?

É por isso que não podemos concordar com o pacote do governo que soma esse básico com todos os avanços (triênios, promoções pela participação em cursos, etc) para chegar em R$ 750,00 e depois congelar por três anos ou mais, como aconteceu no último período.

Sei que nada sei. Mas eu sei o suficiente para continuar lutando no 14º Núcleo e dentro das escolas pelos nossos Planos de Carreira e pelo Piso Nacional, pelo IPE e pela Gestão Democrática, pela merenda escolar e por um governo transparente e ético, ao invés de ficar de braços cruzados me lamentando, ou pior ainda, criticando ou atrapalhando quem defende os Educadores, enquanto esse governo, acusado pelo MPF de formar uma quadrilha criminosa, ataca o Estatuto do Funcionalismo Estadual (Lei 10.098), o Estatuto do Magistério (Lei 6.672), a Gestão Democrática (Lei 10.576), bem como o Estatuto dos Funcionários de Escola (Lei 11.407 e 11.672). Somos todos Trabalhadores em Educação e queremos uma Escola Pública de qualidade e a valorização do Servidor em todos os setores desse Estado

Noé M. Oliveira
Agente Educacional I - Manutenção de Infra-Estrutura. (Básico: R$ 304,50)
Diretor Financeiro do 14º Núcleo-Cpers/Sindicato.

Um comentário:

Míriam disse...

Sábias palavras, caro colega!!! Fico feliz por ter acordado desse torpor em que muitos de nossos colegas se encontram e ter me unido àqueles que lutam por todos nós.