Conta a lenda que os marinheiros que escutavam o canto das belas sereias, metade mulher e metade peixe, ficavam enfeitiçados pela maravilhosa melodia, perdiam seus rumos e até morriam presos nas armadilhas daquele fascinante canto. O governo do Estado reedita a antiga lenda ao tentar confundir a opinião pública alardeando um enganoso “Plano de Valorização do Serviço Público Estadual” que, se conquistar os mais desavisados, causará muitas desgraças na educação.
Os projetos de lei enviados à Assembleia Legislativa na semana passada, alterando a Constituição Estadual e o Estatuto do Servidor Público, significam, na verdade, o fim dos triênios, da licença-prêmio, das promoções e um brutal congelamento nos salários dos educadores.
Em Assembleia Geral do Cpers-Sindicato, no dia 20, reafirmamos a defesa intransigente de nossos planos de carreira e o cumprimento da lei do piso nacional, cujo básico salarial é de R$ 950 (40 horas), passando a R$ 1.132,40 em janeiro/2010, e sobre o qual serão calculadas as demais vantagens. Não é uma ironia o governo não cumprir a lei do piso nacional e anunciar que vai, bondosamente, “dar” R$ 1,5 mil para as mesmas 40 horas? Esse mísero abono aos salários menores exclui quase 90% dos professores que se qualificaram graças ao estímulo do plano de carreira, assim como os funcionários de escolas.
Recusamos o critério de promoção por mérito porque entendemos que o mérito na educação não é de quem busca “prêmios” numa maratona individual e desenfreada. Ao contrário, depende do trabalho solidário realizado entre os segmentos da comunidade escolar, no sentido de valorizar as diferenças sociais e culturais dos alunos, a fim de promover a formação de jovens que assumam seu papel de cidadãos críticos e transformadores da sociedade em que vivem. Também não acreditamos na fórmula mirabolante para cálculo de reajuste anual (quem confia na matemática palaciana?) vinculado ao equilíbrio fiscal, que só serve para enganar os incautos.
Nossa história de lutas em defesa da educação pública nos permite identificar as metáforas e os eufemismos nesta ardilosa música. Os deputados também precisam ter esse discernimento, por isso a vigília na Assembleia será fundamental para alertá-los sobre o perigo das águas de março (corte de ponto dos grevistas). Se elas desaguarem novamente no mar da sereia, é possível que carreguem junto a promessa de voto em nossos corações.
CARMEN LÚCIA SANTOS - Integrante da diretoria do 2º Núcleo do Cpers-Sindicato
Diário de Santa Maria http://www.clicrbs.com.br/dsm/rs/impressa/4,41,2728879,13601
Os projetos de lei enviados à Assembleia Legislativa na semana passada, alterando a Constituição Estadual e o Estatuto do Servidor Público, significam, na verdade, o fim dos triênios, da licença-prêmio, das promoções e um brutal congelamento nos salários dos educadores.
Em Assembleia Geral do Cpers-Sindicato, no dia 20, reafirmamos a defesa intransigente de nossos planos de carreira e o cumprimento da lei do piso nacional, cujo básico salarial é de R$ 950 (40 horas), passando a R$ 1.132,40 em janeiro/2010, e sobre o qual serão calculadas as demais vantagens. Não é uma ironia o governo não cumprir a lei do piso nacional e anunciar que vai, bondosamente, “dar” R$ 1,5 mil para as mesmas 40 horas? Esse mísero abono aos salários menores exclui quase 90% dos professores que se qualificaram graças ao estímulo do plano de carreira, assim como os funcionários de escolas.
Recusamos o critério de promoção por mérito porque entendemos que o mérito na educação não é de quem busca “prêmios” numa maratona individual e desenfreada. Ao contrário, depende do trabalho solidário realizado entre os segmentos da comunidade escolar, no sentido de valorizar as diferenças sociais e culturais dos alunos, a fim de promover a formação de jovens que assumam seu papel de cidadãos críticos e transformadores da sociedade em que vivem. Também não acreditamos na fórmula mirabolante para cálculo de reajuste anual (quem confia na matemática palaciana?) vinculado ao equilíbrio fiscal, que só serve para enganar os incautos.
Nossa história de lutas em defesa da educação pública nos permite identificar as metáforas e os eufemismos nesta ardilosa música. Os deputados também precisam ter esse discernimento, por isso a vigília na Assembleia será fundamental para alertá-los sobre o perigo das águas de março (corte de ponto dos grevistas). Se elas desaguarem novamente no mar da sereia, é possível que carreguem junto a promessa de voto em nossos corações.
CARMEN LÚCIA SANTOS - Integrante da diretoria do 2º Núcleo do Cpers-Sindicato
Diário de Santa Maria http://www.clicrbs.com.br/dsm/rs/impressa/4,41,2728879,13601
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