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terça-feira, 13 de outubro de 2009

Escolas conflagradas

Um quinto do magistério gaúcho vai celebrar o Dia do Professor, esta semana, sob efeito de tranquilizantes para combater as consequências de uma rotina perturbadora. Esse é o contingente de educadores alquebrados que necessita regularmente de ajuda química para suportar agruras diárias, conforme aponta uma pesquisa feita este ano. Outros, em número incerto, se veem forçados a abandonar a sala de aula a fim de manter a sanidade. O uso desenfreado de remédios como Rivotril e Fluoxetina procura mascarar um fenômeno detalhado na série de reportagens a ser publicada entre este domingo e quinta-feira: a violência escolar.

Além de comprometer a saúde mental dos mestres gaúchos – tema deste domingo –, a crescente hostilidade faz com que eles recorram cada vez mais à Brigada Militar e à Polícia Civil em busca da autoridade perdida. Um levantamento inédito do Departamento Estadual da Criança e do Adolescente (Deca) em Porto Alegre, com base em 236 ocorrências verificadas no primeiro semestre, permite compreender o desespero dos professores.

A análise dos registros demonstra que, a cada dois dias, alguém resulta ferido em um colégio da Capital devido a uma briga. Uma vez por semana, um professor ou aluno sofre uma ameaça verbal grave o suficiente para apresentar queixa. Uma vez por mês, uma arma é encontrada em um estabelecimento de ensino, e um traficante é flagrado oferecendo drogas a crianças e adolescentes nos arredores.

Para cada caso que chega ao conhecimento da polícia, há ainda uma cifra desconhecida de conflitos que não se transforma em estatística mas contribui para convulsionar um ambiente considerado durante décadas uma espécie de cidadela contra os horrores da sociedade. Os relatos de alunos e educadores reafirmam que a barbárie se instalou nas salas de aula.

Além de comprometer o bem-estar de mais de 2 milhões de crianças, adolescentes e adultos que circulam diariamente pelas escolas de ensino Fundamental e Médio do Estado, o clima hostil é mais um obstáculo à qualidade na educação. A violência é estimulada pelo tráfico e pelo consumo de drogas, muitas vezes associados à ação de gangues juvenis inspiradas nas quadrilhas dos morros cariocas, os chamados bondes.

Uma estimativa da Justiça Instantânea do Juizado da Infância e da Juventude indica que cerca de 50% dos alunos que cometem infrações graves têm algum envolvimento com entorpecentes. Confira, na série de reportagens que culmina no Dia do Professor, como colégios públicos e particulares vêm sucumbindo à selvageria.

MARCELO GONZATTO
marcelo.gonzatto@zerohora.com.br

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