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domingo, 11 de outubro de 2009

A governadora e o puf verde limão

Chegamos ao fim!? Um puf verde limão (de gosto duvidoso) comprado com dinheiro público?
A Ré-governadora que entrou no supremo por dizer que o Estado não podia pagar o Piso Nacional do Magistério, comprou um piso emborrachado para garagem de sua casa com os cofres estaduais, claro!

Estão na lista de compras super necessárias para governabilidade esse puf verde limão, mobiliário infantil para os netinhos (aqueles que foram torturados pelos malvados professores), porcelanas, luminárias... todos, gêneros sem os quais o Estado não funcionaria.

Enquanto isso, no mundo real, professores fazem seis anos que não ganham aumento salarial nem a reposição da inflação do período.

Será que com 143% de aumento a Senhora Yeda não poderia comprar um puf verde limão com dinheiro do próprio bolso?

Prof. Julio

Em defesa do Plano de Carreira

Julio Sosa*

Esse Estado de maragatos e chimangos, de farrapos e imperialistas, de colorados e gremistas! É um Estado de gente que costuma tomar posição e não ficar em cima do muro.

Uma pergunta deve ser feita neste momento: A quem interessa destruir a Educação Pública desse Estado? Certamente não aos trabalhadores e trabalhadoras, que são quem mantêm os filhos e as filhas nas escolas públicas. E se não é interessante para maioria da população gaúcha., interessa a quem afinal?

Por que o Banco Mundial colocou como condição para a liberação do empréstimo ao RS, a mudança do Plano de Carreira dos servidores? E por que a governadora, sem discutir com a sociedade, aceitou tal proposição? Quais grupos e interesses estão sendo atendidos?

Agora é hora de saber de que lado cada um e cada uma desse estado ficarão? Se do lado daqueles que querem vender o Estado e suas instituições ou daqueles que fizeram o Rio Grande do tamanho que ele é. A quem interessa sucatear a Educação em nome de um déficit zero, mais uma vez atendendo as ordens do Banco Mundial? Quem está no timão do RS? Quem é o timoneiro?

Falar em qualificação da Educação e não investir para que isso ocorra é faltar com a verdade. Como qualificar o ensino sem investir no professor? Ou será que a ideia de investimento que esse governo tem, é a tal avaliação externa? Os professores e professoras desse Estado - é bom que se diga - não tem medo de serem avaliados. Até porque isso já ocorre como método no Plano de carreira.

O que não podemos aceitar é substituição dele por algo anti-profissional, onde o professor é avaliado por resultados de alunos obtidos em provões, um critério de produtividade de natureza empresarial, onde o ensino é visto como mercadoria. Será por isso que a governadora mostrou o novo Plano de Carreira primeiramente para os empresários?

Hoje 82% dos educadores têm formação superior em nível de graduação e pós-graduação, demonstrando o quanto foi importante e continua sendo importante o Plano de Carreira para estimular a qualificação. Essa qualificação dos professores beneficiou a rede estadual de ensino no Rio Grande do Sul, sempre colocada entre as melhores do país. A quem interessa acabar com isso?

Diderot, em carta à rainha Catarina da Rússia, disse: “é bom que todas saibam ler, escrever e contar. Pois é mais difícil explorar um camponês que saiba ler do que um analfabeto.” Hora a quem interessa que os filhos e filhas de trabalhadores desse Estado não tenham uma educação de qualidade, que os liberte do jugo da exploração?

Depois de anos de luta os Trabalhadores em Educação do Brasil conquistaram um Piso Nacional do Magistério. Essa lei assegura que, até 2010, nenhum professor do país receba menos do que R$ 950. E mais, esse valor passa a ser vencimento básico do educador, preservando-se, assim, todas as demais vantagens e gratificações conquistadas.

A governadora demonstrando seu despreparo e suas intenções, primeiro entra na Justiça contra a lei do Piso Nacional. Depois equivocadamente apresentou um projeto onde piso se torna teto, e corrompe a carreira do magistério. Essa mesma governadora que recebeu um aumento, no próprio salário, de 143%, e aumentou os salários dos secretários em 90%, mesmo tendo trocado mais da metade deles por suspeita de fraudes, como prêmio tentou aprovar um bônus de quase sete mil reais retroativos a junho de 2008 aos mesmos.

Uma governadora que não dialoga com a sociedade organizada nos diversos sindicatos de servidores. Mas senta-se à mesa com empresários e representantes do Banco Mundial. E que mantém diálogo aberto com companheiros suspeitos de corrupção. E usa de truculência com professores e policiais civis. Defende um projeto equivocado, já derrotado e que levou o planeta ao caos econômico. Cada cidadão e cada cidadã desse Estado, tendo nascido aqui ou tendo adotado essa terra como sua, terá que tomar uma decisão, em que lado ficará.

*Julio Cesar Gonçalves Sosa é Professor e Militante em defesa dos Planos de Carreira (Professores e Funcionários) e do PSPN
http://sorjulio1.blogspot.com/

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